BRASIL EM DISCUSSÃO - IMPEACHMENT - PMDB ENTRANDO NO PLANALTO PELA PORTA DE SERVIÇO

Esta discussão parece um novelo! Ou melhor uma novela! As nossas Leis foram gestadas de uma maneira para que se crie muitos caminhos a serem percorridos, talvez, em função disto, depreende-se que a Justiça Brasileira, desde o exórdio do processo até a sentença final ou acórdão, demore muito muito a seu parecer final.

Quando Dom Pedro I criou uma constituição complexa, ele teve que retroceder e criar uma mais clara, que não suscitasse muitas dúvidas. Falta a nós uma constituição mais clara com leis mais definidas! Não se pode aceitar que países que têm constituições costumeiras sejam mais eficientes do que nós que de tempos em tempos fazemos uma nova constituição e sofremos com a morosidade da nossa justiça, por causa dos excessos de atalhos! Até chegarmos nas estâncias superiores, haja atalhos a percorrer! Talvez, neste caso da Dilma o TSE anda a passos lentos, quanto ao processo da impugnação de chapa! Fala-se em jurisprudência, mas não se fala na equidade jurídica! Essa última figura ela existe no direito e o STF, como suprema que pode se valer da equidade, por isso toma decisões no âmbito político, quanto no jurídico: O momento define qual a decisão a ser tomada. No final, sempre prevalecerá a decisão jurídica, indubitavelmente, depois que as questões politicas dormem em berços plácidos.

Há uma falácia quando dizem relativamente às escutas telefônicas: O investigado era o lula! Era o Lula? Na função da linguagem"fática" para que haja comunicação nesta função é necessário um interlocutor. Ora bolas, se eu grampeio um telefone eu o faço para pegar diálogos e não monólogos! Ou seja, todos que ligarem para o grampeado estarão inclusos no diálogo ou não? Ai sim, far-se-á a triagem selecionando o que servirá para a investigação e deixando de lado o que não servirá. Todos os diálogos são relevantes e o Sergio Moro, o procurador da república e a PF sabiam que o risco de diálogos entre pessoas com foro privilegiado seria líquido e certa, afinal de contas o investigado é o Lula, o esteio do PT, o símbolo do sindicalismo, o ex presidente e agora um investigado por corrupção ativa, passiva, reflexiva, partícula de indeterminação do sujeito etc.

A escuta é legal, foi legal, e sempre será legal. Isto é inquestionável. A divulgação também é inquestionável pois está dentro do contexto legal. A falta de critérios e a falta de cuidado, atravessando o sinal, pois, se havia interlocutores com foro privilegiado, a autorização deveria ser dada pelo STF. Eu acredito que deva ter havido sim uma consulta ao STF, informal e a autorização dada informalmente. Se não, fica claro que houve excesso de competência e, quando o procurador informa que não tinha conhecimento do conteúdo das duas últimas horas de gravação, esta fala deixa bem claro o equívoco. E quando resolvem tirar as escutas do processos para caracterizar a não importância das escutas, é um sinal de que houve sim excessos, nada de tão agravante no ponto jurídico, mas extremamente pirotécnico no campo político e quiça da ordem social.Acredito que o plenário possa botar fim nesta crise decidindo logo a cassação ou não! O país não pode conviver que essa insegurança e nem com essa ansiedade social e politica!

Estamos prestes a ter mais um presidente do Brasil a não terminar o seu mandato. A história mostra que dos 42 presidentes que o pais teve até hoje, apenas 18 deles foram eleitos pelo voto popular. O que é mais estarrecedor é que destes 18, apenas 11 deles conseguiram terminar os seus mandatos deixando claramente que isso é uma prova lídima de que nunca navegamos em mares democráticos de calmarias, provando que a nossa democracia é raquítica.

O primeiro presidente brasileiro a sofrer um processo de Impeachment, foi o Fernando Collor de Melo, avesso a dividir o poder com as coalizões partidárias,foi um autêntico ditador através das famigeradas medidas provisórias e, quando o bicho pegou, pediu para que não o deixassem sozinho, ironicamente, o presidente que se dizia governar pelos os que tinham pés descalços e os descamisados, acabou com as calças nas mãos e totalmente descalço.

Hoje, mediante tantas evidências mergulhadas em corrupções envolvendo políticos de todas as frentes, o PMDB, partido incapaz de brigar por uma eleição ao planalto, tanto no voto direto quanto no indireto, hoje está pestes a assumir o palácio do Planalto, não entrando pela rampa de acesso, mas pela porta de serviços, ou pelas portas dos fundos, como queiram.

Claro que não estamos tomando partido do PT, muito pelo contrário, pois, jamais poderíamos esperar de um partido que cresceu ao longo da história, ajudou o país no chamado processo de redemocratização, chegou ao poder máximo e, para a permanência nele, permitiu que membros das suas fileiras se tornassem protagonistas do maior esquema de corrupção já visto no mundo! O mensalão acabou sendo apenas apenas a chamada tese de mestrado para o esquema. Agora o tal de lava a jato, esse sim, é considerado a tese de doutorado dentro desta rede infame que depredou o patrimônio público e jogou a nação no maior fosso histórico em termos de crise social e institucional.

O que nos deixa estarrecidos é justamente depara-nos com pessoas que estão envolvidos no processo de corrupção, é que conduzirão, legalmente, não moralmente e nem eticamente, o processo de impeachment da Presidenta Dilma, que no ano passado, o baluarte Lula, diante das evidências que se avizinhariam em dias de tormentas, tentou de todas as formas se desvincular da Dilma, já pensando nas próximas eleições. Mas a corda ruiu, o leite derramou e, quando acordaram, o dia já havia amanhecido e como diz o ditado: Deus ajuda a quem madruga. E dormir de toca e acordar tarde, perde metros de dianteira.

Hoje o país está atolado no areão! Não sabemos qual será o futuro do país, da nação e do estado a partir do dia 17 de abril de 2016! Precisamo olhar para o alto na busca de novos horizontes. Ou melhor: Buscar o horizonte perdido a partir do dia 18 de abril de 2016, mas enquanto isso não acontece, vivemos uma certa ansiedade e expectativa. Vale ressaltar que não existe mudança mas um processo de mudança, e se, resolverem tomar decisões impactantes, quando da instalação de um novo governo, o Transatlântico chamado Brasil, irá a pique de vez.Se não houver um pacto nacional, a ingovernabilidade continuará a acontecer tendo em vista as proximidades das eleições e quem sair, sem sombras de dúvidas, fará oposição ferrenha.

Neste país, a palavra coalizão significa toma lá e dá cá. Temos uma relação incestuosa entre legislativo e executivo e, se este tipo de relação não ocorrer, torna se difícil a governabilidade. Temos uma cultura política, um tanto quanto promíscua mas já se faz necessário começarmos a acabar com este tipo de anomalia política.

Aconteça o que acontecer a partir de 17 de abril de 2016, o opais sairá perdendo de todas as maneiras porque sabemos de antemão que, se quem está, continuar, continuaremos sem chão; e quem entrar, dele não temos nenhuma certeza se o chão começará a ser restabelecido para caminharmos com passos firme, seguros, sem medo de cair nos matas burro. Se perdemos a confiança em que está, pelo cordel de incapacidade e pelas mentiras passadas à nação deixando nos no estado a que chegamos, é crível que também pouco confiamos em que entrará, afinal de contas todos estão envolvidos até a alma neste mar de lamas.

Pelo menos para o PMDB fica um gostinho de ter um inquilino titular no palácio do planalto, já que o partido é incapaz de sufragar votos populares para subir pela rampa de acesso do Palácio da Alvorada. Que pelo menos possamos vislumbrar, através da alvorada, o encontro do horizonte perdido. Será?

É o que há.