Prova Heurística da Existência de Deus

Desde a antiguidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas mãos (Salmo 102:25).

Prova Heurística da Existência de Deus

A existência de Deus não precisa de prova; mas para os cépticos...

Por muitos anos observei em minha chácara o comportamento de diversos animais: aves, insetos, lagartos, animais domésticos, etc., e todos eles pareciam ´programados´ para realizar suas tarefas diárias e noturnas. Ao contrário do que muitos biólogos, naturalistas, ambientalistas, e leigos propagam em seus escritos e falas, nada há de surpreendente em suas atividades, das quais só duas merecem ser comentadas. Parece que todos eles têm um ´programa´ desenhado em seus genes para essas duas atividades: a procura de alimento, e a procriação.

Vi que várias aves faziam seus ninhos nas aberturas sob o telhado do pátio. Após a desova, as aves chocam seus ovos dos quais nascem os filhotes. Aí começa a tarefa incansável desses animais: a procura de alimento para seus filhotes. Era de admirar a resistência física dessas aves ao sair do ninho e voltar com alguma migalha para alimentar os filhotes. Ao cair da noite, elas se acomodavam no ninho, mas ao acender as luminárias do pátio instantaneamente pela ação de um relé fotoelétrico (desses que estão instalados em cada poste de rua), as aves voltavam às suas atividades como que ´pensando´ que o dia voltara.

Quando instalei esse relé fotoelétrico durante o dia houve necessidade de observar se a instalação estava correta, já que o sistema eletrônico acoplado a fotocélula aciona o relé para acender a luz durante a noite, e apagá-la ao nascer do sol. Para isso, bastou cobrir a dispositivo instalado na cumeeira do telhado com um pano preto para ver que a luz acendia mesmo de dia. Naturalmente a fotocélula ´pensou´ que a noite havia chegado....

As aves se comportavam do mesmo modo que a fotocélula. Ora, isto já não é tão novidade assim já que durante um eclipse total do sol, quase todos os animais procedem da mesma maneira, exceto certos insetos como a formiga, que tem uma atividade diuturna. Parece que essa observação e essa experiência dão fortes evidências de que os animais não têm uma consciência. Agem como se fossem os autômatos de Descartes. (Um exemplo bastante significativo é o do carro que estava sendo treinado para rodar sem motorista. Para isso o computador de bordo tinha que aprender a distinguir onde é estrada e onde não é. Foram-lhe apresentados vários exemplos. O carro conseguiu absoluto sucesso em vários testes. Até que, num dia ensolarado, o caro saiu da pista, bateu contra uma árvore e se espatifou. Os pesquisadores descobriram então que o carro não havia aprendido ´o que é uma estrada´, mas sim ´o que é escuro´, pois inadvertidamente todos os exemplos de aprendizado tinham sido feitos à tarde quando o ambiente estava sombrio. Quando o teste foi feito num dia ensolarado apenas a árvore estava escura. Conclusão: o carro escolheu a árvore, como se fosse a estrada). No exemplo do passarinho, ele e a fotocélula ´pensam´ do mesmo modo. É a seleção artificial do homo sapiens...

Nada há de criativo em seus ninhos: sempre a mesma forma e a mesa tessitura de galinhos secos arranjados adredemente durante várias gerações de aves que fazem ninhos nos nichos do telhado do pátio. O mesmo se pode dizer da teia das aranhas, dos formigueiros, das colméias de abelhas, etc, que se repetem sucessivamente sem apresentar nenhuma novidade arquitetônica, ou de forma. Não é preciso ir muito longe para se ver que cada espécie apresente um programa de vida. Também não se pode negar que os animais têm certa afetividade e temor, mas que é também instintivo e repetitivo: é o afago de um gato ao roçar a perna do dono, a alegria orgásmica do cão quando seu dono retorna de uma viagem, o desvelo maternal da leoa para seus filhotes, a proteção da galinha aos seus pintinhos, o cerco dos elefantes em torno dos seus filhotes contra o leão predador, a fuga desesperada da gazela ante a ameaça dos felinos africanos, o pressentimento de aves domésticas ante a aproximação de um gavião. Alguns cientistas acreditam que as aves migratórias que voam milhares de quilômetros, desde o Canadá até a América do Sul, têm desenhado em seus genes um mapa do céu, pois é inacreditável que uma aeronave fizesse esse percurso sem o auxílio de instrumentos de alta tecnologia. Isso é maravilhoso, como o é também o sentido de direção do morcego, o instinto de preservação, o mimetismo de certas espécies, a astúcia e crueldade dos chipanzés, e a sensualidade dos bonobos. Entretanto, alguém já viu um chipanzé dando aula?

No reino vegetal a alimentação se faz através da absorção pelas raízes dos minerais e da água através da fotossíntese(é um complexo processo físico-quimico), sendo a reprodução aparentemente assexuada, não havendo o contato sexual propriamente dito como no reino animal, que é precedido pela sedução e intenção de adquirir prazer.

Pode-se resumir, dizendo que em cada espécie viva está gravado um programa em seus genes. Podemos usar a metáfora do computador. A estrutura físico-química dos animais e dos vegetais é o ´hardware´, e o programa que está nos genes é o ´software´. Esses dois estados são níveis de organização independentes. O programa diz o que fazer às diversas partes do hardware, mas não tem nada a ver com a física e a química deste. O software está num nível de organização mais elevado. Lembre-se do jogo do xadrez entre o supercomputador Deep Blue da IBM(este computador processa mais de um bilhão de jogadas por segundo) e o genial mestre russo Garry Kasparov. Este perdeu o jogo porque não é uma máquina que só opera com 0s e 1s. O programa da máquina opera num nível diferente da dinâmica das peças virtuais do xadrez que se deslocam pela ação dos elétrons nos circuitos eletrônicos do computador, obedecendo às leis da física. Cada um opera num nível de organização diferente.

Já o homo sapiens também tem limites na sua decantada universalidade intelectual. A lógica é sempre confiável? O genial matemático australiano Kurt Gödel(1906-1978) mostrou em seu teorema da incompleteza que a lógica tem limites que a levam a paradoxos, como as que surgem das proposições auto-referenciáveis. Paulo, o apóstolo, se refere ao um filósofo de Creta que proclamava a seguinte frase: ´Todos os Cretenses são mentirosos´. Ora, se o filósofo estava dizendo a verdade, ele estava mentindo, pois ele próprio era um Cretense. Por outro lado, se ele estava mentindo, ele estava dizendo a verdade. O filósofo, matemático e escritor, Bertand Russel (1872-1970) também elaborou a seguinte proposição:´Um homem de Sevilha é barbeado pelo Barbeiro de Sevilha se e somente se o homem não se barbeia. O Barbeiro de Sevilha se barbeia?´ Ora, se ele se barbeia, ele não pode vir a ser barbeado pelo Barbeiro de Sevilha, e, portanto, ele não se barbeia; mas se ele não se barbeia, ele consegue ser barbeado pelo Barbeiro de Sevilha, e, portanto, ele se barbeia. Gödel descobriu que as contradições lógicas que infectam as proposições auto-referenciáveis também estavam presentes na matemática, pois assim como alguém não pode decidir se todos os Cretenses são mentirosos, ou, se o Barbeiro de Sevilha se barbeia, ninguém pode decidir se certas proposições matemáticas são verdadeiras ou não. O teorema de Gödel provou um furacão no então edifício majestoso e seguro da matemática. Se Voltaire fosse vivo, ficaria decepcionado com sua Deusa da Razão. Os antropólogos e assemelhados têm teorias que se assemelham as essas proposições, tal com a metáfora do ovo e da galinha.

Então, a natureza tem um programa para cada espécie viva? O ardoroso Darwinista dirá que foi a seleção natural que moldou o cérebro de cada espécie viva animal, ou a fisiologia vegetal. Mas não é bem assim! A natureza pode ter moldado o hardware; mas o software exige uma consciência que faz parte de uma inteligência e opera num nível mais elevado que o hardware das espécies. O ocaso não opera com fatores cognitivos. A mecânica quântica atribui ao observador um papel primordial em uma experiência. O elétron só é visível como partícula quando alguém o observa, isto é, uma consciência; fora disto é uma onda que preenche todo o espaço. Assim o observador cria a realidade! Ora, a existência do homem só foi possível se ´Alguém´ o observou. Então Ele o criou!

De outro modo imagine se toda espécie humana fosse extinta, exceto um sobrevivente. Esta consciência ainda atestaria a existência objetiva do universo. Se esta última testemunha consciente também perece, ainda existe o universo? A resposta só é ´sim´ se existe uma Consciência. Assim a realidade objetiva do universo só tem sentido se Esta consciência existe. Einstein enfatizava que existem boas razões para se acreditar na existência objetiva do universo. Se assim for, só Deus pode atestá-la.

LSFerreira
Enviado por LSFerreira em 12/03/2012
Código do texto: T3550286