Missão é abrir-se ao mundo
Padre Geovane Saraiva*
À medida que passam os tempos, a missão da Igreja merece uma maior atenção, sempre acompanhada de um renovado ardor da parte dos cristãos. Faz-se mais necessário o valor indizível da oração, como sustento da ação missionária da Igreja, e o sucesso de todo trabalho depende, evidentemente, da íntima e estreita união com Deus dos seguidores de Jesus de Nazaré. Que a Igreja, sacramento de salvação, continue, corajosamente e com grande sabedoria e satisfação, a anunciar o Evangelho da salvação aos homens do nosso tempo, sem nunca perder de vista a natureza da missão, que é partir até aos confins do mundo, como ensina o Livro Sagrado: “Como é maravilhoso ver o mensageiro pelas montanhas, trazendo notícias de paz, boas notícias de salvação” (Is 52, 7).
A Igreja Católica é, na sua essência, missionária, e jamais pode prescindir da sua missão e muito menos se fechar em si mesma, diante do imperativo do seu fundador, mestre e Senhor, quando diz para ir pelo mundo inteiro e pregar o Evangelho a toda criatura (cf. Mc 16, 15). Em obediência ao Evangelho, a Igreja quer sensibilizar todas as pessoas de boa vontade, no desejo de um crescimento sempre maior do amor por sua obra missionária, não porque somos bons, mas porque Deus é essencialmente terno e bom.
O Servo de Deus, Dom Helder Câmara, numa enorme vontade de ver a terra repleta da glória de Deus, como contribuiu com a obra missionária da Igreja, ao afirmar: “Missão é partir, é não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior. Missão é partir, mas não devorar quilômetros. É, sobretudo, abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então Missão é partir até aos confins do mundo”.
O mês missionário deste ano de 2016 remete-nos à criação, a partir da força da figura humana de Francisco de Assis, ao buscar uma única coisa: viver o Evangelho de Jesus, sendo fermento de renovação dentro e fora da Igreja, no seu apaixonado amor pela cruz santa do Senhor, ensinando-nos que o mundo é nossa casa comum e o temos como missão, assim como ele cantava: “Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta, governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras”.
Que a força na palavra de Deus, na fé do samaritano curado, ao voltar para agradecer a Jesus, reconhecendo a bondade infinita de Deus, na sua ação salvadora (cf. Lc 17, 11-19), ajude-nos a olhar com carinho para um terreno tão vasto que é a missão da Igreja, dizendo ao bom Deus não só muito obrigado por tudo de bom que acontece, mas que saibamos dar glória a Deus pelo generoso trabalho missionário da Igreja em toda a extensão da Terra.
*Pároco de Santo Afonso e vice-presidente da Previdência Sacerdotal, integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza - geovanesaraiva@gmail.com