Libertarianismo para os leigos
Imagine que você tenha um amigo chamado Lucas. Vocês são amigos desde que nasceram. Um certo dia vocês descobrem que Pedro, um amigo em comum, está mui liso e precisa de dinheiro para pagar as contas. Você oferece-lhe dinheiro, mas se surpreende quando Lucas diz: Não darei dinheiro.
É correto apontar uma arma para a cabeça de Lucas e dizer "Dê-me seu dinheiro para que eu possa entregar a Pedro ou você morrerá"?
Agora suponha todo o seu rol de amigos decidissem fazer uma votação cuja a finalidade é ajudar Pedro. Eles então perguntam: Devemos, todos, dar parte do nosso dinheiro para ajudar Pedro? Todos, com exceção do Lucas, votam com SIM. É correto ameaçar Lucas e tirar seu dinheiro para ajudar Pedro, pois todos votaram com um sim?
Se você acha imoral esta ideia, então você é um libertário e, embora não saiba, odeia o Estado, pois ele funciona desta forma.
Pensem no sonegador de impostos. Grande parte da população o vê como um criminoso, mas que crime ele cometeu? O de ficar com o dinheiro que produziu? Um crime, por definição, é uma violação do direito. Que direito o sonegador de impostos violou? Ele roubou alguém? Alguns podem dizer: ele roubou da RF. Mas quem deu tal poder a RF? O Estado? A mesma pergunta persiste: Quem deu poder ao Estado?
Weber definiu o estado como "uma instituição que reivindica um monopólio através da força". Em outra palavras: ele reuniu um grupo de pessoas fortemente armadas, tomou as terras que nunca trabalhou ou viu e disse: O que era de vocês agora é meu, se não gostarem temos duas opções: Morte ou Exílio.
Na doce realidade é o Estado quem está violando os direitos de todos: Ele taxa. Taxar significa: Dê-me o seu dinheiro ou seja preso. Se você resistir, vou te bater, e tomarei um pouco mais de você, e se ainda resistir, serás amarrado, e se tentar resistir a prisão, vai ser morto.
Se você acha isso uma atitude moral, tu deves rever seus conceitos, pois não é moral roubar e ameaçar pelo bem comum.