Te cuida Jotabê, também expulsaram Momo do Olimpo

Na rampa do palácio, o soberano Jotabê, a mulher a seu lado, de vestido tomara que caia, mira o seu povo heroico e declama, aos brados: - ''Eu sou realmente a Constituição’’. Antes de receber um golpe mortal, um dissidente entre seus apoiadores lhe pergunta: - ''Soberano, o que é a Constituição?''. O soberano lhe responde: - ''Constituição é realmente o Jotabê, tá OK?.'', estufando o peito, a camisa da seleção brasileira com as cores da Lavan: o verde e o amarelo. O mesmo dissidente lhe pergunta: - ''Soberano, o artigo 37''... A isto o soberano, de personalidade sanguínea, de muito sangue, exceto quando estocado, passa a apresentar sinais de grande fúria: - ''Isso daí já tô sabendo, tá OK? Aqueles princípios lá de juridiquês... como é que é... ilegalidade, pessoalidade, amoralidade, publicidade e ineficiência... tá certo?'', e sorri seu sorriso cheio de dentes. O dissidente, com pouco tempo de vida, meio acuado, lhe diz: - ''Publicidade está correto.'' Jotabê, brabo, muito brabo, mesmo depois de mostrar os dentes: - ''Ôh, quem é você? Quem é esse aí? Vamo baixa o ego, vamo baixa, que quem manda sou eu.'', e, olhando para a mulher, morena para o mundo, ele pergunta: - ''Como é que aqueles cientista político falam?'' A mulher, o sorriso mais verde que amarelo, na linguagem de sinais, lhe diz: ''Democracia''. Jotabê, os dentes de volta à boca, a mirar o povo heroico, ulula: - ‘’Isso aí! Oligarquia!’’. O povo, como um bom temente a Deus que não consegue acompanhar a missa do padre, só lhe ouvindo o final das orações, e acreditando repetir o que dissera o seu soberano, brada alto e retumbante, lágrimas aos olhos: - ‘’Democraciaaaaaaaa!’’.