O mar da vida e suas tempestades
"Logo em seguida, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia a multidão. Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar. Ao anoitecer, ele estava ali sozinho, mas o barco já estava a considerável distância da terra, fustigado pelas ondas, porque o vento soprava contra eles.
Alta madrugada (entre 3 e 6 horas da manhã), Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar. Quando o viram andando sobre o mar, ficaram aterrorizados e disseram: ‘É um fantasma!’ E gritaram de medo. Mas Jesus imediatamente lhes disse: ‘Coragem! Sou eu. Não tenham medo!’
‘Senhor’, disse Pedro, ‘ se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas’.
‘Venha’, respondeu ele. Então Pedro saiu do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: ‘Senhor, salva-me!’" (Mt 14. 22-29 NVI)
Todos nós somos marinheiros, pois todos nós estamos com nossos barcos no mar da vida. Alguns navegam em jangadas, outros em Titanic’s ou em verdadeiros Queen Mary, enfim, não importa o navio, a verdade é que uma hora o tempo fecha e o mar fica revolto para todos. E quando isso acontece não adianta ter remos ou turbinas, o vento sempre é mais forte.
A Bíblia lida com a tempestade como algo inevitável, porque onde há mar, há tempestade. Uma hora ou outra o mar se revolta e uma tsunami acontece. Seja você cristão, budista, mulçumano, hindu, vai haver tempestade no mar da vida de todos. E quando ela chega o sentimento de solidão é a única realidade perceptível. O cansaço de remar sozinho toma conta de cada parte do corpo a ponto de querer se deixar engolir pela iminente e inevitável tormenta.
E é quando a coisa chega a esse ponto é que Jesus se apressa a vir ao encontro de barcos em apuros. E quando ele vem são pelo menos duas reações possíveis:
1. Ver a vinda de Jesus em auxilio como uma aparição fantasmagórica e impossível. Para muitos Deus e Jesus não passam de fantasmas, superstições criadas. Confundem a realidade do divino com uma realidade meramente supersticiosa. E são esses que nas tempestades ficam congelados, perdidos, pois não tem a quem pedir ajuda, afinal de contas, fantasma não ajuda ninguém. E assim continuam mergulhados em suas realidades tempestuosas.
2. Ver a vinda de Jesus em auxilio como uma chance de participar da experiência do divino. Assim como Pedro, nas tempestades da vida, alguns têm surto de divino e querem vivenciar tal realidade transcendente. Sentem-se verdadeiros deuses por conseguirem, ainda que por pouco tempo, andar sobre as águas.
A grande lição da vida é que existem momentos que não conseguiremos lidar sozinhos. Não só a tempestade vem, como nela é possível que afundemos. Afundamos porque não somos deuses. Conseguimos por determinado tempo andar acima da tempestade dos problemas, pelas águas turbulentas de sentimentos quebrados. Refugiamo-nos em nossa auto-suficiência. Mas, quando reparamos no tamanho das ondas, nos gritos dos ventos, afundamos.
Não importa quem você é. Se é rico ou pobre, você vai afundar, hora ou outra e quando isso acontecer, só resta uma coisa a fazer: gritar por ajuda.
Quando Pedro, o grande, o distensível viu que tinha entrado numa situação maior do que ele, só restou gritar: me salva! E o relato das Escrituras continua dizendo que “Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou.” (Mt 14. 31). Só existe uma pessoa que pode andar por cima de qualquer água: Jesus. E não importa se pra você ele é um fantasma (um ser não existente) ou se você é um Pedrão destemido, na hora da tormenta, quem gritar me salva, encontrará salvação, pois “o braço do SENHOR não está tão encolhido que não possa salvar, e o seu ouvido tão surdo que não possa ouvir”. (Isaías 59.1)
Ao navegar pelo mar da vida, ninguém precisa perder a luta contra a tempestade, porque seja dentro ou fora do barco, existe uma realidade que é maior do que o barco e do que o mar e apesar de ser a realidade mais poderosa que existe, ela está com a mão estendida para ajudar. Essa realidade se chama Jesus Cristo!