Síntese da Carta aos Hebreus
Rev. C A Nickell
Escritor: Desconhecido. Provavelmente Paulo.
Endereçada a quem: Um grupo de crentes judaicos (Como Tiago e I e II Pedro). O grupo era conhecido pelo escritor (Hebreus 5.11-12; 6:9-10 e 12:4).
Data: Cerca de 65 A.D. (Escrita de Roma 13:24)
Propósito: Apresentar Cristo como a preemente, completa e final revelação de Deus. Reprimir a apostasia dos judeus cristãos que tinham a intenção de voltar ao judaísmo (Pearlaman).
Versículo chave: 4.14
Palavras chave: “fé” 31 vezes – 24 no capítulo 11; “celestial” 16 vezes; “perfeição” 13 vezes; “superior” 13 vezes; “melhor” 12 vezes;
Coisas notáveis:
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Hebreus é o único livro que trata por completo o ministério sacerdotal de Cristo (Luck);
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Nenhum outro livro do NT contém tantas advertências. As palavras “para que não” ou equivalentes são usadas 7 vezes para apresentar o perigo (2:1; 3:12-13; 4:11; 12:3, 13, 15-16). A apostasia é mostrada como o pecado mais negro que alguém pode cometer (Orr);
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Hebreus é o livro maior da Bíblia para encorajar os crentes na fé, e para desafiá-los a “prosseguir” até a maturidade da perfeição (Orr);
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A superioridade de Cristo e o novo concerto baseado no Seu sangue é a base para encorajamento e advertência ao leitor. Aqueles que já estão instruídos e iluminados pelo Evangelho, mas ainda não aceitaram Cristo como Salvador são advertidos a não voltarem a trás, deixando de aceitar “tão grande salvação” (Luck);
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Oprimidos pelas tribulações presentes e pelo pensamento de adversidades futuras, cederam ao desânimo. Eles ficavam atrás no progresso espiritual (5:11-14); muitos estavam negligenciando o culto (10:24-25); muitos, cansados de andar pela fé, estavam olhando para o magnífico templo de Jerusalém, com seus sacrifícios e ritos imponentes. Havia a tentação de abandonar o cristianismo e voltar ao judaísmo. Para impedir esta apostasia, foi escrita esta epístola;
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Note-se a habilidade do escritor em tratar com esses cristãos desanimados e sem esperança. A) Primeiro, ele ocupa suas mentes com a glória da Pessoa e com a grandeza da Obra do Senhor Jesus Cristo; B) Refere-se, em seguida, ao fato de que ao invés de termos perdido tudo, ganhamos tudo (notar: “temos” em 4:14; 6:19; 8:1; 10:34; 13:10-14) e que seu cristianismo era superior ao judaismo. C) Mostra, depois, que não havia, até ali, sofrido como os outros. Coleridge mostra, de maneira belíssima, que, enquanto a epístola aos Romanos prova a necessidade da religião cristã, o objetivo de Hebreus é provar a sua superioridade. E isto, o autor demonstra, não em detrimento do Velho, mas revelando que o Novo é o cumprimento do Velho. Não se nega que tinham boas coisas no velho sistema, porém, era preciso concordar que, agora tinham tudo “melhor”. Esta epístola tem sido chamada de “O quinto Evangelho”. Os outros quatro falam da Sua obra na terra, e este fala da terra, mas também de Sua obra no céu.