JEJUM SEM MEDO

Muitos não praticam jejum por não conhecerem os benefícios que dele decorre. Pensam até ser ele prejudicial. Mas se assim fosse, Deus não teria ordenado através de Moisés que se jejuasse, sendo uma lei para a então recém criada nação de Israel, e imposta para ser obedecida dentro de um tempo determinado. Todos tinham que jejuar, e quem isso não fizesse seria extirpado (excluído) do povo.

O jejum, seguido da contrição, move mais rápido o coração de Deus. Haja vista que Nínive, capital da Síria, não obstante estar sentenciada teve a sua sentença suspensa pelo jejum que aquele povo fez por ordem do seu rei. Por que uma nação pecadora recorreu à essa prática e obteve o indulto, se dizem as Escrituras que o sacrifício do ímpio é abominável a Deus? E de onde lhes veio o exemplo sobre esse modo de penitência? Nínive era nação pagã, não pertencente ao povo escolhido, e não era instruída nos preceitos do Senhor. Jn. 3.

Pelas Escrituras temos muitos exemplos sobre a abstinência de alimentos e água, como forma de penitência e humildade. Uma das formas de mostrar contrição e arrependimento em época passada era deixar de comer e de beber.

O rei Dário se absteve de alimento e até de ouvir músicas por estar triste pelo fato de Daniel, a quem ele queria bem, ter sido lançado na cova dos leões por ordem sua, mas instado por seus grandes.

A nação judaica no reinado de Assuero foi poupada do extermínio pelo jejum que fizera. Ainda que a rainha Ester pudesse intervir sem a ação de jejuar, ainda assim ela preferiu não confiar em si mesma e apelou para a humilhação da abstinência de alimentos por três dias e três noites, assim como todos os judeus de Susã a capital daquele reino. Também os judeus de todas as províncias, assim que recebiam o edito do rei sobre os seus extermínios, jejuavam. Livro de Ester.

O jejum é uma forma salutar de se humilhar diante de Deus, e deve preceder a oração. Pois diz a Escritura: “E se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”. II Cr. 7:14. Como vimos, até povo estrangeiro recorreu a esse expediente e obteve sucesso.

E por que hoje o povo de Deus não recorre a isso para obter favor de Deus? Se o jejum de um pecador não redimido pode mover o coração de Deus, quanto mais o do seu povo.

Mas não é a fome em si que traz o mérito. Haja vista quer nações estão morrendo de fome e não alcançam graça diante dele. Temos a Etiópia como exemplo. Tem que haver renúncia de alimentos e arrependimento, a exemplo do que houve em Nínive. O rei desceu do seu trono e se vestiu de saco, e se assentou sobre cinza, e ordenou que até os animais não provassem coisa alguma nem fossem levados ao pasto, nem bebessem água, mas que fossem coberto de pano de saco, assim como os homens; e que estes clamassem fortemente a Deus, se convertendo cada um do seu mau caminho e da violência que havia nas suas mãos. Jn. 3. Tem que haver renúncia de alimento e arrependimento, e não apenas deixar de comer por falta de alimento.

Ainda que sejam muitos os que estão morrendo por escassez, maior é o número dos que estão morrendo por excesso de alimento. Os problemas de coração são os responsáveis pelo maior número de mortes e a principal causa dela. O colesterol, a arteriosclerose, e a maioria dos problemas cardiovasculares são resultantes de excesso de comida e bebida, tanto na quantidade quanto na qualidade destes. Nesse caso o que é demais prejudica.

Oli Prestes

Missionário