Prisão de Eduardo Cunha
Ex-deputado Eduardo Cunha foi preso nesta quarta-feira (19) por ordem do juiz Sérgio Moro. Para não forçar a barra, é preciso admitir que a prisão dele tem motivos bem claros e objetivos: ele possui dupla nacionalidade, há risco de fuga também por recursos ainda não conhecidos no exterior, além da possibilidade concreta que ele venha a prejudicar as investigações (afinal é conhecida a forma intimidativa e manipuladora como ele agia no congresso).
Mas considerando o cenário em Brasília, em que o presidente do senado Renan Calheiros esta empenhado em colocar na reforma política a famosa lei de abuso de autoridade - que atingiria em cheio os procedimentos e mesmo provas obtidas pela Lava-Jato- não me surpreenderia que esta prisão tivesse objetivos estratégicos e políticos para a Operação.
Se a República de Curitiba conseguir fazer Eduardo Cunha delatar com certeza ficarão comprometidas figuras como Renan Calheiros e outros apoiadores de Michel Temer. Como já vimos, o juiz tem selecionado confissões das delações que são ou não relevantes para seu objetivo. Ele pode considerá-las ou ignorá-las.
Então ele vai colocar as cartas sobre a mesa, ou seja, faz o Cunha falar e manda uma mensagem muito clara para Renan Calheiros e outros que querem deter a Lava Jato: antes que aprovem a reforma política e acabem com a Lava Jato, o atual governo estará tão queimado que isto não passará de uma Vitória de Pirro.
Se como imaginamos, certos ministros do Supremo, Aécio Neves e outros peessedebistas gostariam de medidas de cortes mais duras do que as que estão sendo feitas pelo Temer. Há uma pressão, demonstrada claramente pelo presidente do PSDB nacional, Aécio Neves, para que sejam feitos os ajustes econômicos doa a quem doer. Temer tem hesitado, assim como seus apoiadores no PMDB.
O PT agora é carta fora do baralho, só restou o Lula. Mas ele está na geladeira e só será descongelado quando o atual governo deixar claro o quer fazer com a aliança com o PSDB. Estes não querem só cargos, eles tem um política neoliberal engrenada com o mercado, que também os pressiona.
Estamos diante de um impasse que talvez nos leve a eleições indiretas para presidente. Vamos acompanhar!