A LIBERDADE... A VERDADE... A VIDA... "O Temido 'CLEMENTE', um Assassino, um Comunista, um Guerrilheiro e um Terrorista, que deixou um rastro de sangue durante o Regime Militar no Brasil". - (parte única).
A LIBERDADE... A VERDADE... A VIDA... “O Temido ‘Clemente’, um Assassino, um Comunista, um Guerrilheiro e um Terrorista, que deixou um rastro de sangue durante o Regime Militar no Brasil”. – (parte única)
CARLOS EUGÊNIO PAZ.
Origem: - Wikipédia, a enciclopédia livre.
Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz (de codinome Clemente), Maceió, 23 de julho de 1950 — Ribeirão Preto, 29 de junho de 2019 – 69 anos) foi um GUERRILHEIRO Alagoano, músico e escritor que participou da luta armada contra a ditadura militar no Brasil.
Ele foi o último COMANDANTE MILITAR da organização de Extrema-Esquerda Ação Libertadora Nacional (ALN), após a morte do GUERRILHEIRO Baiano Carlos Marighella e o JORNALISTA Paulista Joaquim Câmara Ferreira (também guerrilheiro), aos 21 anos de idade.
Um dos quatro brasileiros condenados à morte in absentia pelo regime, foi também um dos poucos integrantes da LUTA ARMADA que sobreviveu SEM NUNCA ter sido PRESO ou TORTURADO, EXILANDO-SE na EUROPA em 1973 após o desmantelamento das ORGANIZAÇÕES SUBVERSIVAS pelas forças de repressão do governo.
Foi um dos últimos brasileiros anistiados, em maio de 1982.
BIOGRAFIA e GUERRILHA.
Quando chegou ao Rio de Janeiro com a família, vindo de Alagoas, foi estudar no Colégio Andrews, onde seu sotaque nordestino era debochado, o que levava a brigas diárias do lado de fora da sala de aula.
Começou a fazer política em 1966, aos 16 anos e no ano seguinte, estudante do Colégio Pedro II, deixou a escola para ingressar na ALN do GUERRILHEIRO Baiano Carlos Marighella, por quem foi instruído a servir o Exército no Forte de Copacabana, de maneira a receber TREINAMENTO MILITAR, e a ter TREINAMENTO de CONTRA GUERRILHA, aprender a obedecer para no futuro aprender a comandar e entender o pensamento dos militares de maneira a se tornar um COMANDANTE MILITAR da GUERRILHA ARMADA.
Bom soldado, e, bom atirador, chegou a ser condecorado e homenageado pelo Comandante do Quartel, medalha que jogou fora num bueiro de Copacabana em 1969, após sua irmã ser torturada pelos militares.
Sob o codinome de "Clemente", uma homenagem ao JOGADOR de FUTEBOL Paulista Ari Clemente (depois segurança do banco SAFRA), um ex-lateral esquerdo do Corinthians e do Bangu, integrou o Grupo Tático Armado – GTA, da ALN, participando de DEZENAS de AÇÕES ARMADAS em assaltos a BANCOS, CARROS-FORTES – o primeiro assalto a um carro da Brink's no Brasil - enfrentamento com as FORÇAS de SEGURANÇA e panfletagem.
Em 1971, uma tentativa de sequestro do COMANDANTE do II EXÉRCITO, o MILITAR Humberto de Souza Mello (GENERAL), acabou sem mortos, nem feridos e nem seqüestrados, depois que os guerrilheiros, que cercaram o GENERAL, sua família e sua segurança na porta de uma Igreja Batista na Vila Mariana, foram eles mesmo cercados por agentes do DOI-CODI.
Por intervenção do GENERAL para que não houvesse um morticínio ali, todos acabaram se retirando cada grupo para seu lado.
No campo da política subversiva, foi um dos principais articuladores da campanha pelo voto nulo lançado pela ALN para as eleições de 1970, uma vitória da guerrilha.
JUNTO com os COMPANHEIROS, "CLEMENTE" EXECUTOU A SANGUE FRIO, dentro do carro em que ocupavam um CAPITÃO do EXÉRCITO, descoberto, infiltrado na guerrilha.
Em 23 de março de 1971, o mais polêmico ato da ALN foi cometido por ele, junto com a GUERRILHEIRA Fluminense Ana Maria Nacinovic Correia (militante comunista, abandonou o curso de BELAS ARTES da UFRJ), sua então companheira e seu grande amor na vida, o ADVOGADO Goiano Paulo de Tarso Celestino (também guerrilheiro) e Yuri Xavier Pereira (N. D. N.), com o apoio do MILITAR Pernambucano José Milton Barbosa (guerrilheiro, comunista e sargento radiotelegrafista do Exército) e o GUERRILHEIRO Fluminense Antonio Sérgio de Matos (este abandonou o curso de Direito da UFRJ).
Liderado por CLEMENTE foi realizado o “JUSTIÇAMENTO” (execução) do militante da ALN, o SOCIÓLOGO MÁRCIO LEITE de TOLEDO, ou MÁRCIO LEITE TOLEDO, o “Professor Pardal", em via pública, na altura do número 45 da Rua Caçapava, em São Paulo, por SUSPEITAS de UMA POSSÍVEL TRAIÇÃO por fraquezas mostradas pelo guerrilheiro em ações anteriores.
Em caso de DESERÇÃO ou PRISÃO, Márcio Leite de Toledo, um militante TREINADO em CUBA, tinha todos os planos, conhecimento de táticas de ação, e, identidades dos guerrilheiros da ALN.
Junto ao corpo foi deixado o seguinte comunicado: - A Ação Libertadora Nacional (ALN) executou, dia 23 de março de 1971, Márcio Leite Toledo. Esta execução teve o fim de resguardar a organização... Uma organização revolucionária, em guerra declarada, não pode permitir a quem tenha uma série de informações, como as que possuía, vacilações desta espécie, muito menos uma defecção deste grau em suas fileiras... Tolerância e conciliação tiveram funestas conseqüências na revolução brasileira... Ao assumir responsabilidade na organização cada quadro deve analisar sua capacidade e seu preparo.
Depois disto não se permitem recuos... A revolução não admitirá recuos!
Em sua guerra particular contra a ditadura militar, este foi o único ato do qual hoje o GUERRILHEIRO Alagoano Carlos Eugênio Paz sente remorso.
Menos de um mês depois, foi também o responsável pelo TIRO de MISERICÓRDIA que matou o empresário radicado em São Paulo o INDUSTRIAL DINAMARQUÊS Henning Boilesen, um dos principais financiadores da OBAN e espectador assíduo de tortura em presos políticos dentro das instalações do DOI-CODI, assassinado pelo GTA da ALN em 15 de abril de 1971, no meio da Rua Barão de Capanema, Jardim Paulista.
Sua mãe, Maria da Conceição Coelho Paz, recrutada por ele, também foi uma integrante da ALN, de codinome "Joana", depois de fazer um curso de ENFERMAGEM em CUBA para cuidar dos feridos da organização.
Em 1974, presa e torturada por um mês pelo ADVOGADO Fluminense Sérgio Fleury (também policial e delegado civil) para entregar o esconderijo do filho, que já estava fora do Brasil, nunca falou.
O ADVOGADO Fluminense Sérgio Paranhos Fleury (também delegado civil), que num confronto três anos antes com a ALN – que havia caído numa armadilha malsucedida tramada pelo MILITAR Sergipano Cabo Anselmo (também espião duplo) para pegarem "Clemente" – levou um tiro de raspão no nariz dado pelo GUERRILHEIRO Alagoano Carlos Eugênio Paz, que lamenta até hoje ter errado o tiro.
Escapou de todos os cercos, nunca foi ferido, mas viu aos poucos todos seus companheiros irem caindo pelo caminho, incluindo a GUERRILHEIRA Fluminense Ana Maria Nacinovic Correia, morta em junho de 1972 pela repressão, junto com Yuri Xavier Pereira (N. D. N.) na porta de um restaurante, onde almoçavam na Mooca, depois de denunciados pelo proprietário que os reconheceu num cartaz de "Procurados".
Contra sua vontade e por decisão do que restava da organização, deixou o Brasil pela Argentina, de ônibus, apresentando um documento em nome de José João da Silva no controle de fronteira, indo para HAVANA em 1973, onde faria curso de GUERRILHA.
Recusou uma oferta do GENERAL Cubano Arnaldo Ochoa de voltar comandando cem guerrilheiros cubanos que entrariam no país pela Amazônia e criaria um foco inicial de guerrilha na selva, internacionalizando o conflito.
Na época já existia a guerrilha rural, feita por brasileiros, a Guerrilha do Araguaia, nesse momento já em fase de aniquilamento.
Recusou, não por constatar que a guerra interna estava perdida, mas por fidelidade ao GUERRILHEIRO Baiano Carlos Marighella, que dizia que a revolução no Brasil deveria ser feita por guerrilheiros brasileiros.
De lá, partiu para a União Soviética e Tchecoslováquia até o destino final em Paris voltando ao país apenas em 1981 após se formar como Músico, três anos após a Anistia, para saber que não estava anistiado, pois seu caso era especial, condenado à revelia que estava a 124 anos de prisão.
Só conseguiu legalizar sua anistia política em 1982, através da embaixada da França em Brasília, depois de mais de um ano de batalha judicial com o STF.
VIDA POSTERIOR.
Graduado em Harmonie et Composition - Schola Cantorum, École Superieur de Musique, de Danse et d' Art Dramatique em 1981 na França, em sua volta ao Brasil trabalhou como PROFESSOR de MÚSICA em uma Creche em Botafogo, deu aulas na Escola Parque e abriu um Curso de Música em Ipanema.
Em 1988 teve um infarto, mas, foi salvo por uma angioplastia.
Foi PROFESSOR da UFRJ e OUVIDOR da Secretaria de Estado do Trabalho e Renda do Rio de Janeiro no período de 2000 a 2002.
Considerado DESERTOR pelo EXÉRCITO, requereu junto à Comissão de Anistia, a reintegração nas Forças Armadas, sendo reintegrado pelo Ministério da Justiça em fevereiro de 2010, com o posto de TERCEIRO-SARGENTO da reserva.
Observação do escriba: - O Ministro da Justiça na época deve ter sido o ADVOGADO Gaúcho Tarso Genro (também jornalista, professor, ensaísta, poeta e filiado ao PT), durante o Governo de Lula.
No mesmo ano foi candidato a Deputado Federal pelo PSB, recebendo apenas 567 votos e não conseguindo se eleger.
Seu último trabalho foi como ASSESSOR da Presidência Nacional do PSB.
É o autor dos livros “Viagem à Luta Armada” (Editora Civilização Brasileira, 1996) e “Nas Trilhas da ALN” (Grupo Editorial Record, 1997).
VER TAMBÉM.
Carlos Lamarca.
Juarez Guimarães de Brito.
Eduardo Collen Leite.
Observação do escriba: - Logo abaixo todas as referências sobre Carlos Eugênio da Paz, disponíveis na Wikipédia.
01 - A ALN e CUBA: - APOIO e CONFLITO por Denise Rollemberg Cad. AEL, v.8, n.14/15, (2001)
02 - Tavares, Ana Helena. «Memórias dos Anos de Chumbo». Carta Capital. Consultado em 14 de julho de 2017.
03 - Rollemberg, Denise. «Clemente» (PDF). Universidade Federal Fluminense. Consultado em 14 de julho de 2017.
04 - «Entrevista de Carlos Eugênio a Geneton Neto da Globo News». Youtube. Consultado em 14 de julho de 2017.
05 - «Único Comandante Vivo da ALN diz que virou 'Excelente Guerrilheiro' aos 22 anos». O Globo. Consultado em 14 de julho de 2017.
06 - «Viagem à Luta Armada: entre a ficção e a história». revistas.usp.br. Consultado em 14 de julho de 2017.
07 - «O dia em que a luta armada descobriu que Cabo Anselmo era um traidor». Opera Mundi. Consultado em 14 de julho de 2017.
08 - «O Coronel Curió da Esquerda». Jornal Opção. Consultado em 14 de julho de 2017.
09 - «CARLOS EUGÊNIO PAZ, O CLEMENTE». geneton.com.br. Consultado em 14 de julho de 2017.
10 - José Anselmo dos Santos (2015). Minha Verdade. [s.l.]: Matrix Editora. ISBN 9788582301913.
11 - «'Só me arrependo de ter errado o tiro', diz guerrilheiro». O Estado de São Paulo. Consultado em 14 de julho de 2017.
12 - «O Filho do Caçador». Época. Consultado em 14 de julho de 2017.
13 - «Carlos Eugênio Paz (Clemente)». Congresso Internacional Histórias e Memórias. Consultado em 14 de julho de 2017.
14 - «Carlos Eugênio Clemente». UOL Notícias. Consultado em 14 de julho de 2017.
15 - «Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz». escavador.com.br. Consultado em 14 de julho de 2017.
Observações do escriba:
1ª – No caso do GUERRILHEIRO Alagoano ‘Clemente’ alguns fatos me chamaram bastante a atenção: - Ele tinha aproximadamente apenas 18 anos de idade quando entrou para a LUTA ARMADA contra o regime militar, e, atuou durante os chamados “anos de chumbo” – (Governo Médici). Entenda-se aqui chumbo para todos os lados ou, pelo menos, para os dois lados conflitantes (chumbo dos GUERRILHEIROS de um lado, e, chumbo dos MILITARES e/ou PARAMILITARES do outro lado).
2ª – No meio desse “tiroteio ideológico”, - tiroteio mental e físico, com balas de verdade e até explosivos potentes -, a maior parte da população pacata, estudiosa e trabalhadora, não sabia o que estava acontecendo. Poderíamos morrer por causa de um grupo de guerrilheiros enlouquecidos, ou nas mãos das forças policiais do governo. Os atacantes eram os guerrilheiros, e, os defensores eram os militares. E, nós outros, chupando picolés, sorvendo sorvetes, comendo pipocas, freqüentando cinemas, paquerando a brotolândia, e com a cara enfiada durante longos anos, em grossos livros técnicos e científicos.
3ª – O GUERRILHEIRO ‘Clemente’ chegou ao ponto de tentar seqüestrar um GENERAL do EXÉRCITO, que, além de sua patente, também era o COMANDANTE do II EXÉRCITO, - (São Paulo) -, juntamente com a sua esposa e seus seguranças, na porta de uma Igreja Batista.
4ª – Indiretamente ele foi o responsável pela morte de sua companheira, a GUERRILHEIRA Fluminense Ana Maria Nacinovic Correia, que, na época tinha apenas 25 anos de idade.
5ª – Ele foi capaz de assassinar depois de um “JUSTIÇAMENTO” o seu próprio companheiro, o SOCIÓLOGO Márcio Leite de Toledo. Um comportamento digno de um STALINISTA ou de um CHE GUEVARA. Ver artigo logo abaixo:
Artigos – JUSTIÇAMENTO III: - O ASSASSINATO de MÁRCIO LEITE TOLEDO, da ALN.
A manhã de 23 de março de 1971 encontrou o jovem ADVOGADO de 26 anos, Sérgio Moura Barbosa, escrevendo uma carta, em seu humilde quarto de pensão no bairro de Indianópolis, na capital de São Paulo.
Os bigodes bem aparados e as longas suíças contrastavam com o aspecto conturbado de seu rosto, que não conseguia esconder a crise pela qual estava passando.
Três frases foram colocadas em destaque na primeira folha da carta: - "A Revolução não tem prazo e nem pressa"; "Não pedimos licença a ninguém para praticar atos revolucionários"; e "Não devemos ter medo de errar. É preferível errar, fazendo, a nada fazer".
Em torno de cada frase, todas de Carlos Marighela, o jovem tecia ilações próprias, tiradas de sua experiência revolucionária como ativo militante da Ação Libertadora Nacional (ALN).
Ao mesmo tempo, lembrava-se das profundas transformações que ocorreram em sua vida e em seu pensamento, desde 1967, quando era militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e estudante de Sociologia Política da Universidade Mackenzie, em São Paulo.
O "Pardal", como era conhecido, pensava casar-se com Maria Inês e já estava iniciando a montagem de um apartamento na Rua da Consolação.
Naquela época, as concepções militaristas exportadas por Fidel Castro e Che Guevara empolgavam os jovens, e, Marighela surgia como o líder comunista que vociferava que os levaria à tomada do poder através da luta armada.
Impetuoso, desprendido e idealista, largou o PCB e integrou-se ao agrupamento de Marighela que, no início de 1968, daria origem à ALN.
Naquela manhã, a carta servia como repositório de suas dúvidas: - "Faço esses comentários a propósito da situação em que nos encontramos: - Completa defensiva e absoluta falta de imaginação para sairmos dela. O desafio que se nos apresenta no atual momento é dos mais sérios, na medida em que está em jogo a própria confiança no método de luta que adotamos. O impasse em que nos encontramos ameaça comprometer o movimento revolucionário brasileiro, levando-o, no mínimo, à estagnação e, no máximo, à extinção."
Esse tom pessimista estava muito longe das esperanças que depositara nos métodos revolucionários cubanos.
Lembrava-se de sua prisão, em fins de julho de 1968, quando fora denunciado por estar pretendendo realizar um curso de GUERRILHA em CUBA. Conseguindo esconder suas ligações com a ALN, em poucos dias foi liberado.
Lembrava-se, também, da sua primeira tentativa para ir a HAVANA, passando por ROMA, quando foi detido, em 16 de agosto de 1968, no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Conduzido à Polícia do Exército, foi liberado três dias depois.
Finalmente, conseguindo o seu intento, permaneceu quase dois anos em CUBA, usando o codinome de "Carlos". Aprendeu a lidar com ARMAMENTOS e EXPLOSIVOS, a executar SABOTAGENS e a realizar ASSALTOS.
Em junho de 1970, voltou ao Brasil, retomando suas ligações com a ALN.
Em face de sua inteligência aguda e dos conhecimentos que trazia de CUBA, ascendeu rapidamente na hierarquia, passando a trabalhar junto à Coordenação Nacional.
Foi quando, em 23 de outubro de 1970, um segundo golpe atingiu duramente a ALN, com a morte de seu então líder Joaquim Câmara Ferreira, o "Velho" ou "Toledo", quase um ano após a morte de Marighela.
Lembrava-se que, durante cerca de 40 dias, ficara sem ligações com a organização. Premido pela insegurança, não compareceu a vários pontos, sendo destituído da Coordenação.
Não estava concordando com a direção empreendida à ALN e escreveu, na carta, que havia entrado "em entendimento com outros companheiros igualmente em desacordo com a condução dada ao nosso movimento."
No início de fevereiro de 1971, foi chamado para uma discussão com a Coordenação Nacional e, na carta, assim descreveu a reunião: - "Ao tomarem conhecimento de meu contato paralelo, os companheiros do Comando chamaram-me para uma discussão, a qual transcorreu num clima pouco amistoso, inclusive com o emprego, pelas duas partes, de palavras inconvenientes para uma discussão política”.
“Confesso que fiquei surpreso com a reação dos companheiros por não denotarem qualquer senso de autocrítica e somente entenderem a minha conduta como um simples ato de indisciplina."
Não sabia o jovem, que a ALN suspeitava que ele houvesse traído o "Velho".
Com o crescimento de suas indecisões, não aceitou, de pronto, a função que lhe havia sido oferecida, a de ser o coordenador da ALN na Guanabara. Ao aceitá-la, após um período de reflexão, a proposta já fora cancelada.
Foi, então, integrado a um "Grupo de Fogo" da ALN em São Paulo, no qual, até aquela manhã, participara de diversos ASSALTOS.
Seu descontentamento, entretanto, era visível: - "Fui integrado nesse grupo, esperando que, finalmente, pudesse trabalhar dentro de certa faixa de autonomia e aplicar meus conhecimentos e técnicas em prol do movimento. Aí permaneci por quase dois meses, e qual não foi a minha decepção ao verificar que também aí estava anulado... Tive a sensação de castração política."
Não sabia o jovem, que a ALN estava considerando o seu trabalho, no "Grupo de Fogo", como desgastante e "ainda somado à vacilação diante do inimigo", acusado de ter fugido da polícia quando estavam trocando as placas de um carro roubado.
No final da carta, Sérgio, mantendo a ilusão revolucionária, teceu comentários acerca de sua saída da ALN: - "Assim, já não há nenhuma possibilidade de continuar tolerando os erros e omissões políticas de uma direção que já teve a oportunidade de se corrigir e não o fez. Em sã consciência, jamais poderei ser acusado de arrivista, oportunista ou derrotista. Não vacilo e não tenho dúvidas quanto às minhas convicções. Continuarei trabalhando pela Revolução, pois ela é o meu único compromisso."
Ao pé da carta, assinava "Vicente" e não "Mário", codinome este que havia passado a usar depois de seu regresso de CUBA.
Terminada a redação, pegou o seu revólver calibre 38 e uma lata cheia de balas com um pavio a guisa de bomba caseira e saiu para "cobrir um ponto" com o militante da ALN José Milton Barbosa.
Não sabia que seria traído. Não sabia, inclusive, que o descontentamento da ALN era tanto que ele já havia sido submetido - e condenado - por um pseudo "Tribunal Revolucionário".
No final da tarde, procedendo às costumeiras evasivas, circulava pelas ruas do Jardim Europa, aristocrático bairro paulistano.
Na altura do número 405 da Rua Caçapava, aproximou-se um Volkswagen grená, com dois ocupantes, que dispararam mais de 10 tiros de revólver 38 e pistola nove mm.
Um Gálaxie, com três elementos, dava cobertura à ação. Apesar da reação do jovem, que chegou a descarregar sua arma, foi atingido por oito disparos. Morto na calçada, seus olhos abertos pareciam traduzir a surpresa de ter reconhecido seus assassinos.
Da ação fizeram parte seus companheiros da Direção Nacional Yuri Xavier Pereira, Ana Maria Nacinovic Correia e Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, este último O AUTOR dos DISPAROS FATAIS.
Ao lado do corpo, foram jogados panfletos, nos quais a ALN assumia a autoria do "justiçamento", do qual também participaram, na cobertura, Antonio Sérgio de Matos, Paulo de Tarso Celestino da Silva e José Milton Barbosa.
São sugestivos os seguintes trechos desse "Comunicado":
"A Ação Libertadora Nacional (ALN) executou, dia 23 de março de 1971, Márcio Leite Toledo. Esta execução teve o fim de resguardar a organização... Uma organização revolucionária, em guerra declarada, não pode permitir a quem tenha uma série de informações como as que possuía, vacilações desta espécie, muito menos uma defecção deste grau em suas fileiras... Tolerância e conciliação tiveram funestas conseqüências na revolução brasileira... Ao assumir responsabilidade na organização cada quadro deve analisar sua capacidade e seu preparo. Depois disto não se permitem recuos... A revolução não admitirá recuos!"
O jovem não era "ADVOGADO" e nem se chamava "Sérgio Moura Barbosa", "Carlos", "Vicente", "Mário" ou "Pardal". Seu nome verdadeiro era MÁRCIO LEITE TOLEDO. Um SOCIÓLOGO.
Enterrado dias depois em BAURU, seu irmão mais velho, então DEPUTADO FEDERAL por SÃO PAULO, declarou saber que ELE HAVIA SIDO MORTO pelos PRÓPRIOS COMPANHEIROS COMUNISTAS.
Por F. DUMONT.
6ª – Talvez a parte mais convincente e importante esteja no documentário da GLOBONEWS intitulado Dossiê GLOBONEWS, cujo entrevistador é o JORNALISTA Pernambucano Geneton Moraes Neto, com a colaboração do JORNALISTA Fluminense Sérgio Chapelin. Naturalmente o entrevistado é o próprio GUERRILHEIRO Alagoano CARLOS EUGÊNIO PAZ, cujo codinome é CLEMENTE. O documentário-entrevista tem a duração de 51 minutos e 34 segundos. O tal do CLEMENTE não teve clemência com as suas inúmeras vítimas, nem foi clemente com o SEU PRÓPRIO COMPANHEIRO.
7ª – O que esses ESQUERDOPATAS queriam já antes de 1964 era implantar uma Ditadura do Proletariado no Brasil. Durante o regime militar pegaram em armas e cometeram barbaridades. Tal qual aconteceu durante os governos dos PETRALHAS durante os últimos 14 longos anos. O assassinato de 50 a 60 mil pessoas por ano no Brasil, praticamente significa uma guerra de guerrilhas. Todo mundo sabe que o PT venceu quatro eleições consecutivas a partir de 2002. Um dos “líderes” do PT eleito era um contumaz GREVISTA, a partir de meados da década de 1970. A outra “líder”, também eleita, é ainda integrante do PT, e atuou como uma GUERRILHEIRA LADRA durante os chamados “Anos de Chumbo”.
8ª – Para tanto, a PETEZADA, além da desenfreada e incalculável CORRUPÇÃO, introduziram outros métodos muito mais SOFISTICADOS, para se perpetuarem no PODER e alcançar os seus inescrupulosos objetivos. Cadeia nos PETRALHAS e nos outros Políticos CANALHAS.
9ª – Chama a atenção também a facilidade com que os GUERRILHEIROS nos chamados “Anos de Chumbo”, conseguiam tantos armamentos sofisticados e como se deslocavam facilmente pelo Brasil e por outros países. O próprio GUERRILHEIRO Clemente passou quase oito anos (1973-1981), viajando por CUBA, UNIÃO SOVIÉTICA, TCHECOSLOVÁQUIA e FRANÇA, etc. Provavelmente o dinheiro não era só obtido apenas dos seus assaltos mirabolantes. É quase certo que outros países socialistas estrangeiros financiavam a GUERRILHA no Brasil, e não somente o Governo Cubano.
CATEGORIAS:
Nascidos em 1950.
Homens.
Ditadura militar no Brasil (1964–1985).
Opositores da ditadura militar no Brasil (1964–1985).
Escritores de Alagoas.
Esta página foi editada pela última vez às 08h27min de 05 de setembro de 2019.
Algumas perguntas que insistem em não querer calar:
1ª – Quem mandou torturar e assassinar o Prefeito de Santo André, CELSO DANIEL, que era do PT, em janeiro de 2002?
2ª – Onde se encontram os restos mortais da jovem ELIZA SAMÚDIO, que foi torturada, que foi assassinada e que desapareceu em junho de 2010?
3ª – Como está a SEGURANÇA e a SAÚDE do CRIMINOSO “confesso”, e, agora presidiário, Adélio Bispo de Oliveira?
4ª - Quem PAGOU inicialmente, e, quem continua PAGANDO os ADVOGADOS do ESFAQUEADOR Adélio Bispo de Oliveira?
5ª - Quem mandou ASSASSINAR em 06 de setembro de 2018, o então Presidenciável JAIR MESSIAS BOLSONARO, e, que hoje é, CONSTITUCIONALMENTE, ELEITORALMENTE e LEGITIMAMENTE, o 38º Presidente da REPÚBLICA Federativa do BRASIL?
A luta contra a debilitante POLIOMIELITE (paralisia infantil) continua, e a luta a favor da inofensiva AUTO-HEMOTERAPIA, também continua.
Se DEUS nos permitir voltaremos outro dia ou a qualquer momento. Boa leitura, boa saúde, pensamentos positivos e BOM DIA.
ARACAJU, capital do Estado de SERGIPE, localizado no BRASIL, Ex-PAÍS dos fumantes de CIGARROS e futuro “PAÍS dos supostos MACONHEIROS ESQUIZOFRÊNICOS”.
Aracaju, quinta-feira, 19 de setembro de 2019.
Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.
Fontes: (1) – INTERNET. (2) – GOOGLE. (3) – Wikipédia. (4) – Livro – “Chatô o Rei do Brasil” – Autor: - Fernando Morais. (5) – Livro – “Minha Razão de Viver” – Autor: - Samuel Wainer. (6) – Livro – “O que é isso, companheiro?” – Autor: - Fernando Gabeira. (7) - Outras Fontes.