DIREITOS HUMANOS DEFENDE BANDIDO SIM!!!
 
         Sou espírita e um defensor dos Direitos Humanos. Vou confessar. Defendemos bandidos sim. Defendemos antes de, e apesar de tudo, o ser humano e sua dignidade. Acreditamos que para a sociedade se tornar melhor e maior do que aquilo que a corrompe, ela não pode se utilizar dos mesmos instrumentos de barbárie para conter a barbárie. Não será no “olho por olho, dente por dente” que transformaremos esse mundo em algo melhor. Os fins não justificam os meios. Ratificamos individual e coletivamente a Declaração Universal dos Direitos Humanos e seu preâmbulo quando afirma; Que o reconhecimento da dignidade é “inerente a todos os membros da família humana” e que seus direitos inalienáveis constituem “o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; e que o desconhecimento e o desprezo dos direitos do Homem conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade”. 
          
          Por isso é “que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam; livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem”. É para nos salvar da barbárie que defendemos que todos, mesmo aqueles que transgridem a lei, não serão submetidos à tortura, nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. (artigo 5°), pois somos iguais em dignidade e direitos (artigo 1°) e , Sendo Assim, (artigo 11°) Toda a pessoa acusada de um ato delituoso presume-se inocente até que a sua culpabilidade fique legalmente provada no decurso de um processo público em que todas as garantias necessárias de defesa lhe seja asseguradas. Do mesmo modo, não será infligida pena mais grave do que a que era aplicável no momento em que o ato delituoso foi cometido.
      Aliás, se você acha que ser contra a penas cruéis e a tratamentos degradantes é “coisa de comunista”. Sinto desapontá-los, mas foi o tio Sam que inventou isso. Essa é uma ideia americana. Está na sua constituição, Emenda VIII – Proibição de penas cruéis e não usuais. Defender a dignidade humana não é querer levar o “bandido pra casa”, não é “ser amante de bandido”.

     Se você acha isso está confundido piedade com amor.
     É que, como espíritas aprendemos que; “Não vos cabe dizer de um criminoso: “É um miserável; deve-se expurgar da sua presença a Terra”; ou seja, não devemos desejar-lhe o mal e abreviar-lhe a vida. “Não, não é assim que vos compete falar. Observai o vosso modelo: Jesus. Que diria Ele, se visse junto de si um desses desgraçados? Lamentá-lo-ia; considerá-lo-ia um doente bem digno de piedade; estender-lhe-ia a mão(...)sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar; ajudai-o, pois, a sair do lameiro e orai por ele. – Isabel de França. (Havre, 1862.- Cap XI, ESE)”.

     Para aqueles que argumentarão “que o bandido não merece viver ou ter algum tratamento digno pois não teria o mesmo cuidado conosco e ainda continuará a cometer crimes” vale destacar a passagem do Cap XI, ESE

Deve-se expor a vida por um malfeitor? Acha-se em perigo de morte um homem;(..). Sabe-se, porém, que aquele é um malfeitor e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve, não obstante, arriscar-se para o salvar? deve-se, portanto, socorrer o inimigo da sociedade, Todavia, não tendes que indagar se o fará(novos crimes), ou não; socorrei-o, porquanto, salvando-o, obedeceis a essa voz do coração, que vos diz: “Podes salvá-lo, salva-o!” – Lamennais. (Paris, 1862.) .

          Mas porque os defendemos a vida e a dignidade humana, amamos os bandidos? Sim! como Jesus, amamos nossos inimigos! “Entretanto, há geralmente equívoco no tocante ao sentido da palavra amar, neste caso. Não pretendeu Jesus, assim falando, que cada um de nós tenha para com o seu inimigo a ternura que dispensa a um irmão ou amigo. A ternura pressupõe confiança; ora, ninguém pode depositar confiança numa pessoa, sabendo que esta lhe quer mal; ninguém pode ter para com ela expansões de amizade, sabendo-a capaz de abusar dessa atitude”. (Cap XII, ESE)

(...)”Amar os inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes, sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo à reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem, e não o mal(..) é, finalmente, retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar”. Ou seja, não precisamos revidar o mal com penas castigos cruéis e impor sobre eles condições prisionais desumanas e degradantes.. (Cap XII, ESE) Como espíritas e defensores dos direitos humanos, entendemos que todos os malfeitos devem ser punidos dentro da lei e da dignidade humana.

Bandido bom é bandido julgado, preso, condenado e reabilitado!

Ode aos misericordiosos!

Se você acha que direitos humanos
São para “humanos direitos” que 'amamos" bandidos
Por favor, não confunda nossa piedade com amor.
Não diga que defendemos o malfeito,
Por reprovarmos sua crueldade com o malfeitor.

É que o tempo de Moisés já passou.
“Olho por olho, dente por dente”
É vingança disfarçada de justiça,
E você que é kardecista
Aprendeste na doutrina
Que é tempo De pagar o mal com o bem,
Sem olhar a quem.

Mas Se você, ainda assim,
não entendeu nada
E ainda acha que queremos
"levar os bandidos pra casa"
Sinto-me feliz com isso, até lisonjeado
Afinal, nem sou tão iluminado.

Quem ama mesmo bandido
Aponto de "levar pra casa"
É um tal de Jesus Cristo.
Pois foi Jesus, na cruz do calvário
Que convidou o homem malvado ”
Em verdade te digo:
Hoje Estarás comigo
no paraíso”.

(Bruno da Motta)

obs; Para aqueles que se faz necessário explicar o óbvio. Evidente que não defendemos nem amamos bandidos como o senso comum propaga . o texto "brinca" com essas ideias. ironiza. Só podemos entender por amor e defesa ; misericórdia, compaixão e piedade para com nossos inimigos. Para quem nem assim entende. lamento não saber desenhar.