QUANDO O MENOR É O MAIOR

JOÃO 3,30

Naquela multidão, por certo, estavam presentes escribas, fariseus, doutores da Lei, mas gente simples, gente do povo que se encantava com as palavras do Messias. João Batista havia sido decapitado pela truculência de Herodes. Tornara-se o sinal maior de conversão para aquele povo. Arrebatara multidões e os exortara a uma mudança radical de vida, e do modo de agir. O sinal que marcou definitivamente o coração dos seus discípulos, aconteceu quando estavam reunidos alguns, e ele, apontando para Jesus que passava ao longe, exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Dois deles seguiram Jesus e passaram aquela tarde com ele. Os outros se entreolharam porque João não os havia retido. Percebendo as suas inquietações, interveio: “É necessário que eu diminua, para que ele cresça”. O Precursor, aquele que estremecera no seio de Isabel, repleto do Espírito Santo, nos dá a primeira lição: o menor é o maior quando é HUMILDE.

João andava por todo o deserto da Judéia pregando um batismo de penitência para o perdão dos pecados. Missionário itinerante, não possuía residência fixa, determinada. Onde houvesse pessoas que se achegassem a ele eram acolhidas e exortadas à conversão. Na sua linguagem dura e sincera, atingia religiosos, soldados, autoridades e a gente do povo. E aí ele nos deixa uma segunda lição: o menor é o maior quando a sua vida torna-se um constante SERVIÇO ao próximo.

Desconfiaram certa feita, de que João Batista pudesse ser o Messias. A sua reação foi imediata: “Após mim, vem aquele de quem eu não sou digno de desatar as suas sandálias. Eu vos batizo com água, ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Eu sou a voz que clama no deserto”. Ele é apenas a voz. Voz que anuncia, denuncia, aponta, exorta e corta com a sua língua - verdadeiro machado - as raízes do orgulho, da vaidade, do egoísmo, da ganância, da maldade, da presunção e, sobretudo, as raízes do desamor daqueles corações empedernidos. Este modo de agir nos remete à terceira lição: o menor é o maior quando, no seu dia a dia, exercita a OBEDIÊNCIA.

Humildade, serviço e obediência, são frutos perfeitos do Amor. Como é difícil seguir as lições durante a caminhada! Quantas vezes pensamos em desistir! E agora é Jesus que nos dá a grande lição: “Só os violentos conquistam o Reino dos Céus”. Temos que nos violentarmos a nós mesmos se quisermos seguir os passos do Senhor. Violentar, quebrar os grilhões, as amarras de emoções descontroladas, de sentimentos de revolta, de afetividade desvirtuada, de coração endurecido, de temperamento destemperado... Não é fácil! Os obstáculos são inumeráveis! Mas o menor só poderá ser o maior na Humildade, no Serviço e na Obediência, porque são os doces frutos do Amor.

ALMacêdo

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 14/11/2012
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