Mato o homem

Sob a luz da alvorada me apaixonei pela face de algo que não podia contemplar; deitado em leito de barro e folhas, flutuava, emergido num inebriante amor indecifrável.

O monstruoso assombro ao qual estive sujeito desvanecia como as trevas da madrugada perante o sol nascente. O que corroía e doía desde o nascimento encontrou o fim eterno, e para lá dos confins do espírito foi retorcesse, deixando-me saborear a paz dada pelo Santo Espírito de Deus.

Ó querido Jesus, só tu sabes quão valiosas são essas palavras que dirijo a ti, Senhor; porque em pecado fui gerado e nele me lambuzei com prazer funesto, nele entrei por vontade própria e por ele fui encarcerado, agonizando em febre abrasadora. Foi este teu sangue puro, Jesus, foi ele o remédio eterno para o espírito corrompido e morto que habitava aqui, aqui dentro deste peito que nesse instante, escancarado, respira e palpita vida eterna.

Diante do teu altar eu ponho meus joelhos de encontro ao chão, prostrado retiro a coroa adornada e a jogo adiante de mim, e, de olhos fitos nos teus declaro minha insignificância, ó Senhor; perante sua majestosa-inigualável presença entrego títulos, principados e o orgulho humano.

Diante do altar mato o homem aqui dentro para dar um passo de eternidade em direção a ti.

Filipe de Campos
Enviado por Filipe de Campos em 16/02/2019
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