Ía eu pela avenida principal do centro de Viamão,
na minha caminhada diária, quando ao passar pela
praça da Prefeitura e Câmara de Vereadores,
observei que um senhor, aparentando estar na
terceira idade, munido de um microfone e aparelhagem
de som, discursava acalorada e entusiasticamente
sobre tema religioso.
Falava ele sobre a nova vinda à Terra, num futuro
próximo, do filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo...
O que mais me chamou a atenção, não foi a voz suave
de timbre agradável e cunho convincente daquele
orador solitário, nem o assunto sumamente importante
por ele abordado, mas a total ausência de assistência
e a indiferença absoluta dos transeuntes que por ali
passavam. Por tratar-se de uma praça pública, alguns
usuários ocupavam bancos próximos à cena e, mesmo
esses, não davam a mínima importância à fala do
pregador.
Sem parar, fiquei pensando nos extremos em que a
humanidade se coloca nos dias atuais, a descrença
e o fanatismo.
Uma considerável parte (imensa seria a palavra mais
correta), parece acreditar e viver no materialismo,
desacreditando e ignorando coisas espiritualistas
como aquelas pregadas pelas qualificadas palavras
daquele senhor. Outra parte, talvez ainda maior,
comete atos incompreensivelmente violentos contra
si e contra outrens, cujas raias de fanatismo chega
a ceifar vidas inocentes, tudo em nome de supremas
divindades.
Pensando assim, segui minha caminhada e, no trajeto,
fiz uma análise de mim mesmo em relação a esses  dois
extremos. Tentei  me situar num dos dois e cheguei à
conclusão que sou completamente avesso a qualquer um
deles, preferindo sempre o bom senso de procurar,
incansavelmente, um caminho alternativo.
 
Rui E L Tavares
Enviado por Rui E L Tavares em 28/08/2019
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