De volta ao passado
35 anos após o fim da ditadura militar, o Brasil volta a viver sob o comando das Forças Armadas. Mas desta vez, ela não precisou pôr tanques nas ruas e nem usar de repressão. Entrou pela porta da frente através do voto de muitos brasileiros que acreditaram nos contos da carochinha.
Três anos após esse disparate, a imprensa – que muito contribuiu para que fosse instaurada essa tirania na qual vivemos – agora vem reclamar que está sendo atacada. E está mesmo. E os ataques não são brincadeirinhas: são insultos, difamação, humilhação e até agressão física a jornalistas. Esses ataques, que já são marca registrada da família do presidente, além de moralmente intoleráveis, são perigosos para a população brasileira que se vê privada de informações.
O STF – outro setor que também ajudou bastante para que o atual presidente fosse eleito e vem se acovardando a três anos diante dos disparates do chefe mor – agora vem se queixar dos despropósitos do capitão.
Talvez seja tarde demais! Com o Congresso quase que totalmente dominado pelo bando do Centrão, os militares – principalmente aqueles que têm mais estrelinhas nas divisas – estão bem felizes com suas mordomias, ocupando cada vez mais cargos no governo.
O que falta para que o senhor presidente adote um regime mais ao seu gosto: mais tirano e mais perverso? Acho que é voltarmos para “democracia” de 1964! De fato, estamos voltando, e a passos largos.
Se nada for feito em breve estaremos lá, com o capitão e sua tropa tocando a boiada, de volta para um passado, que se imaginava sepultado em cova funda, e agora ressurge como assombração. Quando a gente acordar... Que maravilha!
Nália Lacerda Viana, 22 de fevereiro de 2021