Estava eu em um jardim, sentada debaixo de uma árvore. Ao lado, um roseiral de rosas vermelhas. O reflexo do sol batendo no lago visível à frente, encontrou-se com os meus olhos lentamente. Olhei para o céu, três pássaros assobiaram para mim. Fechei os olhos, senti uma carta nas mãos. O remetente: escritos do coração.

Percebi que o escrito, era tudo o que eu queria me dizer. Não tive coragem de abrir os olhos. Estava eu de pé em frente ao lago, o reflexo me descrevia completamente: pedaços quebrados, cacos jogados, um eu estilhaçado. Coração quebrado, faltando um espaço.

Suturas de cicatrizes mal feitas, feridas abertas, secreções a limpar. Me perdi!
Ouvi uma voz, incendiou em mim. Voz que dizia: Filha, estou aqui.

Estava eu de pé em frente ao lago, senti grandes mãos abrirem os meus olhos, vi meu reflexo no lago.

O imaginável estava sendo contemplado. O incurável estava sendo curado.
O imundo, sendo lavado. O estilhaço, sendo restaurado. Os pedaços, sendo consertados. E suas mãos, sendo meu amparo. Olhei para o céu, vi uma luz resplandecente. Era a sua glória, Majestosa glória, transformando tudo em mim.

 
Abra a Porta e Bianca Macário
Enviado por Abra a Porta em 09/11/2020
Código do texto: T7107313
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