A IMORTALIDADE DA ALMA E A MORTE DO CORPO
A IMORTALIDADE DA ALMA E A MORTE DO CORPO
01. Qual o ensinamento de Allan Kardec, apresentado na aula anterior, que nos revela a natureza do Espíritos?
Pode-se dizer que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Eles povoam o universo, além do mundo material. (A)
Os Espíritos não são, como julgam muitos, classe à parte de criação, porém as almas, despidas do seu invólucro corporal, dos que viveram na Terra ou em outros mundos.
Todos quantos admitem a sobrevivência da alma ao corpo, admitem pela mesma razão, a existência dos Espíritos, negá-los, seria negar a alma. (B)
02. E qual a diferença, já apresentada na aula anterior, entre o Homem e o Espírito?
A união da alma, do períspirito e do corpo material constitui o homem; a alma e o períspirito sem o corpo constituem o ser chamado Espírito. (B)
03. Como se relaciona o Espírito ao corpo material e ao períspirito?
Do exame atento, do estudo constante e aprofundado do ser humano, uma coisa resulta – a existência, em nós, de três elementos: o corpo físico, o corpo fluído ou períspirito e, enfim, a alma ou espírito. (C)
Tem assim o Espírito duplo envoltório; a morte apenas o despoje do mais grosseiro; o segundo, que constitui o períspirito conserva a marca e forma do primeiro, do qual é uma espécie de sombra; mas a sua natureza essencialmente vaporosa permite que o espírito lhe modifique a forma à vontade e a torne visível ou invisível, palpável ou impalpável. (D)
04. Qual é a sede da alma?
A alma não se localiza como comumente se acredita, em um ponto particular do corpo; forma com os períspirito um conjunto fluídico, penetrável, assimilando-se ao corpo inteiro, com o qual forma um ser complexo. A morte não é assim, mais que um desdobramento. (B)
O5. As almas e os Espíritos são a mesma coisa?
Sim, pois antes de se unir ao corpo, a alma era um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível. (E)
06. Que é a morte?
A morte é o ato pelo qual nós nos libertamos do corpo material que nos serve de instrumento durante nossa vida na Terra. (F)
Quando o envoltório exterior está gasto e não pode mais funcionar, cai, e o espírito o abandona, como a nos de livra da casca, a árvore de cortiça, a serpente da pele, enfim, como se abandone uma roupa que não mais pode servir; é o que se chama morte. (B)
07. Em que sentido se deve entende a vida eterna, se sabemos que os homens morrem?
É a vida do Espírito que é eterna; a do corpo é transitória, passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna. (A)
08. Não seria mais exato chamar vida eterna a dos Espíritos puros, desses que, tendo atingido o grau de perfeição, não têm mais provas a sofrer?
Essa é antes a felicidade eterna. Mas tudo isto é uma questão de palavra: chamai as coisas como quiseres, desde que vos entendais. (A)
09. A morte atinge apenas ao corpo invólucro material?
A morte é somente a destruição do invólucro corporal, que a alma deixa, como a borboleta abandona a sua crisálida. Conservando, porém, o espírito, seu corpo fluídico ou períspirito: (B)
10. Porque a morte, na linguagem Espírita, é chamada desencarne?
Quando nascemos, nós nos encarnamos, quando morremos, nos desencarnamos.
Nós não morremos nunca porque somos espíritos imortais, o que morre é o nosso corpo. (E)
11. Em que se transforme a alma no instante do desencarne?
Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo do Espíritos, que ela havia deixado temporariamente. (A)
12. Que acontece ao Espírito que se liberta do corpo?
A morte do corpo liberta o espírito do laço que o retinha na Terra e o fazia sofrer; e uma vez libertado desse fardo, não lhe resta senão o corpo etéreo, que lhe permite percorrer o espaço e vencer as distâncias com a rapidez do pensamento. (B)
13. E que acontece quando o homem pensa libertar-se pelo suicídio?
Pobres Espíritos, que não tiveram a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem, e não aos que não têm forças nem coragem. As atribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Infelizes, ao contrário, os que esperam uma saída nisso que, na sua impiedade, chamam sorte ou acaso! (A)
As consequências do suicídio são as mais diversas. Não há penalidade fixadas, e em todos os casos elas são sempre relativas ás causas que o produziram. Mas uma consequência a que o suicídio não pode escapar é o desapontamento. De resto, a sorte não é a mesma para todos, dependendo das circunstancias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros numa nova existência, que será pior que aquele cujo curso interromperam. (A)
Estava reservado ao espiritismo demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é apenas uma infração a uma moral, consideração que pouco importa para certos indivíduos, mas pelos próprios fatos que coloca sob os nossos olhos. (A)
14. Qual é natureza íntima da alma?
Isso é ainda incompreensível para o homem na Terra. (E)
É – nós desconhecida a natureza íntima da alma. Dizendo-se que ela é imaterial, esta palavra deve ser entendida em sentido relativo e não absoluto, porquanto a imaterialidade completa seria o nada. Ora, a alma ou o espírito, é alguma coisa que pensa, sente e quer, tem-se, pois, que entender, quando a qualificamos de “imaterial”, que a sua essência difere tanto do que conhecemos fisicamente, que nenhuma analogia guarda com a matéria. (G)
15. A alma conserva sua individualidade após o desencarne?
Sim, não a perda nunca. (E)
Não conservassem a sua individualidade após a morte, e isto para as almas, como para nós, seria o mesmo que não existir, não teriam nenhum caráter de distinção, e a do criminoso estaria na mesma altura que a do homem do bem. Consequência: não haveria interesse nenhum em praticar-se o bem. (B)
16. A alma reconhece sua Individualidade após a desencarnação?
A alma reconhece mesmo sua individualidade da alma, porque tem pensamento e vontade, próprios e distintos um dos outros, verifica essa individualidade por seu invólucro fluídico ou períspirito, espécie de corpo limitado, que a torna um ser distinto?
17. Que prova podemos ter da individualidade da alma?
A individualidade da alma é provada de modo material, por assim dizer, nas manifestações espíritas, pela linguagem e qualidades inerentes a cada uma, pois elas pensam e procedem de modo diverso: umas são boas e outras más, umas sábias e outras ignorantes, umas desejam o que outras não aspiram, o que prova evidentemente que não estão confundidas em um todo homogêneo; isto sem falar das provas patentes que nos fornecem, de haverem animado tal ou tal individuo na Terra.
Graças ao Espiritismo, a individualidade da alma não é mais uma coisa vaga, porém o resultado da observação. (B)
18. Como é que a alma manifesta a sua Individualidade no mundo dos Espíritos?
Por meio do seu períspirito, corpo fluídico que lhe é próprio, e que se modifica de acordo com o seu progresso. (E)
19. Como se encontram os Espíritos no plano espiritual?
Como existem homens em todos os graus de saber e ignorância, de bondade e malvadez, o mesmo acontece com os Espíritos.
Alguns destes são tão frívolos e travessos; outros são mentirosos, fraudulentos, hipócritas, maus e vingativos, outros, ao invés, possuem as mais excelsas virtudes e o saber em medida desconhecida na Terra.
Esta diversidade na qualidade dos Espíritos é um dos pontos a considerar, porque explica a natureza boa ou má das comunicações recebidas, em distingui-las devemos empregar todo o nosso cuidado. (B)
20. Com o desencarne os Espíritos tornam-se perfeitos e sábios?
Uma ideia quase geral, entre os que desconhecem o Espírito, é a de que os Espíritos, pelo simples fato de estarem desprendidos da matéria, devem saber tudo, estar de posse da sabedoria suprema.
É grave erro.
Não sendo senão as almas dos homens, os Espíritos não alcançam a perfeição logo que deixam o envoltório terrenal. (B)
21. E como ocorre o progresso do Espírito?
O seu progresso só se processa com o tem o tempo, e não é senão paulatinamente que eles se despojam das suas imperfeições e conquistam os conhecimentos que lhes faltam.
Tão ilógico seria admitir que o Espírito de um selvagem ou de um criminoso se tornasse de pronto, sábio e virtuoso, quanto contrário à justiça de Deus supor que ele continua eternamente na sua inferioridade. (B)
22. Como se processa a separação entre a alma e o corpo?
O desprendimento se realiza progressivamente e com lentidão variável, conforme os indivíduos e as circunstancias da morte.
Os laços que retêm a alma ao corpo não se rompem senão aos poucos, a tanto menos rapidamente quanto a vida tiver sido mais material e sensual. (B)
A alma se desprende gradualmente e não escapa como um pássaro cativo subitamente libertado. Os dois estados se tocam e se confundem, de maneira que o Espírito de desprende pouco a pouco dos seus liames, estes se soltam e não se rompem. (A)
23. A separação da alma e do corpo é dolorosa?
Não, o corpo, frequentemente, sofre mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nada sente. Os sofrimentos que às vezes se provam no momento da morte são um prazer para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio. (A)
24. Que ocorre com a alma, logo que se desencarna?
No instante da morte, tudo se apresenta obscuro, é-lhe preciso algum tempo para se reconhecer; ela conserva-se tonta, como na situação do homem que emerge de um profundo sono e tenta entender a sua situação.
A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam a proporção que se elimina a influencia da matéria do qual vem de libertar-se e que se desfaz o nevoeiro que lhe obscurece os pensamentos. (B)
25. Todos os Espíritos experimentam, no mesmo grau e pelo mesmo tempo, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo?
Não, pois isso depende da sua elevação. Aquele que já está depurado se reconhece quase imediatamente, porque se desprendeu da matéria durante a vida corpórea, enquanto o homem carnal, cuja consciência não é pura, conserva por muito mais tempo a impressão da matéria. (A)
26. Que sensação experimenta a alma no momento em que se reconhece no mundo dos Espíritos?
“Depende. Se fizeste o mal com o desejo de o fazer, encontrar-te-ás, no primeiro momento, envergonhado de o haver feito. Para o justo, é muito diferente: ele se sente aliviado de um grande peso, porque não receia olhar nenhum perquiridor”. (A)
27. O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influencia sobre a duração maior ou menor da perturbação?
Uma grande influencia, pois o Espírito compreende antecipadamente a sua situação: mas a prática do bem e pureza de consciência são o que exerce maior influencia. (A)
Sim e muito, pois o espirita compreende com antecedência a sua situação, mas isso não o exime do sofrimento que ele possa merecer. A prática do bem e da consciência sã influem mais que qualquer conhecimento sobre o estado espiritual. (E)
FONTES DE ESTUDO:
(A) Allan Kardec – O Livro dos Espíritos
(B) Allan Kardec – O Principiante Espírita
(C) Léon Denis – O Além e a Sobrevivência do Ser
(D) Allan Kardec – Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita
(E) Léon Denis – Catecismo Espírita
(F) Eliseu Rigonatti – 52 Lições de Catecismo Espírita
(G) Gabriel Delanne – A Alma é Imortal