No olho do furacão: salve-se quem puder!

Pretendo refletir fazendo uma analogia sobre uma espécie de furacão - ligado ao ser humano - pontuando o epílogo à série de escritos até aqui desenvolvidos, como resultados de situações vivenciadas nos últimos dois anos.

Apontando-se novos caminhos ou direcionamentos, reflexões que conduzam outros a soluções e caminhos distintos. Outras pessoas que por desventura possam estar em meio ao olho de semelhante furacão, ou à deriva em busca de socorro.

Repensando sobre o papel da mulher, nas sociedades da pós-modernidade, e em culturas Orientais africanas lusófonas. Seja tal mulher cristã ou não. Sentimentos não se convertem a Jesus. Eles são modificados pelo evangelho, quando que os acolhe reconhece Jesus como Senhor de sua vida e atos.

Fazendo-se uma analogia entre o mar e o mundo – sociedade/pessoas -, poderíamos neles identificar, não apenas: primeira, segunda ou terceira ondas, - ondas não de mar, e sim ondas de evolução da sociedade, tão comentadas por Alvin Toffler em seu livro “A Terceira Onda” – ao referir-se ao advento das tecnologias avançadas, ou ao avanço das Tecnologias da Informação em especifico. Identificaríamos em ambos os casos o olho do furacão - local ou situação de onde ninguém sairá com vida após ser engolido -, cujo epicentro, gira numa fúria maligna, tragando e destruindo tudo o que encontrar pela frente, tudo o que cair em sua “garganta” em velocidade alucinada, podendo estar presentes em ambos os locais ou situações.

No Ocidente encontramos para além de todas as transformações tecnológicas, as transformações no papel vivenciado pelo elemento feminino na atual sociedade. Papel para o qual muitas não tiveram tempo para adequar-se ao mesmo, seja na sociedade da informação, seja sociedade no aspecto discutido na sociologia. Mulheres as quais, tem adentrado espaços até então considerados “masculinos”, percebe-se a figura da mulher como que saindo da “calma praia” que parecia ser o lar, ambiente onde ela sempre foi vista como a “matriz reprodutiva”, ou “madeira” pra toda e qualquer obra. Como se fosse um capacho no qual se pisa se limpa a poeira. Alguém incapaz de pensar e decidir, quando o assunto seja algo mais elevado. Que funcione como papagaio, apenas repetindo o lhe seja permitido pelo homem que estiver a seu lado, seja como líder, chefe ou esposo.

Na Bíblia encontramos propostas diferenciadas ao papel da mulher ocupando posição de responsabilidade e compromisso ao lado do homem como auxiliadora idônea, tanto na construção como manutenção do lar e elemento capaz de interagir no meio social de seu tempo. Tanto que a mulher foi a responsável pela vinda do Salvador ao mundo. E Deus sequer precisava lançar mãos deste recurso para trazer seu filho ao mundo. Poderia tê-lo feito ao estilo do primeiro homem a ser criado. Deus decidiu dar à mulher - não ao homem - , o privilégio de participar deste seu projeto de salvação da humanidade. Projeto nem sempre compreendido, nem sempre aceito por todos os seres humanos, muito embora, todos tem igual direito à tal benefício. Deus nos deu a primeira e grande lição sobre Direitos Iguais a todos os seres humanos.

Na sociedade brasileira destacarei dois casos distintos: Rachel de Queiroz foi o primeiro deles, quando passou a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, um reduto desde sempre considerado masculino. Como se a inteligência fosse um artigo de luxo, e a dignidade fosse um prerrogativa viril.

“Em 4 de agosto de 1977, a romancista foi eleita para ocupar a cadeira na Academia Brasileira de Letras. A ocasião foi especial, afinal ela foi a primeira mulher a ingressar na academia. Em 1997, a Jovem Pan conversou com a escritora, que falou sobre seu cuidado com o uso da palavra. A posse de Rachel de Queiroz na Academia Brasileira de Letras aconteceu em 4 de novembro de 1977. Nascida em Fortaleza, a grande escritora faleceu no Rio de Janeiro, no mesmo dia, porém, no ano de 2003”.

Outro caso no Brasil, é a recente conquista da atual presidenta: Dilma Russef : “Dilma é a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Nascida em 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte (MG), a presidente eleita é formada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e trabalhou na Fundação de Economia e Estatística (FEE). Depois, organizou debates no IEPES (Instituto de Estudos Políticos e Sociais) e, com Carlos Araújo, de quem é divorciada, ajudou a fundar o PDT do Rio Grande do Sul”.

Na Argentina encontramos também situação semelhante. “Na segunda-feira 29/10/07 Argentina acorda com uma presidente eleita nas urnas pela primeira vez em sua história, logo depois de a primeira-dama do país, Cristina Fernández de Kirchner, ter vencido facilmente o pleito de domingo.

Encontramos por mero exemplo na Inglaterra na década de 80, aquela mulher denominada “mão de ferro”. Encontramos então: “A primeira mulher a assumir o posto como primeira ministra: “Em 1979, a vitória do Partido Conservador garantiu a Margaret, o cargo de Primeira Ministra da Grã-Bretanha, dessa forma, ele se tornou a primeira mulher a dirigir uma democracia moderna”.

Até bem poucas décadas passadas a única “carreira” na qual a mulher podia destacar-se e ser “bem sucedida” era como “dona de casa”, esposa e mãe. E nesta esfera ela entrava com seu “capital - sexo” de valor inestimável para o mundo masculino. E lá permanecia até que a morte os separasse. Tal situação tem mudado e muito, e nem sempre para melhor. Tal mudança nem sempre acrescenta dignidade à condição da mulher como pessoa capaz de interagir no meio social.

Hoje tal visão está mudando, -não muito-, como consequência das mutações sofridas sobre a importância do casamento, constituição e manutenção da família como célula máter da sociedade.

Percebe-se o surgimento de epicentros no alto mar das relações matrimoniais cujas origens podem estar atreladas aos seguintes fatores:

1- O despreparo com o qual muitas pessoas entram para o casamento é assustador, se não desesperador. Pensam que casamento consiste em ter um casal, emprego, e móveis nos quais possam dormir, cozer suas refeições e um carro;

2-A falta de comunicação entre os casais é causa brutal da morte de muitos relacionamentos. O homem em geral sente-se mais à vontade para contar seus problemas e sonhos pessoais, seus “segredos” a uma colega de Faculdade, da Internet, ou à secretária, do que para sua esposa. Talvez por medo de ser incompreendido, ridicularizado. Por sentir-se inseguro e não quer demonstrá-lo para a companheira, nem deseja pedir ajuda. Quer passar por forte e seguro de si, o que nem sempre corresponde à verdade. Ou até acham-na retrógrada, sem condições de oferecer um tipo de ajuda mais requintada como eles esperam. Acham a esposa meio “bobona”.

3-Incapacidade de ambos em manter um diálogo aberto e franco. Faltam palavras adequadas, vocabulário que expresse o que realmente sentem, falta proximidade e confiança com a esposa para juntos resolverem os problemas que os afastam, criando vácuos – ausência de comunicação -, e isolamento que matam o relacionamento. Cara a cara não é possível abreviar-se as sensações de desconfortos como acontecem nos sites de relacionamentos.

4-Monotonia, rotina, mesmice, falta de novidades, relacionamento metódico. Os resultados são presumíveis e previsíveis. O elemento surpresa está sempre ausente. As atividades – inclusive a atividade sexual - acontecem sempre da mesma forma, nos mesmos lugares, do mesmo jeito, no mesmo ritmo, com a mesma embalagem. Os anos vão se passando, a beleza física se vai. A mulher que no dia do casamento era um violão, - perdoe-me a franqueza - pode acabar como um “colchão amarrado ao meio”. O violão que outrora portava belas embalagens tornou-se o “colchão” e perdeu tais embalagens, agora está sempre de pijama. Acorda de pijama, assim passa o dia, e já está “pronta” para dormir.

Detalhe: está “pronta” e cheirando a óleo e cebola, para além de suor. Não há camarada que aguente uma situação destas, por mais que seja crente ou cristão. Haverá de sonhar com as cheirosas de boticário encontradas em outros lugares fora do lar. Infelizmente, é assim que funciona, aceitem ou não!

Pense no cenário, que pode estar em qualquer local: no ônibus, no metrô, na Faculdade, ao chegar ao escritório ( até nos bancos da Igreja, sim, até lá). Em qualquer destes lugares sempre haverão mulheres bonitas, cheirosas e bem vestidas - numa bela embalagem -, salto alto bico fino, meias finas, pernas sedosas, pés sem chulé. Pra concorrerem com a mulher que ficar em casa descuidada, despenteada, sem fazer uma escova moderna nos cabelos pra economizar dinheiro do marido ( aí, ele pega o que ela economizou e gasta-o com a outra), enquanto a mulher “Amélia” que queria ser a mulher de verdade, só pensando em panelas, perde o marido e fica com as panelas. Os tempos mudaram. Não somente no filme do Charles Chaplin, na Terra, não apenas em Marte, vida real também.

Se o homem for de carne, osso, sangue, hormônios, células, glândulas, - todos esses ingredientes que compõe os elementos da terra-, entrará em “parafuso” (leia-se): perderá a noção, o juízo, o bom senso. Se não entrar em parafuso – nem em troca de uma mulher bonitona-, ele é lá de Marte, não é da Terra, não. Ou então, é convertido mesmo a Cristo Jesus de corpo, alma e coração. Já que é do coração que procede os maus pensamentos. Um santo. Um mártir do cristianismo.

Pode jogá-lo no tacho com óleo quente que ele não renunciará sua fé em Cristo nem sua santidade sem a qual ninguém verá a Deus. Lembrando que para pecar e errar não precisa acontecer muitas coisas. Basta um “olharzinho” a mais, um abraço mais caloroso – daquele que a esposa já não oferece mais, e quando oferece já não é bem aceito-, qualquer sinal de leve pode se a raiz do joio a ser plantado pelo inimigo no terreno onde só Deus poderia plantar.

Apóstolo Paulo faz um alerta sério em Romanos 7.14 a 24. “14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. 15 Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço. 16 E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. 17 Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. 19 Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. 20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. 21 Acho então esta lei em mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo. 22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; 23 mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros. 24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?”

Qualquer que estiver de pé deverá olhar por si mesmo para não cair. Este é um espaço de areias movediças, qualquer um pode cair, basta para tanto estar de pé, crendo-se autossuficiente. Ao perder seu controle qualquer individuo, já estará fora da cobertura divina, e será presa fácil para o laço do passarinheiro, que anda rugindo e bramando como leão procurando a quem possa tragar.

Poderiam perguntar-se: Mas então, o homem cristão que não ama sua esposa é forçado a permanecer num relacionamento que não lhe é prazeroso, contra seu gosto e contra suas necessidades físicas. Apenas para não divorciar-se? Complexidade à vista. Muita calma nesta hora, muito joelho em terra, (cuide-se para não criar calos, homens não suportam calos em mulher), e busque sinceramente a direção divina para não perder de vista o olhar compassivo de Deus. Pelo menos isto você não pode perder. Perder o marido já é um prejuízo. Perder o marido e perder a comunhão com Deus, aí já é a desgraça completa!

Em primeiro lugar é importante refletir, pensar, analisar.

Ter em mente que a responsabilidade: tanto sobre a construção, quanto sobre a destruição de um bom relacionamento é dos dois.

Jogar a culpa no outro não diminuirá os problemas e destroços resultantes para toda a família, pelo contrário, só criará mais desamor e desgostos, mau humor. Procure ver e entender onde houve rachadura no relacionamento.

Será de grande ajuda o conversarem com franqueza e cordialidade dentro do humanamente possível para detectar o que causou o distanciamento, e se ainda é possível fazer o resgate. Se houveram muitas discussões, ou se o homem se fechou para ti ao abrir-se para a outra dificultará e muito a situação. Procurar extrair um aprendizado sólido da triste situação e se possível, ajudar outros a evitar cair no mesmo laço. Ser útil aos demais é um bom caminho.

Para tal resgate. Não basta conseguir um amigo do casal - alguém que fale em nome do marido aquilo que ele não quer falar-, para fazer a intermediação. Como não resolve fingir que tudo está bem e simplesmente tocar o relacionamento capengando para frente. Quando alguém tem um câncer, extrai-se o tumor, não se coloca maquiagem para fingir que ele não está ali. No meu caso particular, um pastor se prontificou a pedir que perdoasse, maquiasse o tumor, esquecesse e continuasse com o casamento pelo bem das filhas. Um absurdo a meu ver.

Sou a favor de que se arranque tumor. Pensem juntos:

1-Quem errou para com a esposa? Foi o pastor amigo ou o marido? O marido! Então ele que teve coragem de olhar e gostar da outra, deverá ter igual coragem para falar com a esposa à procura de solução, se é que deseje algum tipo de solução. Ele é quem deve encará-la, pedir perdão a ela e a Deus, e falar sobre sua disposição de resgatar o relacionamento caso haja tal desejo. Ele não pediu ao colega para gostar da “outra”, no momento de pedir perdão tem de usar o colega? Nenhuma esposa com o mínimo de juízo, irá perdoar alguém que não manifestou atitude de arrependimento, vergonha pelo estrago provocado nela e para os filhos.

2-Ao desprezar sua ex-mulher, o homem matou-lhe muitos sonhos, e expectativas de vida, autoestima e a motivação para continuar vivendo e lutando. Sonhos que talvez não haja como resgatá-los. Poderão com muita força de vontade criar novos sonhos, outros sonhos, talvez até melhores, mais amadurecidos: se ambos, assim o desejarem. Mesmo que o relacionamento volte próximo do normal, ou até melhore, sempre ficará aquele cicatriz maldita: “ o dia que Le e olhou , desejou, e gostou da outra”. Sempre irei me lembrar dos dias 16 e 17 de Novembro de 2008. Não dá para arrancar tal dia, tal data do calendário. Bem como não há como apagar da memória dele o momento do clic, no seu cérebro ao ver a “outra”. Jesus pode fazer algo. Não me pergunte o quê, nem como, pois, eu não terei resposta convincente.

3- Ao sonhar com a possibilidade de começar nova vida com outra mulher, o homem vira um adolescente: friozinho na barriga só em pensar na possibilidade de outros encontros ou e-mails, saudades infinitas, suspira feito adolescente, geme de amor e dor. Constatando a impossibilidade de culminar tais desejos, pode tornar-se doentio. Então pode haver a necessidade de um acompanhamento com um psicólogo. Mudarem de casa pode ajudar. Mudança de ambiente e de atividades sempre é benéfica. A resistência à mudança pode indicar que ele ainda está apegado não apenas à mulher, como resiste em deixar de buscar tal possibilidade. Ele não pretende desistir, nem que Deus o force. Se ele resiste a tais mudanças necessárias. Então, novamente a mulher traída estará se embrenhando na manutenção de um relacionamento no qual somente ela estará interessada. Não trará resultados benéficos nem produtivos para a família. Será melhor deixar o homem quebrar a cara, ou pecar à vontade. E se Deus quiser tratar com ele que o faça. A mulher já teve seu tempo para conquistá-lo quando nova se não o conseguiu, só Deus poderá demovê-lo da outra, se ele não quiser ouvir a Deus. Terá tempo para se evitar as consequências de fazer aquilo que não é agradável a Deus. Sair fora é a melhor opção.

4-A mulher com muitos anos de casada pode até continuar a ostentar uma aliança no dedo anelar. Seu marido com certeza não desejará continuar com nenhuma aliança que lhe recorde o lar e a infelicidade de estar casado com quem não deseja mais. A aliança no coração cabe ao marido mantê-la, do que à mulher. Se ele não o fizer, de nada valerá uma argola de ouro de trezentos gramas no dedo apenas para mascarar a situação. Até porque, mascara para os de fora. Ela mesma saberá que nada mudou. Que seu “marido”, deu-se a outra mais jovem que ela. Esta dor, um anel de ouro não tira da alma.

5-Irem juntos à Igreja, ao templo, ao mercado, pouco ou nada adianta caminharem próximos um do outro na Rua, se estão distantes no coração, se não estão juntos nos ideais de nutrirem a família que construíram e agora se vê desconstruída quando o homem voa para longe do lar e de suas responsabilidades.

Não adianta fingir amor. Amor tem três aspectos indissolúveis para manter um casamento de pé. Se faltar um deles a casa cai e o casamento também:

a- Ágape: que é o amor divino. A base de todo relacionamento puro cristalino, sem podridão do adultério seja ele espiritual ao deixarmos Deus de fora do negócio, seja no pensamento ao desejar outra pessoa, na prática na cama ou virtual.

b- Fileo: que é o amor desenvolvido entre pais e filhos, entre irmãos de sangue ou de fé, entre verdadeiros amigos. Não aquela amizade interesseira. Vou ter amizade com aquela pessoa porque ela poderá me indicar para novo emprego. Este não é o amor fileo, é o interesseiro. Como não o é aquele onde a mulher faz amizade com o casal para depois puxar o tapete da esposa e ficar com o marido dela.

c- Eros: É o amor físico, carnal, mas, necessário para a manutenção do relacionamento entre homem e mulher funcionando. Um casamento sem Eros, não vai pra frente. Não adianta serem bons cristãos e não desenvolverem o Eros. Manterão apenas um relacionamento como irmãos, e nunca como casal. A falta deste tipo de amor, leva muitos ao divórcio. Por não saberem como conquistá-lo. A mulher casada, por vezes acredita que apenas sendo esmerada dona de casa, boa mãe para sua prole, fazer um almoço saboroso, é o protótipo de “boa esposa”.

Engana-se completamente aquela que assim pensar. Eu errei profundamente neste quesito. Quer outra dica? Se seu marido lhe disser: Amor, você se parece com uma freira! Não receba isto como elogio. Crendo-se muito religiosa e, portanto: a esposa dos sonhos dele. Eu ouvi tal frase. E a interpretei dessa forma. Quanta burrice! Ele só faltou me dizer: Mulher: acorda! Eu preciso de amante e não de uma madre superiora dentro do quarto! Eu fui néscia! Não entendi a mensagem. Bastou ele encontrar alguém, mais mulher que eu, e lá se foi a vaca para o brejo com corda e tudo, como diziam os antigos, ao referir-se a uma situação suja.

Ao chegar a esta altura, o casal percebe o quanto estão distantes um do outro, criou-se vínculos com pessoas de fora, na Faculdade, na empresa, no colégio dos filhos, na feira. Em qualquer lugar e com qualquer pessoa menos com a esposa. É aquela pastor que ouve com genuína atenção às lamurias do todas as mulheres 500 na Igreja, mas não suporta responder ao bom dia da esposa. Tem uma palavra amiga para cada uma delas, mas não sabe tirar o lixo da casa para a Rua, numa forma de colaborar com a esposa.

Em Novembro de 2009, meu ex-marido se esmerou para orar e ajudar sua “amiga” que também cantava como eu já cantei em um coral. Ele sabia tudo o que ela cantava: Piu Jesu”, Requiem, etc e tal. Interessava-se por cada nota melodiosa.

Interessante: eu cantei durante sete anos no coral da Faculdade Teologica Batista em SP, onde cursava Musica Sacra para Deus.

Cantei e ele nunca me perguntou sobre um Ré ou Dó. Fui aos EUA com o coro cantar, ele sequer perguntou o que cantaríamos. Orar por nós - nem digo por mim -? Imagine! No entanto orou e se empenhou dedicadamente nos encontro musicais da mulher gaucha lá de Porto Alegre a qual ele disse que viu uma única vez! Me engano que eu gosto de ser enganada!

Quando lhe cobrei sobre tal descaso para comigo e com o curso, o qual eu fazia para ser útil na causa de Deus, ele respondeu-me que sou muito invejosa daquela menina! Que eu fiz teologia e ela não sabia nada de teologia, então eu era invejosa! O que tem a ver alhos com bugalhos?

6- Por último, porém não menos importante: Exercitar sempre! Ter mente alerta para ver nas entrelinhas do relacionamento a fim de perceber cedo quando algo não esteja funcionando como deve. Não estive alerta, o furacão jogou-me no seu olho, e no olho da Rua da amargura.

Prevenir é sempre melhor que remediar. Já dizia o velho ditado!

a- O pai das minhas filhas NUNCA se lembrou de nenhuma data comemorativa comigo, nada era importante o suficiente para merecer sua recordação. Creio que sequer se recorda o texto bíblico que estava no convite do casamento: Rute cap. 1 ver. 16 17 “Não me instes a que te abandone e deixe de seguir-te. Porque aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo será o meu povo, o teu Deus será o meu Deus. 17 Onde quer que morreres, morrerei eu, e ali serei sepultada. Assim me faça o Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti”.

Se nem o texto tem importância, logo nunca me amou.

Eu sempre desejei ouvir dele o texto de Cantares de Salomão 8.6 e 7 “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo, verdadeira labareda do Senhor. 7 As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá- lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado”.

Nunca ouvi nada dele neste sentido, nunca passou de sonho, acordei para a realidade sem nunca ouvir nada;

b- Durante quase vinte anos juntos, nunca recebi sequer um bilhetinho dizendo nada de amor, nunca recebi um único Email, nunca fui levada para jantar fora em comemoração de nada, nem aniverssário natalício, nem de casamento, nem dias dos namorados, nem dia das mães. Nada comigo mereceu ser comemorado, nem lembrado.

No último Dezembro de 2010, próximo à data de aniversario de nosso casamento estávamos na igreja em Guarulhos, e o pastor pediu para ir à frente quem estivesse completando algum motivo de aniversario. Levantei-me para ir até o local indicado.

Meu ex-esposo puxou-me pelo braço dizendo que nada tinha a comemorar. Fiquei ali paralisada de dor e vergonha.

Vinte anos nos quais pensei ter-lhe ajudado em algo, nada!

Duas filhas como resultado de nossos contatos físicos, e nada!

Dez cirurgias, durante as quais lhe cuidei, levando ao hospital, dando-lhe remédios, comida no jeito, e nada!

Nada disso serviu como motivo para comemoração.

Vinte anos e ele sem família. Tentei como pude ser parte de família para ele, e nada disso mereceu nenhuma comemoração.

No entanto, a mulher de Porto Alegre, mereceu muito mais.

Ainda na última sexta-feira dia 18 de Novembro de 2011, data em que se comemoravam três anos de seu relacionamento com ela em Botucatu, e eu o encontrei na Internet com o site "delaninfa" aberto.

Deleitando-se ante a pagina dela com o tal vestido vermelho de sempre. Extasiado!

Dei-lhe os parabéns! Que mais poderia fazer? Três anos, e ele ali, a se remorder nas lembranças. Nada comigo mereceu ser lembrado, comemorado, ou recordado.

Mulheres do meu Brasil e África, fiquem alertas, quando seu cônjuge se mostrar mais cuidadoso com os de fora do que com os da casa...

É sinal vermelho, nem amarelo será mais. Provérbios 3.29 diz:

” Não maquines o mal contra o teu próximo, que habita contigo confiadamente”. O próximo pode ser a esposa dentro de casa, inocente.

A esposa que não fica em estado de alerta, pode ser pega desprevinida, de forma inocente e traiçoeira.

c- Fui rechaçada e cobrada centenas de vezes por desejar ser amada. Dizia-me que eu era carente e sem graça. Ele sequer preocupou-se em fingir que me amava, Eu é que fui cega e descuidada ao não perceber.

Fui escarnecida várias vezes, à luz de Provérbios 14.1 “Toda mulher sábia edifica a sua casa; a insensata, porém, derruba-a com as suas mãos”. E Provérbios 27.15 “goteira contínua num dia chuvoso e a mulher rixosa são semelhantes; 16 retê-la é reter o vento, ou segurar o óleo com a destra”.

Quem não se tornaria richosa ao perceber-se deixada de lado, ao ser escarnecida por não receber amor legítimo , dentro de um relacionamento igualmente legítimo. Ao perceber que outra pessoa com metade de sua idade está sendo louvada dia e noirte na rede virtual, enquanto você em casa só recebe patadas.

d- Forço-me a ir na Internet em Julho de 2010, quando eu havia escrito dois Emails, para a mulher de Porto Alegre, e ela deixou de lhe escrever. Forçou-me a escrever-lhe dizendo que eu não o conhecia.

Que ele não era meu marido, que eu fui intrometida, e que havia me apossado de sua correspondência.

Tive que escrever a ela dizendo que ela continuasse com as cartas para o homem africano, que eu dissera que era meu marido.

Que eles deveriam continuar com sua amizade. Chorei muito na Internet.

A humilhação foi tremenda. Cheguei a planejar suicídio de dor e vergonha. Deus me livrou, me ajudou a recuperar-me. Por isto posso escrever a qualquer pessoa que por tal situação esteja passando: Deus é nosso auxilio e fortaleza, socorro bem presente nos momentos de angústia. Homem nenhum, merece que percamos nossa vida – nosso maior tesouro- em razão de desespero por um casamento falido.

e- Julho de 2011, três após tantos solavancos, ainda encontrei em um computador da lan house onde usamos a Internet outra carta dela para ela com oito páginas. E eu nunca mereci uma linha sequer. Carta de amor e sonhos linda! Parecia conto do Guarani, ou Shakespiare! Eu nunca recebi nada idêntico, nem semelhante! Deus me confortou! Hoje posso te consolar com as mesmas bênçãos as quais Ele me consolou.

Caso você que me lê hoje seja uma distraída como eu fui, fique atenta. Não deixe portas abertas por onde o inimigo possa entrar. Uma traição não começa pelos frutos, começa pela semente, pequenina, quase imperceptível. Os frutos, causam muita dor, são amargos para todos na família.

Pastores que porventura me leiam na Internet. Por favor me entendam. Não estou me vingando pela falta do amor que nunca tive. Quero que Deus use minha triste experiência para alertar outros que esteja adentrando este caminho sem volta, e possam sair dele antes que se enredem pelos laços do passarinheiro, e venham a charar fazer seus filhos chorarem por algo que eles não tem culpa.

Pastores, não se iludam crendo-se firmes o suficientes para não caírem no laço. O diabo é astuto e sutil. Como líderes, voces tem muita responsabilidade em esninar o povo a fugir da aparência do mal. Ninguém brinca com fogo sem queimar-seé Bíblico. Se assim não fosse a Bíblia seria mentirosa.

Dormi na travessia do mar da vida. Jesus não dorme. O diabo também não. Temos que ficar atentos para não afundarmos.

Vi muita tempestade, senti muita dor, e ainda sinto, mas vi Jesus de perto como nunca antes. Jesus é real.

Eu nunca havia visto de perto, só de palavras. E palavras são meras palavras, nada mais que palavras.

Hoje eu posso dizer: Eu sei em quem tenho crido e estou certa de que é poderoso para guardar o meu tesouro- minha vida- e fazer muito mais do que o pouco que sei e consigo pedir.

Concluo afirmando que: enfrentar um mar em ressaca nunca foi tarefa fácil, nem simples. De igual forma, não é fácil reconstruir um casamento destruído pelo furacão da paixão com uma terceira pessoa, seja ela mulher ou o diabo que tire o outro de dentro do foco divino. Ser varrido para dentro do olho deste furacão é tremendamente dolorido, assustador, e traiçoeiro. O furacão pode ser de natureza física ou espiritual, mas sempre exigirá muita luta e persistência para que alguém consiga dele sair.

O relacionamento entre um homem e uma mulher: a necessidade e decisão entre fazer a vontade de carne e a vontade de Deus nunca foi decisão fácil. O apostolo já escreveu sobre tal dilema entre a carne e a vida de santidade em Romanos 7

“Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço. 16 E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. 17 Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está.

19 Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. 20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. 21 Acho então esta lei em mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo. 22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; 23 mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros.

24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?”

Só Deus pode proporcionar libertação ao homem e à mulher de tais desejos ilícitos e carnais que trazem morte ao espírito. Adúlteros ao se casarem enquanto um dos dopis for vivo Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido. Muitos, inclusive pastores tem se enredado em relacionamentos ilícitos e encontrado desculpas esfarrapadas para nelas permanecerem. Divorciam-se para se casarem de novo.

Deus não tolera o pecado. Mas dá o perdão a quem lhe peça com genuidno arrependimento e de Deus perdoa, quem sou eu ou qualquer de nós seres humanos falíveis para não perdoar. E ainda ficar em estado de alerta para não cair em erro semelhante ou cair no erro do orgulho crendo-se mais santo e sem pecado que os demais mortais.

A Bíblia é enfática, sobre o segundo casamento, e muitos pastores inclusive tem se casado novamente, mesmo sendo eles a causa da separação, dura coisa é cair nas mãos do Deus vivo. Que o Senhor lhes dê capacidade para fugir do pecado e de igual forma capacite as esposa no sentido de ajudá-los a serem melhores maridos, sendo elas mesmas melhores esposas e não apenas líder de MCA, entre outras atividades.

3 De sorte que, enquanto viver o marido, será chamado adúltera, se for de outro homem; mas, se ele morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera se for de outro marido.

Deus não precisa de mais adúlteros no mundo. E de não salvos o inferno já está bem repleto. É tempo de buscarmos viver a santificação sem a qual ninguém jamais verá a Deus, tendo em mente que no céu ninguém se casa nem se dá em casamento, mas, nem por isto precisamos viver de forma dissoluta enquanto aqui estivermos como se a vida fosse só para prazeres sexuais. Há outras fontes de alegria na vida. Fujamos do olho do furacão. A vida é muito curta para perdermos tanto tempo com lágrimas e dores oriundas de sofrimentos ao cairmos no olho do furacão emocional gerado pelas necessidades sexuais muitas vezes não satisfeitas por não dialogarmos e não conhecermos o próprio corpo.

De um final melhor para sua história de vida, sem jogá-la no olho do furacão.

Nadir Neves
Enviado por Nadir Neves em 24/11/2011
Código do texto: T3354097
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