A desconstrução e a construção
A oportunidade para a construção do país se inicia no ponto da desconstrução. Os políticos e a política em estado de putrefação são mostrados sem véus. O congresso e o governo são colocados no banco dos réus. O contribuinte ou o cidadão assume o compromisso de avaliar e julgar, num processo coletivo, os políticos que integram congresso e o governo brasileiro. O episódio que vem a público expondo a contaminação disseminada de corrupção e atos ilícitos na Casa Legislativa e no governo em Brasília, coloca o Brasil na relação de países subdesenvolvidos mais corruptos, comparável com países de regimes ditatoriais pobres da África e da Ásia.
Esse panorama promíscuo dos políticos que integram o congresso e o governo brasileiro perde o poder moral de propor reformas em qualquer área que afete a sociedade brasileira. Isto, mostra que o modelo político em ação precisa ser desconstruído para dar oportunidade para que, num processo de evolução social e político, se crie um novo sistema político. O momento é ímpar. Cabe ao cidadão de querer ver essa realidade e procurar entender o que está acontecendo com seus representantes. Há necessidade de fotografar-se o grupo de mafiosos que estão ajudando a destruir o país para que se possa excluí-los em momentos de eleições.
O comportamento do governo de dizer que falta recursos financeiros para equilibrar as contas públicas começa a ter explicação, ou seja, de modo ilícito, direciona-se grandes volumes de dinheiro para as mãos de poucos: políticos, assessores e “amigos”, o que colabora para a criação do rombos no caixa da União.
Políticos e “amigos” apropriam-se de recursos de empresas públicas de produção de energia, de instituições públicas de financiamento ou financia-se obras fora do Brasil a partir de instituições, cujo ativo tem seu lastro formado a partir do Fundo de Garantia e de Amparo ao Trabalhador (com remuneração ao trabalhador de 4 a 5% ao ano) com um único objetivo: criar oportunidades para distribuição de propinas. Enquanto isso vende-se a ideia que a Seguridade Social é a grande culpada do deficit público.
Profilaticamente, abre-se a caixa preta dos desvios que eufemisticamente chamamos de corrupção e mostra que o problema não é de arrecadação, mas de destino e de administração da arrecadação do dinheiro. Ao entender e judicializar o problema endêmico da corrupção gera-se todas as condições para reconstruir um país mais saudável, menos doente.