O CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO
Às vezes, tenho necessidade de falar de meus sonhos, de como imagino ver um dia o Brasil rumar para o desenvolvimento. Este momento de trevas, em que milhares de brasileiros morrem e as alternativas mais prováveis são de reeleger um louco ou trazer de volta alguém do passado para o poder, reforçam em mim a vontade de falar que as coisas podiam ser diferentes e que há sim um caminho do desenvolvimento, e sempre haverá a esperança de um dia escolhermos o certo e não o fácil.
O caminho do desenvolvimento passa por mudar a política. Precisamos ter uma forma do país ter um conjunto de pessoas liderando e com apoio da maioria da população. Não existe salvador da pátria, uma pessoa única que vá nos levar para frente. Acredito que deveríamos ter um sistema parlamentarista, para que as decisões não dependessem de um só, mas de uma coalizão, testada a todo momento para se manter no poder. Precisaria haver eleições periódicas e o líder só poder se reeleger se tivesse maioria absoluta, mais de 50% dos eleitores, não a pequena maioria dos votos válidos. Também deveria haver uma forma dos eleitores votarem em paralelo, de forma eletrônica nos principais projetos, para que a vontade da a população influenciasse os Congressistas. Assim, uma profunda Reforma Política é o passo um da trilha.
O desafio maior do caminho do desenvolvimento é a questão da desigualdade, que é bem mais difícil de resolver. Não existe país desenvolvido com maioria de pobres. Estudos da Oxfam, entidade não governamental, apontam que “Os seis homens mais ricos do Brasil têm riqueza idêntica à dos 50% mais pobres (cerca de 100 milhões de pessoas). Os 5% mais ricos têm a mesma riqueza que os restantes 95%.”. Isso só se resolve com uma profunda Reforma Tributária, que reduza impostos sobre salários e rendas de quem ganha até R$ 20.000 e aumente progressivamente os tributos sobre quem ganha mais. Somente no dia em que tivermos a maioria da população ganhando por mês ao menos os R$ 5.000 por família (R$ 1.350 por pessoa) que o DIEESE aponta como salário mínimo para ser independente do governo teremos consumo suficiente e estabilidade para não pular de uma recessão para outra a cada década.
O terceiro componente do caminho do desenvolvimento é racionalizar o Estado, os governos em todas instâncias, com uma Reforma Administrativa. Evidente que um país com 80% de pobres tem de ter um governo grande, que proporcione ao menos o mais básico, saúde, educação, transporte e segurança à população. Temos concursos públicos, mas cada órgão público está cheio de servidores comissionados indicados pelos políticos, sem o menor conhecimento do serviço que administram e facilitando a corrupção e desvio de finalidade. Temos uma elite do funcionalismo, composta pelo Poder Legislativo, Poder Judiciário, Forças Armadas e auditores fiscais, menos de 10% dos servidores, que respondem por mais de 60% dos gastos com folha de pagamento, salários e benefícios acima do teto de R$ 40.000, fazendo com que não haja recursos para contratar os servidores que resolvem nosso problema, profissionais de saúde, professores e policiais. É preciso racionalizar o Estado, para que os órgãos tenham gestão técnica e para que se pague salários justos e limitados, ao invés de criar milionários sustentados com dinheiro público.
CONCLUSÃO
Cada um pensa o que quer e tem seu viés na análise do país. Somos uma nação complexa, em que 5% dos mais ricos têm a mesma riqueza que os 95% restantes. Ao mesmo tempo, temos um governo gigante, mal gerido, cheio de defeitos, mas que provê um mínimo de educação e saúde públicas que outros países não têm, alguns mais ricos que nós. Temos um potencial de recursos naturais fantástico, uma das dez maiores populações do mundo.
Eu não sei se verei o Brasil trilhar este ou algum outro caminho do desenvolvimento, ele leva tempo e poucos países conseguem. A Coréia do Sul saiu de uma guerra nos anos 50 levou 60 anos para ser desenvolvida, enquanto a irmã Coreia do Norte permanece igual. O mundo muda, Chile e Uruguai viveram ditaduras militares estagnadas nos anos 70 e hoje parecem seguirem rumos certos para serem os primeiros países latino americanos desenvolvidos, não se sabe se conseguirão.
O sonho sempre existirá, deles nascem projetos que às vezes viram realidades. Este texto foi escrito para responder a um comentário do colega Raffert em “Nosso Papel na Política” sobre o que eu faria se fosse Senador da República. Eu defenderia cada uma destas partes do que entendo ser o caminho do desenvolvimento, como faço com meus textos e ideias. Quem sabe um dia minhas palavras ajudem pessoas a pensarem no mesmo rumo, seja o que sugiro ou algo melhor.
Às vezes, tenho necessidade de falar de meus sonhos, de como imagino ver um dia o Brasil rumar para o desenvolvimento. Este momento de trevas, em que milhares de brasileiros morrem e as alternativas mais prováveis são de reeleger um louco ou trazer de volta alguém do passado para o poder, reforçam em mim a vontade de falar que as coisas podiam ser diferentes e que há sim um caminho do desenvolvimento, e sempre haverá a esperança de um dia escolhermos o certo e não o fácil.
O caminho do desenvolvimento passa por mudar a política. Precisamos ter uma forma do país ter um conjunto de pessoas liderando e com apoio da maioria da população. Não existe salvador da pátria, uma pessoa única que vá nos levar para frente. Acredito que deveríamos ter um sistema parlamentarista, para que as decisões não dependessem de um só, mas de uma coalizão, testada a todo momento para se manter no poder. Precisaria haver eleições periódicas e o líder só poder se reeleger se tivesse maioria absoluta, mais de 50% dos eleitores, não a pequena maioria dos votos válidos. Também deveria haver uma forma dos eleitores votarem em paralelo, de forma eletrônica nos principais projetos, para que a vontade da a população influenciasse os Congressistas. Assim, uma profunda Reforma Política é o passo um da trilha.
O desafio maior do caminho do desenvolvimento é a questão da desigualdade, que é bem mais difícil de resolver. Não existe país desenvolvido com maioria de pobres. Estudos da Oxfam, entidade não governamental, apontam que “Os seis homens mais ricos do Brasil têm riqueza idêntica à dos 50% mais pobres (cerca de 100 milhões de pessoas). Os 5% mais ricos têm a mesma riqueza que os restantes 95%.”. Isso só se resolve com uma profunda Reforma Tributária, que reduza impostos sobre salários e rendas de quem ganha até R$ 20.000 e aumente progressivamente os tributos sobre quem ganha mais. Somente no dia em que tivermos a maioria da população ganhando por mês ao menos os R$ 5.000 por família (R$ 1.350 por pessoa) que o DIEESE aponta como salário mínimo para ser independente do governo teremos consumo suficiente e estabilidade para não pular de uma recessão para outra a cada década.
O terceiro componente do caminho do desenvolvimento é racionalizar o Estado, os governos em todas instâncias, com uma Reforma Administrativa. Evidente que um país com 80% de pobres tem de ter um governo grande, que proporcione ao menos o mais básico, saúde, educação, transporte e segurança à população. Temos concursos públicos, mas cada órgão público está cheio de servidores comissionados indicados pelos políticos, sem o menor conhecimento do serviço que administram e facilitando a corrupção e desvio de finalidade. Temos uma elite do funcionalismo, composta pelo Poder Legislativo, Poder Judiciário, Forças Armadas e auditores fiscais, menos de 10% dos servidores, que respondem por mais de 60% dos gastos com folha de pagamento, salários e benefícios acima do teto de R$ 40.000, fazendo com que não haja recursos para contratar os servidores que resolvem nosso problema, profissionais de saúde, professores e policiais. É preciso racionalizar o Estado, para que os órgãos tenham gestão técnica e para que se pague salários justos e limitados, ao invés de criar milionários sustentados com dinheiro público.
CONCLUSÃO
Cada um pensa o que quer e tem seu viés na análise do país. Somos uma nação complexa, em que 5% dos mais ricos têm a mesma riqueza que os 95% restantes. Ao mesmo tempo, temos um governo gigante, mal gerido, cheio de defeitos, mas que provê um mínimo de educação e saúde públicas que outros países não têm, alguns mais ricos que nós. Temos um potencial de recursos naturais fantástico, uma das dez maiores populações do mundo.
Eu não sei se verei o Brasil trilhar este ou algum outro caminho do desenvolvimento, ele leva tempo e poucos países conseguem. A Coréia do Sul saiu de uma guerra nos anos 50 levou 60 anos para ser desenvolvida, enquanto a irmã Coreia do Norte permanece igual. O mundo muda, Chile e Uruguai viveram ditaduras militares estagnadas nos anos 70 e hoje parecem seguirem rumos certos para serem os primeiros países latino americanos desenvolvidos, não se sabe se conseguirão.
O sonho sempre existirá, deles nascem projetos que às vezes viram realidades. Este texto foi escrito para responder a um comentário do colega Raffert em “Nosso Papel na Política” sobre o que eu faria se fosse Senador da República. Eu defenderia cada uma destas partes do que entendo ser o caminho do desenvolvimento, como faço com meus textos e ideias. Quem sabe um dia minhas palavras ajudem pessoas a pensarem no mesmo rumo, seja o que sugiro ou algo melhor.