NOÇÃO DE LIBERDADE PARA O FILÓSOFO AGOSTINHO
VALTÍVIO VIEIRA
Formação do Autor: Curso Superior em Gestão Pública, pela FATEC – Curitiba – PR; Licenciado em Filosofia, pelo Centro Universitário Claretiano – Curitiba – PR, Licenciado em Ciências Sociais, pela UCB – Universidade Castelo Branco – Rio de Janeiro – RJ, Pós-Graduado em Ciências Humanas e suas Tecnologias; Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal; Formação de Docentes e Orientadores Acadêmicos em Educação à Distância, e Pós-Graduando em Metodologia do Ensino Religioso, ambos pela FACINTER – Curitiba – PR.
SÃO BENTO DO SUL - SC
2012
NOÇÃO DE LIBERDADE PARA O FILÓSOFO AGOSTINHO
É propriamente característica do ato voluntário, que é livre porque é senhor de si mesmo. A este nível fundamental, há liberdade onde há vontade (os pecados), diminuem a liberdade e o homem vai e faz as coisas ou as paixões mundanas por sua própria vontade “Nada pode sujeitar o espírito à paixão, a não ser a própria vontade” (AGOSTINHO, 1986, p. 149). E tudo o que aumenta a liberdade (as virtudes).
A Liberdade propriamente dita é o poder ou a capacidade que tem o individuo de poder escolher. Há dois tipos de liberdade para Agostinho:
Liberdade Psicológica: que é capacidade do homem de agir ou não agir dentro de si. Ela nunca poderá ser perdida pelo homem.
Liberdade Moral: é a capacidade do homem de escolher entre o bem e o mal. E ela depende da responsabilidade do homem.
A liberdade é uma das mais essenciais e ao mesmo tempo, mais misteriosas dimensões do homem. É o característico de cada pessoa. O homem tem uma capacidade última de decisão que faz com que seja dono do seu destino, mesmo com as limitações apontadas. Como mistério profundo da pessoa, a liberdade se relaciona essencialmente com a moral. Pela liberdade o ser humano é dono de seus próprios atos e tem domínio de si mesmo.
Agostinho salienta a importância do livre-arbítrio, que é o princípio próprio do ato livre: vontade enquanto poder de determinar a si mesmo ou de poder escolher, o livre-arbítrio é propriedade da verdade “o livre- arbítrio é um bem em si mesmo, não mal. O abuso do bem não implica que esse bem se converta em mal” (AGOSTINHO, 1986, p. 255). O Livre-Arbítrio é algo que o ser humano tem, e sempre terá em sua vida, e ninguém poderá tirar do homem este bem “O homem deve usar o livre arbítrio que é a capacidade de agir ou não agir dentro de si, e nunca o homem pode perder isto” (AGOSTINHO, 1986, p. 252).
Na liberdade moral, o homem não precisa apenas pensar em fazer o mal, segundo a sua vontade, mas ver que pode também praticar o bem. Esta liberdade comporta a possibilidade de escolher entre o bem e o mal, portanto de crescer em perfeição do bem. Quanto mais pratica o bem, a pessoa se torna livre.
Não há verdadeira liberdade a não ser a serviço do bem e da justiça, deve melhorar a sua vida e de terceiros “a verdadeira liberdade não consiste na faculdade de escolher entre o bem e o mal, e sim no poder voltar-se para o bem e renunciar ao mal” (AGOSTINHO, 1986, p. 271).
Agostinho, em sua própria vida, mostrou um exemplo de liberdade, através de conversão livre. E por outro lado à decisão e vontade dele de não se casar “pelo que acho que minha decisão de não desejar e nem procurar esposa, nem me casar foi uma decisão suficiente, justa e útil pela liberdade de minha alma” (AGOSTINHO, 1998, p. 38). É na responsabilidade que o homem deve exercer sua liberdade.
REFERÊNCIA
AGOSTINHO, Santo. O Livre-Arbítrio. Trad. Antonio Soares pinheiro. Braga: Faculdade de Filosofia, 1986.
___________. A Vida Feliz. Trad.Nair de Assis Oliveira. São Paulo: Paulus, 1998.