LULA NÃO É HITLER
No dia 24 deste mês o Brasil assistirá ao inusitado julgamento de um ex-presidente, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Isso nunca aconteceu antes e o fato merece reflexão: será que agora as instituições estão de fato funcionando neste país, ou é a bandalheira que foi institucionalizada e a máquina pública, dos pés até a cabeça, apodreceu tanto que não dá para salvar ninguém?
De todo modo, o julgamento de um personagem tão importante e popular como Lula iria levantar ondas de amores e ódios em todos os segmentos da vida nacional. Afinal, o ex-presidente tem sido forte protagonista na vida política do país nos últimos trinta anos. É um papel que só podemos comparar ao que Getúlio Vargas exerceu na primeira metade do século passado e Juscelino Kubitschek nas primeiras décadas da segunda.
Um grande circo está sendo armado em torno desse julgamento. Mais ou menos como o que ocorreu no julgamento de Adolf Hitler, em 1924, quando o futuro ditador alemão foi julgado pela sua tentativa de golpe armado. A diferença é que lá o julgamento era realmente político. Já o de Lula, ainda que seus correligionários queiram lhe dar esse conteúdo, na verdade, é por crimes comuns, supostamente cometidos por um funcionário público no exercício de suas funções, ainda que essas funções se refiram à maior investidura que o Estado pode oferecer a um servidor público.
O MBL (Movimento Brasil Livre), o MST e outras siglas que congregam os chamados movimentos sociais estão falando em armar telões nas principais cidades brasileiras para seus membros e simpatizantes acompanharem o julgamento. E responder ativamente à uma possível condenação.
Esse espetáculo midiático tem um alvo direto e muito importante para as aspirações desses movimentos: as eleições de outubro. Na verdade, o que os simpatizantes do Lula querem é subverter o fato de que o seu líder não está sendo julgado por questões políticas, mas sim por crimes comuns. Trata-se de um julgamento jurídico, onde um cidadão que já foi condenado em primeira instância, terá sua condenação confirmada ou reformada por um tribunal de desembargadores.
Entende-se perfeitamente que os partidários de Lula apregoem que seu líder é vitima do lawfare (perseguição política por meios judiciais), desprezando todas as provas e evidências apresentadas pelo MPF de que o ex-presidente usou o cargo para obter vantagens pessoais. Faz parte do jogo político. O que não se pode é admitir que o Poder Judiciário seja pressionado por manifestações e ameaças de violência, como as que os chamados movimentos sociais agregados do PT estão prometendo, caso a condenação de Lula seja confirmada. O Brasil tem instituições, e ao que parece, pela primeira vez em sua longa e conturbada história política, elas parecem funcionar. Não podemos deixar que o messianismo irresponsável e a falsidade ideológica de lideranças comprometidas com o caos contaminem essa esperança. Lula não é Hitler, mas os exemplos da História não podem ser desprezados.
No dia 24 deste mês o Brasil assistirá ao inusitado julgamento de um ex-presidente, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Isso nunca aconteceu antes e o fato merece reflexão: será que agora as instituições estão de fato funcionando neste país, ou é a bandalheira que foi institucionalizada e a máquina pública, dos pés até a cabeça, apodreceu tanto que não dá para salvar ninguém?
De todo modo, o julgamento de um personagem tão importante e popular como Lula iria levantar ondas de amores e ódios em todos os segmentos da vida nacional. Afinal, o ex-presidente tem sido forte protagonista na vida política do país nos últimos trinta anos. É um papel que só podemos comparar ao que Getúlio Vargas exerceu na primeira metade do século passado e Juscelino Kubitschek nas primeiras décadas da segunda.
Um grande circo está sendo armado em torno desse julgamento. Mais ou menos como o que ocorreu no julgamento de Adolf Hitler, em 1924, quando o futuro ditador alemão foi julgado pela sua tentativa de golpe armado. A diferença é que lá o julgamento era realmente político. Já o de Lula, ainda que seus correligionários queiram lhe dar esse conteúdo, na verdade, é por crimes comuns, supostamente cometidos por um funcionário público no exercício de suas funções, ainda que essas funções se refiram à maior investidura que o Estado pode oferecer a um servidor público.
O MBL (Movimento Brasil Livre), o MST e outras siglas que congregam os chamados movimentos sociais estão falando em armar telões nas principais cidades brasileiras para seus membros e simpatizantes acompanharem o julgamento. E responder ativamente à uma possível condenação.
Esse espetáculo midiático tem um alvo direto e muito importante para as aspirações desses movimentos: as eleições de outubro. Na verdade, o que os simpatizantes do Lula querem é subverter o fato de que o seu líder não está sendo julgado por questões políticas, mas sim por crimes comuns. Trata-se de um julgamento jurídico, onde um cidadão que já foi condenado em primeira instância, terá sua condenação confirmada ou reformada por um tribunal de desembargadores.
Entende-se perfeitamente que os partidários de Lula apregoem que seu líder é vitima do lawfare (perseguição política por meios judiciais), desprezando todas as provas e evidências apresentadas pelo MPF de que o ex-presidente usou o cargo para obter vantagens pessoais. Faz parte do jogo político. O que não se pode é admitir que o Poder Judiciário seja pressionado por manifestações e ameaças de violência, como as que os chamados movimentos sociais agregados do PT estão prometendo, caso a condenação de Lula seja confirmada. O Brasil tem instituições, e ao que parece, pela primeira vez em sua longa e conturbada história política, elas parecem funcionar. Não podemos deixar que o messianismo irresponsável e a falsidade ideológica de lideranças comprometidas com o caos contaminem essa esperança. Lula não é Hitler, mas os exemplos da História não podem ser desprezados.