Nesse contraste entre a sociedade do ter e do ser encontramos um desafio ainda maior: tudo que é feito por mãos humanas em algum momento cairá em ruínas.
Com base nessa afirmação observamos impérios e reinos humanos erguidos por uma criatividade limitada, onde homens insuficientes se posicionam frente à vida como suficientes e soberanos. Impérios que aparentam ser indestrutíveis aos olhos daqueles que observam seus grandes feitos, e com uma visão limitada desse lugar ideal construído por mãos humanas, trazendo ao olhar a ilusão daqueles que não desenvolveram a reflexão sobre a precariedade que esse mundo apresenta, e que grita constantemente por algo que seja eterno, perene e duradouro.
Volvendo os olhos ao passado, percebemos homens proclamando a si mesmo e suas edificações como o centro do universo, como uma forma de autoproteção gerando uma sensação aparente de conforto, satisfação e de uma felicidade continuada, seguindo numa progressão e concentrando o esforço de sua vida a jamais imaginar que essa pseudo felicidade consiga, de fato, um dia sucumbir e transformar-se em ruínas.
A fortuna tem essa capacidade de gerar no afortunado uma ilusão que o faz parecer indestrutível, tanto ele quanto aquilo que ele ergueu com base em estruturas que não são fundamentadas em alicerces eternos.
Quão angustiante é passar toda uma vida acreditando que as coisas aqui foram feitas para gerar satisfação, prazer e felicidade. Quando na verdade os prazeres e as coisas criadas nunca objetivaram preencher esse vazio que o homem é.
Como diz Agostinho na abertura de suas confissões: "... porque nos criastes para Vós e o nosso coração vive inquieto, enquanto não repousar em Vós."
Nós, homens modernos, necessitamos compreender que a alma inquieta jamais estará satisfeita com foco em fortunas. Porém, essa alma que o homem é encontrará repouso no dia em que a morte por autorização divina o guiará ao Cristo no encontro pleno face a face.
Esse é o repouso que a alma tanto almeja. Tanto anseia. “Pois nEle eu me encontro e a Ele me devolvo.”
Impérios e tronos erguidos nesse lado da vida desaparecem e estão em ruínas constantemente, cargos são substituídos e os diplomas passam pela experiência do desgaste que a jornada propõe; todavia, o homem que se esforça por construir em si mesmo um Reino eterno e invisível aos olhos, desfrutará da realidade de uma glória que transcende qualquer drama, luto, dor e sofrimento do tempo passado, e deste instante que nos conclama para viver a experiência do agora, como se já estivéssemos lá.
Voltemos ao evangelho que diz: “Sendo assim, fixamos nossos olhos, não naquilo que se pode enxergar, mas nos elementos que não são vistos; pois os visíveis são temporais, ao passo que os que não se veem são eternos. A morada eterna do cristão.” 2 Co. 4.18
Que o viver em função das fortunas não nos roube a experiência de construir um tesouro incorruptível lá no céu.
"Quanto mais almejamos do céu, menos cobiçamos da terra."
 
Abra a Porta e Osvaldo Santos
Enviado por Abra a Porta em 24/07/2020
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