A conversão de São Paulo

Padre Geovane Saraiva*

No mundo, no qual está inserida a criatura humana, não dá para viver como se tudo estivesse muito bom. Aqui Deus quer entrar e pedir a colaboração de seus amigos, clamando um novo modo de pensar e de agir. A mudança que Deus quer não é imposição, mas que as pessoas se sintam atraídas e encantadas, apoiadas nas palavras do nosso Mestre e Senhor, a nos assegurar: "O tempo já se completou e o reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho" (cf. Mc 1, 15).

Que a solenidade da conversão de São Paulo, neste 25 de janeiro, faça crescer em nós o sonho da feliz alegria e da verdadeira esperança. Que sejamos filhos de Deus, dentro daquilo que nos diz a Escritura, a respeito da beleza da nova Jerusalém: “Nunca mais o Sol a iluminará de dia, nem a Lua, de noite, pois eu, o Senhor, serei para sempre a sua luz, e a minha glória brilhará sobre você” (cf. Is 60, 19), na acolhida do mesmo sinal luminoso que envolveu o Mestre e Doutor das nações. É no dom precioso do tempo tão breve, segundo o apóstolo Paulo, que somos chamados a vivê-lo, e não desperdiçá-lo, com ações de bondade, de vida digna, aos simples e carentes de esperança.

Pelo fato de o chamado à conversão ter acontecido ao meio-dia, recordo-me de Dom Helder Câmara, ao externar sua enorme alma e ternura de místico, a partir do dom e graça de Deus, o Sol da Justiça: “Há pessoas que, independentemente de idade, pelo que são, pelo que dizem e pelo que fazem, são sempre meio-dia”. Nesse sentido, recordando o Apóstolo dos Gentios, seja no anúncio do Evangelho e nos carismas, seja na missão e nas viagens, não esquecendo o Artesão da Paz, na sua enorme disposição e sabedoria interior, no constante esforço de imitá-lo.

Paulo, com sua conversão, continua a ensinar que temos que encontrar, nas solicitudes do mundo, disposição e força para viver, na doação, na renúncia, por causa do Evangelho: “Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado, e o instante da minha libertação se aproxima. Combati o bom combate, terminei minha corrida e guardei a fé”. Com ele, somos chamados a não só reconhecer a soberania de Deus, mas lograr êxito no seu projeto de amor para com a humanidade. Amém!

*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com

Geovane Saraiva
Enviado por Geovane Saraiva em 22/01/2018
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