SÁBIA INDAGAÇÃO

Mateus 17,10-13

Os escribas eram os intérpretes da Lei. Estudiosos incansáveis, judeus radicais e zelosos, verificaram que estava escrito no livro dos Reis que Elias fôra arrebatado numa carruagem de fogo, mas retornaria um dia para restabelecer o Reino.

O monte é lugar de encontro com Deus. Na descida do monte, ou seja, após momentos de oração e encontro com Deus, o Espírito Santo ilumina os discípulos para que indaguem de Jesus, e tirem definitivamente esta dúvida dos seus corações: “Por que os escribas dizem que Elias deve vir primeiro para restabelecer o Reino, se Elias já morreu?” Sábia indagação! Jesus responde que é verdade, que está escrito sobre a volta de Elias para que possam ser restabelecidas todas as coisas. Jesus não podia dizer que não. Estava escrito na Palavra de Deus.

O que fazer após uma indagação: ou silenciar ou responder. Jesus escolheu a segunda opção: “Mas eu vos digo que Elias já veio, mas não o conheceram”.

De princípio, a confusão deve ter sido geral. Não devem ter entendido nada. A maioria dos seus discípulos não tinha sequer instrução - pescadores, zelotas, gente do povo. Como fazê-los entender? Jesus encontra a forma correta. Complementa a sua resposta com um dado primordial: “fizeram com ele o quanto quiseram”. Imediatamente eles compreenderam que o personagem a quem Jesus se referia era João Batista.

Por qual motivo esta indagação surgiu? Porque os escribas interpretavam a Bíblia ao pé da letra. Davam uma explicação ingênua e infantil, sem profundidade e significado corretos. E não pode, nem deve ser assim. É neste tipo de interpretação desta passagem que os espíritas fundamentam a reencarnação. “Está vendo? Se João Batista é Elias, a reencarnação existe”. Cuidado, muito cuidado com este tipo de interpretação da Palavra de Deus!

E por que João é Elias que veio? Pelas semelhanças que havia entre os dois, na maneira de ser e de agir: o dom profético, a intrepidez, a coragem, a disposição, o jeito de anunciar a vinda do Reino, o clamor, a audácia, o apelo à conversão, a denúncia das injustiças sociais, o destemor... Todas estas características, e muitas outras mais, justificam esta última indagação. Quem tem olhos para ver, veja.

ALMacêdo

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 20/09/2012
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