Vivemos num estado laico e não ateu!
Hoje pela manhã olhando as notícias do portal O Galileo, li uma entrevista da candidata do PV à Presidência da República Marina Silva, onde consta sua indignação por ser “caçada” literalmente falando devido a sua profissão de fé evangélica. Marina já havia reclamado dos preconceitos que sofre por parte da sociedade por ser "evangélica" e advertiu que não se podem privar aqueles que seguem essa orientação religiosa de ter os "seus alinhamentos políticos", porque quem o fizer estará condenando a "segregação política uma comunidade que é muito importante para o país".
Marina externa sua indignação falando assim:
- Já fui discriminada por ser pobre, por ser negra, por ser mulher. Agora tenho sofrido preconceito por ser evangélica, o que é estranho. Porque, graças a Deus, eu sei que o Estado é laico. E Estado laico não é estado ateu, mas para favorecer os que crêem e os que não crêem. Do mesmo jeito que quero ter o direito de professar a minha fé, a Constituição assegura o direito de quem não tem fé nenhuma e de quem professa uma outra fé, que não é a minha, a cristã evangélica. O que não se pode privar é aos cristãos evangélicos de terem seus alinhamentos políticos. Se não, a gente vai fazer segregação política de uma comunidade que é muito importante para o nosso país.
Lembrando que nesta coluna não faço campanha para nenhum partido, apesar de ter minhas convicções políticas, pois recebo visitas de pessoas das mais diversas agremiações partidárias, portanto devo respeitar meus leitores e não tornar este local, um espaço tendencioso, como muitos tablóides e emissoras que vemos por aí, que tentam manipular a opinião pública.
Porque cito a candidata Marina Silva? Pois a discriminação que ela sofre por ser cristã, também sofro no âmbito acadêmico. Como o curso de história é ateu por excelência, os professores falam de tolerância religiosa, de respeitar os credos e etc, mas “caem de pau” literalmente se tem algum cristão em sala de aula, não respeitando a laicidade do Estado que garante a liberdade religiosa das pessoas.
Tempos atrás em uma aula questionei o porquê de ataques à fé cristã em sala de aula em detrimento a outras filosofias, muitas vezes engrandecendo o islã, o hinduísmo ou até mesmo pregando um ateísmo escancarado, professores levando para o lado pessoal suas convicções e as impondo em sala de aula como “dogmas”, tornando as aulas tendenciosas e manipuladoras, não respeitando o credo religioso dos presentes, pois fazer críticas a igreja como instituição tudo bem, é saudável o questionamento, mas contra a fé das pessoas, é condenável! Tem professores e colegas que quando percebem que foram longe de mais em seus ataques preconceituosos falam assim: “Ah! Eu acredito em Deus...” esta afirmação para mim é muito subjetiva, banal e não tem sentido nenhum, pois a própria bíblia cristã diz: “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.” (Tiago 2,19).
Se tu queres ser ateu, cristão ou independente da confissão religiosa, tudo bem, mas vamos nos respeitar, vamos debater idéias e não pessoas, pois na mídia, nas universidades estão pregando um ateísmo escancarado, ridicularizando quem pensa diferente principalmente com quem é cristão, uma verdadeira “caça as bruxas”, não respeitando o artigo v, parágrafo VI da nossa constituição que diz assim: “ é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”