QUEM SERÁ O NOVO PAPA? : O DESABAFO DE BOFF
Perto de chegar à eleição do conclave para eleger o novo Papa sucessor de Bento XVI e ainda havendo rumores que seria até antes do dia 28 de Fevereiro de 2013. Leonardo Boff, um dos mais importantes teólogos do país concedeu entrevista a um dos maiores Jornais do País a FOLHA DE SÃO PAULO. Ele disse que estava aliviado em parte: “Eu fiquei aliviado, porque a Igreja está sem liderança espiritual que suscite esperança e ânimo. Precisamos de um outro perfil de Papa mais pastor que professor, não um homem da instituição-Igreja, mas um representante de Jesus.” No entanto, Boff acreditava desde o inicio que Bento XVI não tinha o mesmo perfil de Papa como foi João Paulo II apesar de exaltar que Bento XVI era uma pessoa muito inteligente e finíssima, mas segundo ele (Boff) era muito tímido: “Eu, desde o principio, sentia muita pena dele, pois pelo que o conhecia, especialmente em sua timidez, imaginava o esforço que devia fazer para saudar o povo, abraçar pessoas, beijar crianças. Eu tinha certeza de que um dia ele aproveitaria alguma ocasião sensata, como os limites físicos de sua saúde e o menor vigor mental, para renunciar.” Leonardo sabe o que está dizendo, pois, apesar de ser brasileiro nascido na cidade de Concórdia, Santa Catarina, em 14 de Dezembro de 1938. E ter cursado filosofia em Curitiba-PR e Teologia em Petropolis-RJ. Doutorou-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Munique na Alemanha, em 1970. E ainda por cima de ter saído da igreja por conta da inquisição que se chama “O silêncio do Obsequioso” e que até Bento XVI havia participado. Para ele isso nunca causou uma frustração ou decepção segundo ele mesmo diz: “é melhor caminhar com a Igreja que sozinho com minha teologia”. Para Boff ele nunca se sentiu abandonado. Pois, a Presidência da CNBB sempre o apoiou em especial dois Cardeais, Dom Aloysio Lorscheider e Dom Paulo Evaristo Arns (sendo estes terem o defendido na inquisição em Roma). Anteriormente a esse fato superveniente na vida de Boff, conheceu Bento XVI na Universidade de Munique entre o ano de 1965 a 1970 em que elaborou a sua tese de Doutorado, embora não tivesse sido seu aluno naquela época. Boff ouviu muitos comentários sobre as conferências de Bento XVI na Universidade de Munique. E que Bento XVI chegou a ler até a sua tese de doutorado sobre o tema: “O lugar da Igreja no mudo secularizado.” Em que escreveu no entorno de mais de 500 (quinhentas) páginas e Bento XVI havia até gostado sobre o tema de sua tese. Leonardo Boff acredita que Bento XVI quis trazer não um novo modelo moderno da Igreja católica, mas retrocedeu em alguns pontos em relação da celebração da missa; falando em latim, trazendo os cerimoniais palacianos como: antes de entregar a hóstia, a pessoa deveria beijar o anel. Isso segundo Boff, trouxe resquícios de um Papa da era medieval (quando a igreja ainda era o centro das atenções). Assim como Boff e os fiéis católicos acreditamos em um novo perfil de Papa mais aberto a discussões. Um Papa que não deixe as tradições da Igreja Católica, mas que seja flexível a novos pensamentos como Leonardo Boff traçou o novo perfil de Papa inspirado em Jesus Cristo e citando até o Evangelho de João 6,37: “se alguém vem a mim eu não mandarei embora”. E encerrou dizendo: “Pois acolhia a todos, desde uma prostituta como Madalena até um teólogo como Nicodemos.” Agora é aguardar o grande dia chegar. Para sabermos se será o novo Papa que perfaz o estilo de Leonardo Boff e os outros católicos.