Palestina e Síria.
Os egípcios designavam a terra da Palestina e Síria com o nome de “Retenu”. Sekmem é a cidade bíblica de Siquém, a primeira cidade de Canaã que Abraão encontrou em sua peregrinação (Gênese 12.6). Com a expedição de Sesóstris III por volta de 1850 a.C., encontramo-nos em plena época dos patriarcas. Entrementes, o Egito havia tomado toda Canaã e o país estava sob a autoridade dos faraós. Graças aos arqueólogos o mundo possui um documento único dessa época, um tesouro da literatura antiga. O autor é um certo Sinuhe, do Egito. O lugar da ação: Canaã. A época: entre 1971 e 1982 a.C., no reinado do Faraó Sesóstris I. Sinuhe, personagem importante, freqüentador da corte, vê-se envolvido numa intriga política. Temendo por sua vida, emigra para Canaã: “...Quando dirigi meus passos para o norte, cheguei ao muro dos príncipes, construído para manter à distância os beduínos e dominar os vagabundos da areia. Escondi-me em um bosque com medo de ser visto pela guarda que estava de serviço na muralha. Só à noitinha me pus de novo a caminho. Quando aclarou... quando cheguei ao lago Amargo caí. A sede me dominou e tinha a garganta em fogo. Disse eu: tal é o sabor da morte! Mas, reanimando o coração e reunindo todas as forças dos membros, ouvi o mugido de gado e avistei beduínos. O chefe deles, que tinha estado no Egito, reconheceu-me. Deu-me água, aqueceu leite para mim e eu fui com ele para sua tribo. O que eles me fizeram foi bom”. A fuga de Sinuhe foi bem sucedida. Conseguiu transpor secretamente a muralha que existia na fronteira do reino dos faraós, no lugar exato onde passa hoje o Canal de Suez. Essa “muralha dos príncipes” tinha já então algumas centenas de anos. Um sacerdote a menciona já em 2650 a.C.: “Mais tarde, os filhos de Israel deveriam transpor esse muro com freqüência; não havia outro caminho para o Egito e Abraão deve ter sido o primeiro deles a avistá-lo, quando, numa crise, se dirigiu para a terra do Nilo (Gênese 12.10).