Luz das nações
Padre Geovane Saraiva*
Deus onipotente, o Senhor virá iluminar, explicitamente, a oferta de sua Santa Mãe, Maria, na profecia do velho Simeão. Quando Maria e José entraram no templo de Jerusalém com o Menino Jesus, aprendemos, pelo ensinamento da Igreja, que a profecia foi realizada, como no dizer do profeta Malaquias, Anjo da Aliança, dominador e soberano (cf. Ml 3, 1s). Pensemos, pois, naquele que se fez em tudo semelhante aos homens, para se tornar sacerdote misericordioso e digno de confiança. Convenhamos: Ele é o Cristo Senhor, que exerce com plenitude o poder, no perdão dos pecados e na reconciliação de todas as coisas consigo.
Como é maravilhoso, ao mesmo tempo impactante, compreendermos, na entrega de Maria, o mesmo Espírito de Deus que dá vida aos cristãos, animando-a, compondo-a no mundo atual por meio das diversas iniciativas da Igreja! Saibamos antever a aurora, ou amanhecer, naquele que chega para iluminar nossos olhos. Como seguidores pneumáticos, conquistemos um reino de paz, num retrato bem claro e detalhado da realidade panorâmica do mundo atual. Essa realidade nos desafia, sobremaneira, nos novos modos de pensar a fé, com tanta diversidade nesta fase da história, mas num pluralismo teológico, querendo, demasiadamente, uma luta e anseios constantes, a partir de Jesus de Nazaré, luz das nações.
Embora a criatura humana se revele com suas próprias forças, necessitada e impedida da supracitada liberdade salvífica, no maravilhoso dom da fé, mas num modo de viver, é identificada e configurada com aquilo que quer significar o seguidor de Jesus de Nazaré: ser cristão carregando a chama da esperança que alimentou Simeão. Deus quer favorecer-nos com uma fé lúcida, livrando-nos das crenças atrabelhadas, ressurgindo com toda clareza no processo atual, pelo qual a humanidade passa, numa dimensão espiritual e comunitária, com os cristãos de vanguarda perseguindo a paz e a justiça verdadeira, maior dádiva dos filhos de Deus.
Jesus, sem deixar de ser Deus, quis ser verdadeiro homem e morar entre os homens, inserindo-se na sua história, a fim de participar de sua vida em tudo, inclusive no cumprimento da lei, concretamente, por ocasião do encontro com seu povo no templo. Quão afável, ó personagem bíblico Simeão, que ansiosamente esperava a consolação de Israel, ajude-nos, esperançosos, a não só compreender, mas consolidar o futuro do mundo, o futuro da nossa fé! Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).