Justo tributo a Russell Norman Champlin na poesia

Restauração

É tão injusto – Falo de mim – Sequer pensar,

Que quando a morte um indivíduo vier buscar,

Ele abandonará sua vida humana, sua família, seu lar,

Deixará saudade – Os que o amam sentirão o pesar.

Se você é um desses que pensa que quando morrer,

Nada de especial vai lhe acontecer,

Que em um sono profundo você vai adormecer,

Sete palmos abaixo da terra não a nada pra se ver.

Se você pensa assim, nesse momento faça a cortesia,

Pare já de ler essa poesia,

Se não existir nada depois da morte. Viver ou morrer? Que diferença faria?

Ou sinta-se desafiado de talvez mudar de ideia – Confesso, era tudo o que eu queria.

As pessoas que pensam que a vida possui um prolongamento,

Tremem em pensar que cada ato, ou mesmo pensamento,

Serão avaliados minuciosamente em um grande julgamento,

O Juiz irá nos julgar em uma ponte entre águas tranquilas e um mar em tormento.

O medo está em pensar que enquanto alguns vão se lambuzar no mel,

Outros vão experimentar o mais amargo fel,

Existe um inferno preparado, aguardando os que não vão para o céu,

Num julgamento desses, quem é justo e quem é réu?

Se você se autodenomina justo,

Quando chegar lá vai tomar um susto,

Ao ver pessoas querendo entrar no céu a todo custo.

Sabe aquela pessoa que você jurava ser boazinha?

Vai ver que é apenas aparência que a mantinha,

Essas pessoas quando forem condenadas vão perder a linha.

Vão revelar sua verdadeira aparência que só o Juiz sabia que ela tinha.

Você vai se assustar na mesma intensidade,

Ao ver pessoas que aparentemente são um poço de maldade,

Serem salvas, mesmo sem conhecer a verdade,

É no coração que repousa a verdadeira bondade.

Mas e essas pessoas que vão para o inferno condenadas?

Seria Justo passarem a eternidade toda sendo atormentadas?

Por um mau de uma vida de poucos anos? A maldade não pode ser justificada?

Aqui faço uma pausa, pois preciso falar ao leitor,

Você acha justo que uma pessoa sofra uma eternidade de dor?

Se Deus age dessa forma, porque ele diz ser o Deus de amor?

A verdade repousa na seguinte questão:

Talvez não consiga expressar num simples bordão,

Mas as almas que vão para o inferno, não vão para lá em vão.

Existem coisas que só aprendemos sofrendo – Assim que as coisas são.

Algumas almas lá no submundo,

Vão estar impregnadas com o odor mais imundo,

Que mesmo que a eternidade de luz lhe custasse apenas um segundo,

Preferia passar sua eternidade no abismo mais profundo.

A essas pessoas não há o que se possa fazer,

Sua escolha final é o que vai fazer valer,

Não se preocupe com elas, pois elas não irão sofrer,

A gente só sofre por passar o que não quer, isso vale a pena saber.

Agora existe outro grupo de pessoas,

Que quando chegarem ao inferno receberá sua coroa,

Verão que não existem pessoas más, e nem pessoas boas.

Na verdade mesmo, a vida é feita de boas escolhas.

Essas pessoas experimentarão então,

O que podemos chamar de restauração,

O universo todo cantará apenas uma canção,

Ao Deus de amor que salva o perdido – Que a ele estende a mão.

Desculpe-me se o leitor foi impregnado por alguma religião,

Que insiste em trabalhar o medo com base em condenação,

É o medo do inferno que faz de você ovelha boba e muito pastor de charlatão.

Mas eu creio em um Deus de amor, que não abandonaria sua criação,

Criar e depois condenar? Porque não os designa para o inferno de antemão?

Saiba que o único motivo de vivermos nesse lugar,

É para evoluir a alma, aprender coisas que só o mundo pode proporcionar,

Um dia, eu e você com o grande Criador iremos nos sentar,

Ele vai contar o que esteve planejando, sua alma vai vibrar.

Aqueles que o inferno conhecer,

Não vão ver que enxofre, fogo – E nem Satan lá vai aparecer.

O maior inferno que lhe pode ocorrer,

É depois de ser julgado e os Planos de Deus você saber,

Pensar: “Como eu posso, um segundo sequer longe desse Ser eu viver?”

- Luan Santos - acadêmico de Letras na UEMG, Belo Horizonte. Contatos: luansantos_bh@outlook.com