Não use máscaras.

Elas incomodam muita gente. Homens, mulheres, crianças, jovens e adultos. Falta o ar, embaça os óculos e aperta as orelhas. No entanto é necessário o uso das máscaras como um equipamento para proteção contra o novo coronavírus (COVID- 19), que já não é tão novo assim. Seja de tecido, colorida ou sem cores, do Atlético ou do Cruzeiro, as máscaras tomaram conta das ruas, estão na última moda, combinando com a blusa ou bolsa. Pois bem, sobre essa máscara não é mais necessário dizer que seu uso é imprescindível. Contudo, existem outros tipos de máscaras, em especial, uma que tem sua origem nos remotos tempos da Grécia antiga onde nas peças teatrais os atores usavam máscaras conhecidas como “hypokrités”, daí a origem de nossa palavra hipócrita, ou seja, uma pessoa que representa aquilo que não é, está atuando na vida como se estivesse em um palco encenando um personagem. Existem muitas máscaras que podemos estar usando. A máscara da religião, a máscara da falta de religião, a máscara política, da bondade, da caridade etc. Essas máscaras e todas nesse sentido são formas que usamos para esconder quem realmente somos. Em nossa mente, desenvolvemos a necessidade de sermos aceitos pelas pessoas, pela sociedade, e por isso criamos máscaras que escondem nossa verdadeira identidade. Nesse sentido podemos usar coisas boas com propósitos errados. Na esfera da religião foi algo muito combatido por nosso Senhor Jesus em seus embates com os fariseus, certa vez inclusive Ele disse da seguinte forma: “Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus. Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem” (Mt 23. 1-3). Porém não é somente no contexto religioso que encontramos isso, mas sim em todas as esferas da vida onde queremos ser aceitos, hoje por exemplo, vivemos em uma sociedade secularizada, e muitas pessoas usam a máscara da intelectualidade para se afastarem das igrejas, como se um excluísse o outro, e desta forma escondem suas aspirações religiosas comuns a todo ser humano. Portanto, esse desejo por aceitação é o motivo para criarmos nossas máscaras. Somos imperfeitos, o pecado deformou a imagem de Deus em nós. Mas caminhar com Deus é um alivio, pois para Ele não precisamos de máscaras, somos vistos pelo Pai celestial através das lentes de Jesus, “o resplendor da glória e a expressão exata do ser de Deus” (Hb 1.3), e isso é o que nos dá descanso, conforto e consolo, pois pela fé no Filho de Deus sou aceito e transformado à sua própria imagem, uma transformação gradual e continua, “como a luz da aurora, que vai brilhando até ser dia perfeito” (Pv 4.18). Que alívio, não precisamos usar máscaras.

Pastor Marcelo Junio.

Marcelo Junio Silva
Enviado por Marcelo Junio Silva em 16/06/2020
Reeditado em 15/10/2020
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