Argumentos sobre a existência de Deus
a) Argumento Cosmológico (relacionado ao Universo);
O Cosmos exige uma causa de si, que se chama Deus. Não há efeito sem causa. Todo o ser que começa a existir tem uma causa. O universo tem um grau de complexidade superior a qualquer obra humana conhecida. Logo não se pode admitir que tenha aparecido sem que um Ser lhe tenha dado a existência. Assim como um edifício pressupõe um engenheiro ou um quadro o pintor. Esse Ser chama-se Deus.
b) Argumento Teleológico (relacionado à razão);
Esta filosofia afirma que os homens, capazes de ter e expressar desejos, sendo capazes de agir com uma intenção e consciência teleológicas, isto é, dirigidas para um objetivo, é explicável. Entretanto, como se poderá entender que os animais e mesmo vegetais, sem nenhuma idéia consciente de finalidade, sejam capazes de agir na direção de propósitos que eles mesmos desconhecem? Do ponto de vista da experiência humana, o comportamento intencional só pode ser explicado por referência a uma mente e a uma vontade que o orientem. Portanto, só admitindo que o universo é governado por uma mente se poderá explicar a teleologia que se observa nos níveis inconscientes da realidade.
c) Argumento Ontológico (relacionado ao homem e suas crenças);
O assim denominado argumento ontológico da existência de Deus foi desenvolvido por Anselmo de Canterbury na obra "Proslogion". Os passos do raciocínio ontológico são os seguintes:
Existe na mente de todo homem a idéia de um ser que não se pode pensar outro maior;
Existir só na mente é menos perfeito do que existir na mente e também na realidade;
Se o ser maior do que o qual não se pode pensar outro só existisse na mente seria menor do que qualquer outro que também existisse na realidade;
Logo, o ser do qual não se pode pensar outro maior deve existir também na realidade (existência real necessária), logo conclui-se que existe Deus e esse ser é perfeitíssimo.
Em poucas palavras: "algo existe em meu pensamento, logo, existe também no mundo material!".
d) Argumento Moral (o homem como ser devedor, cobrado por uma Lei moral);
São preceitos que o homem descobre na sua consciência e que o fazem distinguir o bem do mal, o certo do errado, o justo do injusto e o impelem a praticar o bem e a evitar o mal. A lei moral teria três condições:
1. Obriga a todos os homens, por exemplo, prescreve-lhes o respeito à vida e à propriedade alheia, proíbe o assassinato e o roubo.
2. É superior ao homem, ninguém pode mudá-la ou revogá-la, por exemplo, ninguém poderá fazer com que o estupro de uma criança seja algo bom.
3. Obriga em consciência, isto é, quando a cumprimos, sentimos a satisfação do dever cumprido; quando a transgredimos, mesmo que às ocultas, sentimos remorsos.
A lei moral supõe um legislador que atenda a estas três condições, que seja superior ao homem, que possa obrigar a todos e que lhes possa ler na consciência. A este legislador chamamos Deus.
e) Argumento da Congruidade (a crença em alguém Superior, mesmo sem conhecer ao Deus verdadeiro).
Este argumento é baseado na crença de que a teoria que melhor explica os fatos relacionados a um objeto de observação é provavelmente a verdadeira. No que se refere à presente discussão, ele é enunciado assim: A crença na existência de Deus melhor explica os fatos de nossa natureza mental, moral e religiosa, bem como os fatos do universo material; portanto Deus existe. Ele afirma que sem este postulado os fatos relacionados são realmente inexplicáveis.