RELACIONAMENTOS. EGO, ID, SUPEREGO.

PORQUE É TÃO DIFÍCIL A VIDA A DOIS? RELACIONAMENTOS

Graça e paz.

Desde o principio do mundo, os relacionamentos se mostraram conflitantes. Mas de onde vem esses conflitos que mais atrapalham do que ajudam? Os conflitos vêm do Ego.

MAS O QUE É O EGO?

O Ego, a partir da interpretação filosófica significa o “eu de cada um”. É o ego que caracteriza a personalidade de cada individuo. A grosso modo todos os homens são iguais e todas as mulheres são iguais. Todos os homens são homens e todas as mulheres são mulheres. Em certo sentido, o homem e a mulher são iguais, formam o ser humano. Mas o que diferencia um homem do outro e o que diferencia uma mulher da outra? E o que diferencia uma pessoa da outra. O que diferencia um ser do outro é o ego, a parte de dentro dela, a sua personalidade, que a ciência chama de ego.

O ego é assunto da psicanalise e da filosofia. De acordo com a teoria psicanalítica o ego faz parte de mais dois fenômenos a serem estudados: o superego e o id. Então são três: o ego, o superego e o id.

O EGO – é considerado o defensor da personalidade. O ego impede que conteúdos inconscientes passem para a consciência. O ego é então um mecanismo de defesa de cada pessoa. A maneira que essa defesa, que esse ego age ou reage a qualquer estímulo, causa a diferenciação de uma pessoa para outra.

Todos os seres humanos são iguais, com a diferença de procriação entre homem e mulher. O homem é o macho e a mulher é a fêmea. Fora essa diferença física, somos absolutamente iguais. Todos os homens e mulheres são da raça homem. Porém cada pessoa tem reações e gostos e princípios diferentes de todos os outros seres humanos. Nenhuma pessoa é igual interiormente de outra pessoa. Isso distingue cada pessoa da outra.

O ego é uma defesa dentro de cada pessoa. Não é propriamente ruim. O ego impede que conteúdos inconscientes influenciem a vida. O ego impede que o inconsciente passe para o consciente.

Uma das principais funções do ego é harmonizar os desejos do id (O id são os chamados instintos naturais, que independem da vontade ou da moral da pessoa, como sentir fome ou sede.) e o superego ( o superego é a moral da pessoa. O superego é como um conselheiro para a pessoa. O superego é um conselheiro para o ego, que é o consciente).

O ego é a vontade, o id são ons instintos naturais e o superego é a moral. Todos os seres humanos tem o ego, o id e o superego. Dito diferente: todos os seres humanos têm a vontade (o ego), os instintos naturais (o id) e a moral aconselhadora (que é o superego).

O ego nos defende, por exemplo, do medo do id, ou, o ego, a nossa vontade consciente, nos defende ou nos impulsiona a agir diferente da vontade do id, que são os instintos naturais. Por exemplo: Estou com sono, mas preciso trabalhar. O sono é o id, o instinto natural, o continuar trabalhando mesmo com sono é atributo da minha vontade consciente, o ego. O meu ego determina que eu vou continuar trabalhando, mesmo com sono. Outro exemplo é quando estamos com fome, andando na rua, mas não querendo comer qualquer coisa, mas sim almoçar em casa. Nós aguentamos permanecer com fome algum tempo, até chegarmos em casa e comermos o que achamos ser mais saudável. A minha fome na rua é o id, meus instintos naturais, mas o meu ego, a minha vontade consciente diz que ainda não.

Outros por outro lado estando com fome saem comendo qualquer coisa que estiver na frente. A esses a vontade é menos importante que os instintos naturais. O ego é uma defesa. Todos têm desejo de felicidade, mas existem aquelas pessoas que saem namorando qualquer um. Pessoas assim são movidas pelos instintos, pelo id, e não pela razão, pelo ego.

O ego é o principal fator da diferenciação de uma pessoa para outra. Fisicamente as mulheres podem mudar o tamanho e a cor dos cabelos, mas e se todos os cabelos fossem do mesmo tamanho e do mesmo corte, ainda assim, saberíamos que cada pessoa é diferente da outra. Por exemplo, se todas as mulheres tivessem o mesmo nome, ainda assim saberíamos quem é quem, dentre milhões de mulheres. Outro dia na Igreja uma irmã veio com suas filhas gêmeas idênticas menores de um ano e eu perguntei como ela sabia quem era quem. Ela disse que por enquanto coloca uma fita no braço de uma delas.

Duas crianças gêmeas idênticas não são iguais e nós sabemos diferenciar. Gostamos mais de umas pessoas e gostamos menos de outras, por quê? Por causa do ego de cada uma. Por causa da maneira que cada pessoa manifesta a sua interação com o mundo.

Peguemos, por exemplo, duas meninas adolescentes, uma muito bonita, porém frívola, sem conteúdo, uma pessoa que não sabe conversar, mas é muito bonita e outra mais feinha, porém legalzinha, com conteúdo. De repente essas duas gostaram do mesmo menino, mas o menino vai preferir uma delas. Eu vou usar uma palavra aqui para você compreender melhor, me perdoe. Uma delas é muito gostosa e a outra é feinha. Qual o menino vai escolher? Escolher a bonitona pode ser escolher pelos instintos básicos naturais de cada pessoa, enquanto escolher a não tão bonita assim, mas com outros atributos internos melhores do que a primeira, seja escolher pela consciência. Alguém pode escolher outra pelos instintos básicos, pelo id, enquanto outro pode escolher de forma mais consciente, através da escolha do ego, da consciência.

Por isso que nem toda menina bonita pode ser a primeira escolha. Na minha rua o filho de uma amiga se juntou com uma menina de outra rua próxima. O que chama a atenção, sem desmerecer ninguém, é que o menino é o mais bonitão da minha rua e a esposa é a mais feia da rua. Ele escolheu pelo conteúdo dela e ela escolheu pelos instintos básicos. Ele escolheu pelo interior da mulher e a mulher escolheu pela vista, pelo que pode enxergar.

O ego é o responsável pelas diferenças que realizamos entre nossos próprios processos interiores e a realidade diária. O ego é o consciente individual. O ego é o que faz a pessoa ser a pessoa: seus gostos, sua maneira de se vestir, de cortar o cabelo, de falar, de se portar no meio de outros, sua ideia de mundo.

O ego, a nossa consciência ativa, o que me faz escolher almoçar macarrão hoje e não panqueca, o id, que são meus instintos que me fazem saber que está na hora de dormir e o superego, que serve como um conselheiro interno para o ego, fazem parte de uma trindade psíquica. Eles forma uma tríade. São três mecanismos da mente. E cada um é muito importante para o todo.

O superego, se desenvolve da interação do individuo com a realidade e representa seus valores morais e culturais que a pessoa assimilou que ela escolheu como bom e põe em prática na sua vida.

Uma pessoa cristã, tem moral cristã. Uma pessoa nascida e que mora em São Paulo, tem a cultura do seu estado. Uma pessoa nascida nessa família e não na outra, assimilou os costumes daquela família. Tudo nos influencia, a escola, o trabalho, os amigos, a Igreja. Essa interação com diversos meios nos transforma. Algo dos amigos, da escola, da Igreja nós adaptamos em nossas vidas. Isso é moral.

Mas a moral pode ser falha. Uma família que dorme, por exemplo, as cinco da manha, todo dia e tem que acordar cedo, vive com sono e isso não é bom. Podemos aprender com nossos pais a não pagar as contas e não pagar as contas vai acarretar perdermos o serviço, como a Internet, a água ou a luz.

Qual deve então ser a nossa base para a moral? Deus é a base moral de todas as sociedades em todos os tempos. Os dez mandamentos são uma lei universal. Quando em duvida sobre uma questão, voltemos à Bíblia.

O superego, a moral interna da pessoa, vai influenciar o ego e o id. O superego vai influenciar a razão, o ego, e os instintos naturais, o id.

Eu dei um exemplo certa vez para alguém. Imagine que alguém vem à sua porta para te atacar, brigar com você, ser violento com você. O ide, os instintos naturais, vão querer sair na porrada com a pessoa. O ego, a razão imagina que aquela pessoa, que pode ser um ladrão, um assaltante, ou um bandido, vai imaginar que a melhor opção é matar o bandido que lhe ataca, ou a pessoa violenta com você. Ai entra o superego, a moral interna da pessoa, que vai dizer ao ego e ao id, que matar não pode, em praticamente hipótese nenhuma. A moral interna, o que o individuo aprendeu, o que ele assimilou da família, dos amigos, da sociedade, da igreja, da escola, da Bíblia, vai dizer que matar não pode. O superego segura então o ego e o id para que eles não façam besteira.

Freud dizia que o ego se baseia na existência do inconsciente que se manifesta de diferentes modos na vida mental. Ele ainda dizia que o ego baseia que todo evento psíquico, todo pensamento, é determinado por eventos passados, anteriores, ou seja, não há acasos. Nada acontece por acaso. Tudo acontece porque teve um antecessor que levou até ali.

Mas existe ainda uma coisa chamada alter ego, que é traduzido como “segundo eu” ou “outro eu”. Que consiste numa segunda personalidade presente em uma única pessoa. Nem todo mundo tem um alter ego, entretanto muitos demonstram ter. Podemos pensar de uma maneira mais fácil de compreensão sobreo alter ego, a pessoa que em casa é uma e na rua é outra, por exemplo. Por exemplo uma mulher pode não beber uma gota de álcool em família, mas na rua bebe até se embriagar.

Na literatura, por exemplo, o alter ego é quando determinado autor produz uma história sob o ponto de vista de uma outra pessoa, assumindo para si uma personalidade diferente da sua para construir aquela obra. Por exemplo, um autor de livros de terror escreve livros infantis com outro nome, um alter ego.

Já no ramo da psicanálise, o alter ego pode ser considerado um sintoma patológico, como o Transtorno Dissociativo de Identidade. Ai são pessoas doentes que tem uma ou mais personalidades, sendo uma delas dominante. Mas ai já é doença.

OS RELACIONAMENTOS

Chegamos aos relacionamentos. Quando um menino encontra uma menina, literalmente um mundo colide com o outro. É uma Terra batendo em outra Terra. O menino vem carregado com o seu ego, o seu id e o seu superego, algumas vezes até com alter ego e encontra-se com uma menina que tem um mundo do ego, do id, do superego e talvez do alter ego.

O relacionamento de um com o outro é um choque de egos (de maneiras diferentes de ver o mundo e de reagir a ele), o encontro de um menino e uma menina, para ficarem juntos é um choque de id (de instintos básicos de sobreviver, que apesar de parecidos não são iguais), a vida a dois é um choque de superego (um choque de moral e cultura diferentes).

Na questão do superego, por exemplo, uma menina crente encontra um menino macumbeiro. Eles se dão bem na questão de pensarem parecido, seus instintos estão sobre controle, mas o superego, a moral de cada um, a cultura de cada um é muito diferente e vai causar choque drásticos. O Superego pode impedir que o casal viva bem, pois o choque de religião é muito grande.

Ou, uma moça que nasceu no polo norte se relacionar com um colombiano, por exemplo, pode dar muito errado, ou não.

Na questão do ego, da maneira de raciocinar e ver o mundo consciente, uma pessoa pode optar por trabalhar em casa, não está errado, enquanto a outra faz a opção de trabalhar viajando, também não está errado, são só maneiras diferentes de se expressar. Alguém pode gostar de comer carne quase crua e a outra bem passada. Alguém pode gostar de giló e a outra gostar de pizza.

ISAQUE

Nós temos um exemplo bíblico muito bom a usar. Em Gênesis 24, temos a história de Isaque. AS sua mãe morrera e Isaque, agora com 40 anos, está muito triste, depressivo. Seu pai Abraão notando isso chamou o seu servo Eleazar para ir até a casa de seus parentes distantes e trazer uma noiva para o seu filho.

Isaque aqui representa Jesus, Abraão representa Deus, Eleazar representa o Espírito Santo e a noiva, Rebeca, representa a Igreja. OU seja, Deus mandou o Espírito Santo buscar uma noiva para seu filho.

Essa história é muito bonita e interessante. Acredito que venha dela a questão das pessoas orarem a Deus para que venha o pretendente correto para sua vida amorosa. As moças oram por um marido e os moços oram por uma esposa.

Como funciona a escolha dos noivos. Antigamente os pais escolhiam com quem a filha ia casar, ou com quem o filho ia casar. Isso é bom e é ruim. Os noivos aqui não tiveram participação na escolha, não foram eles que escolheram. Apesar disso muitos casamentos deram certo e infelizmente uma quantidade não deu.

Orar a Deus para que Ele escolha o marido ou a esposa é bom e não é. Acredito, antes de continuar, que em alguns casos específicos Deus vai escolher o marido ou a esposa, pois ele tem uma obra com aquele casal. Mas nem todo casal tem um chamado, apesar de que todo crente tenha seu chamado. A moça tem um chamado para a obra, mas isso não quer dizer que o seu chamado inclui o marido, ou vice-versa. Eu tenho um chamado para escrever, e isso é individual. Porém um pastor não consegue fazer a obra direito se não tiver uma esposa que o ajude na Igreja. Ou, uma pastora não consegue fazer a obra direito se o marido não a ajude na Igreja.

OU seja, Deus não precisa necessariamente escolher todos os maridos e nem todas as esposas. Isso quem deve fazer somos nós.

Eu tenho o costume de dizer que os futuros casais precisam ver se vão suportar o pecado do outro. Todo mundo tem pecado. O pecado se manifesta em maior ou menor grau nas pessoas, mas vai se manifestar uma hora. E nem necessariamente precisa ser pecado, pode ser costumes. Tem gente que toma banho e joga a toalha molhada em cima da cama, o outro não faz isso e acha isso imperdoável. Um carnívoro casar com uma vegana pode ser uma má escolha. O cara adora fazer um churrascão com os amigos e a esposa só come comida fitnes, leve, saudável. Isso pode ser um problemão. Num casal um dos parceiros pode ter o instinto básico, o id, na área sexual ativo e ele quer praticar sexo toda hora e o outro é muito maneiro, pacifico e uma vez por mês já é suficiente. A convivência pode ruir por isso. NO casamento um é gastador e o outro é muito econômico, beirando a ser pão-duro.

Duas pessoas se relacionando são dois mundos colidindo, vai dar choque em algum momento. A questão é quantos volts vão ser descarregados.

DOIS EGOS

Muitos relacionamentos não dão certos por causa de egos exacerbados. Gente que se acha mais do que é. Dizemos que os egos estão muito levantados, muito ativos, quando a visão do mundo daquela pessoa é ferido e ele é confrontado. Tem gente que faz uma tempestade num copo d’água.

Quando um homem vai morar com uma mulher, os dois se casam e apesar de se conhecerem há muitos anos, só vão se conhecerem mesmo quando estiverem vivendo juntos. Ai um vai conhecer nos mínimos detalhes o outro e muitas vezes isso não é legal. Da mesma maneira que vamos nos surpreender com atitudes que classificamos e boa, no outro, vamos nos surpreender com atitudes humanas, que o objeto do nosso amor vai praticar.

O cara casa com uma menina linda, uma Barbie da vida, e juntos descobre que ela assoa o nariz. Que nojo. Ou a moça que descobre, quando casa, que o marido roe as unhas. Que horror.

Para um relacionamento dar certo, o namoro, o outro nível de relacionamento que é o noivado e o ultimo nível que é o casamento dar certo, é necessário enxergarmos no outro um equilíbrio entre as forças psíquicas dele, ou dela.

De novo, eu tenho o costume de dizer que é necessário conhecer o outro para saber se vamos aturar o pecado do outro, ou as suas manias ou costumes. Pode ser que não, pode ser que sim.

Mas e se eu já casei e descubro que a minha esposa assua o nariz quando está resfriada, o que fazer? E se eu já casei e descubro que o meu marido gosta de comer churrasco com a mão, o que fazer? Ai deve entrar a paciência e a compreensão.

A minha mulher no inicio do casamento, morando numa casa minúscula, colocava a toalha molhada na cama. Às vezes ocorreu que quando eu ia deitar, tinha algo molhado embaixo do cobertor e descobria a contragosto que era a toalha que ela tomou banho cedo. Isso descarregava alta voltagem na hora de irmos dormir, com direito a choro e insônia. Eu acabei solucionando isso de forma fácil. Eu coloquei um pequeno varal perto do quarto e ela coloca, até hoje a toalha no varal. É feio um varal dentro de casa? É, mas resolveu uma situação de briga séria.

Pode ser que eu tenha algum defeito, ainda não descobri, pode ser que sim, pode ser que não. Mas pode ser que ela não goste de alguma coisa que eu faça, é normal e permitido a ela não gostar de tudo.

Um casal tem que se amoldar e entender que certas coisas são irreconciliáveis e outras não. Uma moça, ou um moço, pode casar com uma pessoa não crente. Ele, ou ela, pode ser um crente convertido, mas a esposa não crente ou o marido não crente pode ser um problema, ou não. De repente o outro não crente não impede de ir ao culto, ou não liga e até vai de vez em quando. Por outro lado pode ser que o outro não crente fique atrapalhando a pessoa de cultuar. Eu conheço gente que o marido era de uma Igreja e a esposa de outra e o marido tanto azucrinou, que a esposa acabou se separando dele.

Deixar o outro escolher com quem a pessoa vai se casar, a não ser Deus, - e isso nem é para todo mundo -, pode não ser uma boa coisa.

Devemos compreender as pessoas, e devemos nos compreender também. O casal tem que se compreender. O ego quase sempre, ou sempre reage ao seu passado. O ego, a razão, a consciência ativa, faz o que aprendeu ou viu, ou ouviu. Dissemos que quando duas pessoas vão se relacionar, namorar, noivar ou casar, dois egos distintos, dois mundos diferentes estão se colidindo, se quebrando, se chocando, para fazerem um mundo maior, único, onde um completa o outro. Casais que estão há muito tempo juntos se parecem, nas atitudes, nas respostas e até na maneira de andar.

Temos que ter paciência, orar, para Deus me mudar em relação ao outro. Eu preciso compreender o outro para viver melhor e em paz. Talvez aquela reação seja a aprendida da pessoa desde a infância. Talvez aquela reação é comum na sua família.

Apesar disso tudo compreendemos que muitos casais dão muito certo. Sempre ajuda colocar a Bíblia como nosso livro de cabeceira e o lermos e colocar em prática sempre.

Espero ter ajudado um pouco você se compreender e compreender o outro, ou a outra.

Fique na paz. Que Deus abençoe.

pslarios

pslarios
Enviado por pslarios em 30/07/2019
Reeditado em 30/07/2019
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