OS TRÊS TIPOS DE DÍZIMOS

Existe apenas três tipos de dízimos em toda a velha aliança.

O primeiro foi chamado de preceito social... Porque estando Israel dividido em doze tribos, a tribo duodécima, que era a Levitica, toda consagrada aos ministérios divinos, não tinham bens, não podiam ter absolutamente nada. Uma vez que os Levitas não plantavam nem colhiam, não trabalhavam nem para si nem para os outros, pois não podiam se apegar a esse mundo. Então Deus ordenou por preceito mesmo, que as outras onze tribos, por mera questão de sobrevivência ajudassem a tribo de Levi com dez por cento de tudo o que tivessem.

Assim o primeiro tipo de dízimo nada mais era que um preceito estritamente jurídico, mera lei para realizar uma justiça, o que quer dizer que não tinha nada a ver com espiritualidade, nada a ver com nenhum tipo de cerimônia, não era um sacrifício sobrenatural feito para Deus, era simplesmente uma ação social. E por ter sido uma ordem dada por Deus, ora, a desobediência de alguma das onze tribos resultaria em consequências gravíssimas. Então Deus dava a garantia de que nunca faltaria nada para as Onze tribos, pois Deus abriria o céu e manteria a terra fértil, para que não faltasse nada para as onze tribos e para que todas elas continuassem fielmente ajudando os Levitas.

Já o segundo dízimo sim, esse era chamado de dízimo cerimonial. As leis cerimoniais (sacrifícios de cordeiros, holocaustos, observância de festas religiosas, etc) era um símbolo de algo espiritual, de algo que existiria no futuro, não na forma de dízimo, mas na forma de uma profunda Consciência do valor ínfimo do ser humano. Foi acerca desse tipo de dízimo que Paulo disse que era apenas 'Figura de coisas Futuras'. Esse tipo de dízimo não tinha nada a ver com ajuda social, como foi no caso do primeiro dízimo ofertado aos Levitas. O que Paulo quis dizer é que o espírito dos dízimos cerimônias só aconteciam aos Judeus como figura de linguagem. Literalmente esse segundo tipo de dízimo era só um dízimo figurativo. Só aconteciam para significar fatos futuros.

Cerimonialmente os dízimos estão traduzindo a seguinte mensagem: Dez por cento quer dizer que a natureza humana só pode existir até o número nove. Quando chegava no dez é necessário se sacrificar, para reconhecer o seu pequeno valor diante de Deus. Sim, espiritualmente considerado, o dízimo só tem esse sentido. Quem dá a décima parte, está reconhecendo a Unidade eterna, o princípio e o fim de tudo. Diante do número 10 você está diante do número 1, e percebe que atrás do 1 está o 0 (zero), significando que além de Deus não há nada, e que se Deus criou algo do nada, foi por amor, porque Ele quis.

Originalmente o homem não passa de um zero, era só um possível na ordem do Ser. Portanto, o número 10 revela o Um, que é um sinal de perfeição, enquanto os nove outros números, diante do dez, confessam sua imperfeição. Se não fosse a unidade primeira nenhum número existiria, nada existiria, existiria só o zero relativo, que não é número. O Zero revela como estava o Um antes de criar. O 1 era absoluto. Nele estava contido o dois, o três, o quatro, etc. Enfim, então o homem como representante da natureza, ao chegar no Dez, sacrifica a décima parte, para reconhecer que era um nada. Depois do Dez os números não continuam, eles apenas se repetem, sempre passando novamente pela consciência do seu Um e do seu Zero. Essa era a figura de linguagem que haveria de se manifestar concretamente em Cristo.

E o terceiro e último tipo de dízimo, era o dízimo recolhido para dar aos pobres, aos órfãos, as viúvas, aos estrangeiros, coisa e tal. Sobre esse último Deus ordenou 10% e mais do que isso, Deus ordenou que Israel dessem tudo o que sobrasse. E assim fica encerrada a questão do dízimo no velho testamento. É preciso lembrar que esses tipos de dízimos existem desde que o mundo é mundo, mas não eram leis, não eram dez por cento, nem eram preceitos e ou ordenanças, não era coisa de tribos, nem de templos, nem de estado.

Qualquer coisa ofertada socialmente ou à Deus simbolicamente, já existia antes mesmo das tribos. Eram coisas feitas por indivíduos, mesmo isolados do grupo, sem nenhum condicionamento ou alguma submissão à leis e preceitos. A bíblia fala de pessoas que sacrificavam por conta própria, totalmente e espontaneamente, sem imposições externas, que foi o caso de Abel, Set, Abraão, e muitos outros.

Na época de Abraão por exemplo, não existia a ordem de dar dez por cento, mas Abraão deu porque quis. Nessa época não havia ministros determinados. Quem fazia o papel dos sacerdotes, eram os primogênitos. Os primogênitos recebiam sempre uma porção dupla, que é uma forma de dizer *ilimitada. E por isso não havia porção determinada. Esse era o valor tão requisitado da primogenitura. Se ofertava espontaneamente ao primogênito sem imposição de limites.

Na nova aliança ninguém precisa dar 10% de alguma coisa, porque a questão social agora é outra. Se na velha aliança os sacerdotes não tinham nenhuma parte na posse da terra, como se lê na escrituras, por isso se pagava dízimo à eles. Ora, na nova aliança, os 100% dos que se dizem ministros de Deus, têm casa, tem propriedades, tem algum patrimônio, tem seus empregos, uns mais safados vivem do dinheiro tirado do templo, e, portanto, ao invés de receber dízimos pra fazer funcionar seus esquemas, com muito ou pouco que eles tenham, eles deveriam ajudar as pessoas realmente necessitadas.

A nova aliança não tem a ver com tribos, nem com templos, mas demanda muito mais do que dez por cento, e não se dá à levitas -- pois estes não existem mais -- e sim aos necessitados. No lugar de dez por cento olha o que Jesus diz: "Vai, vende 'tudo' o que tens e dê aos pobres". "Portanto, se a vossa justiça não for maior do que a dos escribas e dos fariseus, de modo algum entrareis no reino dos céus". Isso porque as obrigações sociais da nova aliança é muito mais do que cuidar de uma tribo.

Não é viver mais para um grupinho, agora é a vida na vida, no chão das calçadas, debaixo das pontes, jogados nos hospitais, nos asilos, nos buracos tão comum à todos. O meu próximo agora não é a tribo de levi, meu próximo é todo àquele que de alguma forma precisa de mim, enquanto nesse caminho eu não passo de um samaritano, a marge do judaísmo, do cristianismo, do budismo, do hinduísmo, do islamismo, mas que contudo, sabe que ainda tem mãos pra estender até onde elas chegam. Qualquer tipo de dízimos, social ou como cerimônia se cumpre em Jesus, em seu Amor, ao lavar os pés dos discípulos, se colocando como seu servo.

YESHUÁ
Enviado por YESHUÁ em 11/10/2019
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