A MULHER

Percorrendo as páginas da Bíblia, surpreendemo-nos em quatro ocasiões com o tratamento que Jesus dispensa à sua mãe. De certo modo tendenciamos a constatar certo tipo de acolhimento indelicado e desatencioso por parte do Filho com relação à Mãe. É necessário que entendamos a realidade verdadeira, para que não nos deixemos levar pelas “ondas do mar protestante”, ondas revoltas e revoltadas.

No livro do Gênesis, capítulo três, versículo quinze, Deus diz para Satanás: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça, e tu a ferireis no calcanhar”. É o proto Evangelho – primeiro anúncio de salvação.

Deus, na sua onisciência e sabedoria infinitas, desde toda a eternidade tinha o conhecimento da queda da mulher e do homem. Por conseguinte, já havia pensado, desde todos os séculos, em uma mulher que fosse a tudo semelhante a primeira e diferente em tudo da primeira. Escolhida, eleita, amada pelo Pai, A Cheia de Graça recebeu o nome de Maria.

No Evangelho de João, capítulo dois, que narra o episódio das Bodas de Caná, Maria vê os cônjuges aflitos e preocupados porque o vinho havia chegado ao fim. Dirige-se até o Filho e diz: “Eles já não têm vinho”. Respondeu-lhe Jesus: “Mulher, isso nos compete a nós? Minha hora ainda não chegou”. O que está por trás desta palavra empregada por Jesus? Desrespeito? Indelicadeza? Desatenção? Sendo A Cheia de Graça, como o Filho poderia tratá-la assim? O que se encontra nas entrelinhas?

É como se Jesus dissesse: “Mulher, tu és aquela a quem o meu Pai se referiu no primeiro anúncio da Salvação. Tu não és uma mulher comum, tu és a mulher, aquela que esmagará a cabeça da serpente. Tu és a minha Mãe, mas acima de tudo a mulher do Gênesis, imergida na palavra do Pai”.

Em João, capítulo dezenove, versículo vinte e seis, está escrito: Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe”. E dessa hora em diante o discípulo a levou para sua casa.

Neste contexto a mulher também é mãe. Somos irmãos da descendência da mulher, porque somos filhos adotivos de Maria. “João – como se Jesus falasse baixinho - esta mulher é tua mãe. Cuida dela, ama-a como eu a amo. Não a deixes sozinha ao desamparo. Ela vai precisar muito da tua ternura, do teu carinho, da tua atenção. Sê suporte para ela e ela será suporte para ti”. João é cada um de nós. Graças ao Senhor não somos órfãos. Temos uma mãezinha no céu para interceder por nós, e que é a mulher.

No livro do Apocalipse, capítulo doze, versículo um, lemos: “Apareceu um grande sinal no céu: uma Mulher vestida de sol, tendo a lua sob os seus pés, e na cabeça uma coroa de doze estrelas”. A Mulher triunfante. A Mulher gloriosa. A Mulher coroada, de corpo e alma, Rainha do céu e da terra, dos anjos e dos santos. A Mulher. Mãe de Jesus, Mãe da Igreja e nossa Mãe. Simplesmente Maria.

ALMacêdo

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 25/01/2012
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