Somos 70% contra Bolsonaro, mas um exército ineficiente!

De ontem até hoje recebi 12 pedidos para ingressar em grupos distintos mas com o mesmo nome: “Somos 70% contra Bolsonaro”.

Esses grupos se formaram com base nas últimas pesquisas que demonstram aumento da rejeição do presidente da República, no quesito “ruim ou péssimo” com variação entre 43% a 50% dos ouvidos nas pesquisas.

Já aqueles que consideram o governo bom ou ótimo tem uma variação de 25% a 30% dos entrevistados.

Só para citar um dos últimos levantamentos realizados pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) para a XP Investimentos, mostraram os seguintes números:

“De acordo com a sondagem, aqueles que consideram a gestão Bolsonaro ruim ou péssima passaram de 49% no levantamento de 30 de abril para 50% agora. O percentual dos que consideram o governo ótimo ou bom foi de 27% na sondagem anterior para 25%, e o dos que consideram a gestão regular oscilou 1 ponto percentual para baixo, agora com 23%, ao passo que 2% não responderam, contra 1% na pesquisa anterior” .

Portanto, são com bases em números como esses que estão criando grupos nas redes sociais se dizendo maioria absoluta contra Jair Bolsonaro.

Só lembrando, que o Brasil em 2018, ano que foi eleito Bolsonaro, tinha o número de 209,5 milhões de habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 147,3 milhões de eleitores registrados, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Lembrando também, que Jair Bolsonaro fora eleito no segundo turno das eleições presidenciais com o total de 57.797.847 votos, seguido pelo petista, Fernando Haddad, que obteve 47.040.906 votos. E estavam aptos a votar 147.305.155 eleitores, também conforme o (TSE ).

Jair Bolsonaro venceu com 55,13% dos votos válidos (brancos e nulos são votos inválidos e não contam), contra 44,87% de Fernando Haddad .

Eu fiz esse relato todo para mostrar que Bolsonaro não teve maioria dos votos nem dos eleitores brasileiros e muito menos da população brasileira, pois dos eleitores registrados para votarem no segundo turno, 89.507.308 não votaram nele.

Também fiz esse relato todo para falar dos diversos grupos que estão se formando com o título “70% contra Bolsonaro”. Esse número que parece ser grandioso e factual também é mera ilusão, pois não adianta ter um volume enorme contra o presidente da República, se os seus membros não são coesos e não possuem um único partido, ideal e candidato.

Ao entrar em três desses grupos, os maiores em números de membros dos que me convidaram, para avalia-los sociologicamente e como um historiador ligado aos movimentos sociais; percebi o quão multifacetado, pluripartidário e divergentes em ideias eles são. Só possuem uma coisa em comum: o inimigo Jair Bolsonaro e a vontade de destruição e implosão do seu governo, mas nada!

Lá estão a Esquerda radical, a Esquerda moderada, pessoas de Centro, poucos de Direita que votaram em Bolsonaro e se arrependeram, muitos Ciristas, número grande de petistas, também apoiadores de Flávio Dino, governador do Maranhão, e até apoiadores da Marina Silva, mesmo consciente de que ela não possui mais chances para se tornar presidente.

Diante de tudo que li, vi, analisei e perscrutei nesses grupos, tenho as seguintes conclusões: de fato o número de pessoas contra Bolsonaro tem se avolumado, mas isso não quer dizer que ele não tem um forte apoio ainda, em torno de 30% dos eleitores brasileiros, que são capazes de colocá-lo no segundo turno da próxima eleição presidencial. Enquanto o grupo contrário a ele, por ser diverso e plural em ideias e perspectivas político-ideológico, mesmo sendo maioria, por não ser coesa e prudente, torna-se ineficaz ao ponto de o reeleger por conta das suas diferenças, rancores e divergências.

Não adianta ser maioria quando não se tem uma base comum. É infinitamente melhor ser minoria sendo coeso e possuir o mesmo ideal e finalidade. Não adianta a maioridade numérica com uma gritante diversidade de ideias, com inúmeros postulantes a candidatos e vários atores políticos que ao invés de se unirem para vencer, preferem perder com orgulho e altivez.

É infinitamente mais eficiente um exército menor atirando em uma única direção e com uma estratégia bem definida e clara do que um gigantesco exército sem ordem, com muitos líderes com pensamentos distintos e estratégias conflitantes que por conta da desordem torna-se ineficiente e derrotado.

União sem coesão gera destruição!

Notas:

https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2020/05/20/avaliacao-negativa-do-governo-bolsonaro-vai-a-50-e-atinge-novo-recorde-diz-xpipespe.htm?cmpid=copiaecola

https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/08/29/brasil-tem-mais-de-208-milhoes-de-habitantes-segundo-o-ibge.ghtml

http://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2018/Agosto/brasil-tem-147-3-milhoes-de-eleitores-aptos-a-votar-nas-eleicoes-2018

https://noticias.r7.com/eleicoes-2018/com-apuracao-concluida-bolsonaro-teve-5513-dos-votos-validos-28102018

Acioli Junior
Enviado por Acioli Junior em 02/06/2020
Reeditado em 02/06/2020
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