Russell Norman Champlin: a existência dos demônios na teologia histórica
"Acreditava-se, entre o antigos, que os demônios são os espíritos de homens mortos, que viveram iniquamente, e que voltaram, procurando encontrar corpos mediante os quais pudessem satisfazer aos seus maus desejos, entre vivos. Essa é uma tradição judaica bem comum, tendo prevalecido no seio da igreja cristã até ao século V de nossa era. E alguns eruditos modernos, como Lange, o principal intérprete bíblico entre os luteranos, têm aceito esse ponto de vista. Além disso, muitos outros estudiosos modernos tem admitido essa idéia, acreditam que os anjos caídos também são designados pelo termo "demônio" nas Escrituras.
Em parte alguma da Bíblia encontramos uma declaração que nos instrua sobre a origem dos demônios. Os estudos mais recentes indicam que os espíritos humanos de pessoas falecidas, bem como espíritos de outras categorias de ser, podem perseguir os vivos. E isso significaria que continua existindo um "mundo intermediario", que dá margem à existência dessas coisas, e que o estado eterno das almas não é penetrado por estas meramente por causa da morte física...O versículo que ora comentamos parece indicar que o termo "demônios" certamente inclui espíritos elevados, não-humanos, embora isso não signifique, necessariamente, que os homens humanos não sejam nunca enumerados entre as entidades que podem prejudicar aos vivos."
(Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, volume 4, pág. 159)