Eclipse da Razão.
Escola de Frankfurt.
Eclipse da Razão.
A escola de Frankfurt desenvolve uma critica racional em oposição à teoria tradicional da razão , representada pela lógica clássica desde de Descartes, quando a Filosofia racionalista atingiu o melhor momento da razão iluminista.
Os filósofos da escola em referência sabem muito bem que não existe razão inocente, pelo contrário, a mesma foi instrumentalizada pelo liberalismo econômico.
Com efeito, uma razão exaltada traz dentro de si a lógica dos princípios racionais cujo objetivo é organizar a dominação a serviço de forma natural a revolução burguesa.
No livro Eclipse da Razão, o filósofo Horheimer formula os substratos racionais: a cognitiva e a instrumental, com objetivos diferenciados.
Sendo que a primeira tem como finalidade buscar meios para o desenvolvimento do conhecimento da verdade, enquanto seu antagonismo tem como motivo sua operacionalidade.
O objetivo da segunda razão é agir sobre a natureza, com o desejo de transformar a mesma visando obter lucros por meio da transformação da referida em objetos comercializáveis.
Com a Revolução Industrial e o desenvolvimento do capitalismo, na formatação da sociedade atual, permite-se o desenvolvimento do progresso através de técnicas sofisticadas.
Nesse momento histórico a razão instrumental sobrepõe-se à razão cognitiva, não havendo mais interesse pela verdade e sim pelo domínio tecnológico.
Os filósofos da escola de Frankfurt começam a entender que a nova razão identifica-se com os novos pressupostos da irracionalidade, pelo fato de voltar objetivamente aos fins lucrativos da sociedade liberal capitalista.
Nesse momento a Ciência e a técnica voltam exclusivamente a serviço do capital contra, naturalmente, a razão cognitiva.
Para Frankfurt a natureza da razão instrumental fez sua trajetória de Descartes aos grandes filósofos do século XIX, particularmente Marx que acreditava na força da razão com o objetivo de combater a escuridão dos regimes, inclusive a modernidade.
Porém, os meios sobrepõem os fins humanos a serviço do capitalismo, a técnica não caminha para libertar o homem do jugo dominatório e sim, ao contrário, cria-se o homem sempre mais alienado e dependente das novas técnicas.
Está previsto que o capital deve prevalecer não possibilitando o nascimento do homem autônomo racionalmente sendo, de certo modo, embutido pela conformidade cultural, produzido pela indústria do consumo, conforme tinha previsto Adorno e Horheimer analisando na mesma ótica Marcuse.
Os filósofos da escola de Frankfurt teceram uma forte crítica à dominação da razão instrumentalizada, como também o controle da natureza na produção dos objetos de uso.
Em síntese a escola de Frankfurt recusa toda forma de racionalidade que tem como fim dominar os recursos e explorá-los na perspectiva de atender o liberalismo econômico.
Encobre-se, portanto, a razão de cognição como possível o conhecimento da realidade e sua transformação política e social.
Autor: Edjar Dias de Vasconcelos...