Maquiavel: Reflexão a Respeito do Estado Moderno.
Maquiavel: Reflexão a Respeito do Estado Moderno.
Tudo começou com Maquiavel.
1469-1527.
Breve Análise tópico em referência do livro escrito por Luciano Gruppi.
Ao refletir de forma científica a realidade política do seu tempo, Maquiavel não formulou uma teoria política do Estado como muitos pensam. Seu pensamento está articulado a uma teoria de como formam os Estados, isso é o mais importante a ser entendida a primeira grande diferença substancial do seu pensamento epistemológico.
Como constitui o Estado Moderno, foi essencialmente a preocupação do seu pensamento, podemos dizer inicialmente o inicio a Ciência política, por outras palavras o fundamento da política, como sistematização separada da moral e da religião. Com efeito, tal perspectiva o grande valor do pensamento sistemático de Maquiavel.
O Estado para Maquiavel, não tem mais o sentido aristotélico, o que era antes na sociedade medieval, ou seja, a finalidade de assegurar a felicidade ou a virtude, tão menos a antiga ideologia uma preparação dos homens para salvar a alma, visando necessariamente o reino de Deus. Maquiavel supera essas ideologias idiossincráticas.
Para ele o Estado passa ter seus fundamentos, seus propósitos, a política segue suas próprias finalidades, diz Maquiavel que escrevia visando naturalmente os aspectos úteis para quem deseja compreender a política.
Ele procurava entender a realidade efetiva do mundo da política e dos fatos e suas naturezas e não a imaginação metafísica desse mundo. Um gênio naturalmente em pleno início do iluminismo.
Com efeito, sua análise da realidade política era empírica, as coisas no mundo real, como elas são e não como deveria ser a verdade efetiva, nas relações de natureza política de como era constituído as cidades Estados.
Maquiavel reflete academicamente, não adianta imaginar republicas ou principados inexistentes, ou seja, mundos políticos imaginários, que na realidade prática não existem.
Como por exemplo, a descrição da República de Platão. O mundo precisa ser compreendido em sua realidade as vantagens ou desvantagens de ser como são.
Na sua reflexão para o entendimento do príncipe deixa claro, quem deixar de fazer o que é de costume, para realizar o que deveria realizar, caminha se muito mais para o fracasso do que para qualquer possibilidade de sucesso.
Conclui quem desejar comportar em todos os aspectos como um homem bom no meio de tantos ruins vai se fracassar tanto quanto os que não são bons.
As pessoas não são aquilo que elas apresentam a ser, do mesmo modo a sociedade política. Elas modificam segundo as suas necessidades do poder. O ser humano por sua natureza não merece confiabilidade.
Para Maquiavel o importante é o mundo prático das coisas, entender o mundo do modo que ele é, de como pode ser o que é fundamental fazer, não o que seria certo fazer. A principal fonte de conselho para quem governa.
A política tem que ser pragmática, do mesmo modo as relações sociais no mundo prático, continua Maquiavel, quem desejar ser bom entre aqueles cuja natureza não é boa, poderá não ser bem sucedido.
Com efeito, Maquiavel retoma aqui, o princípio máximo de Aristóteles, no mundo da política não se faz o que deseja, mas o que é possível, a arte de fazer o que poderá ser feito.
Tudo tem que ser considerado, verificado como são as diversidades dos aspectos, como as coisas acontecem na realidade prática dos fatos, não como deveriam ser.
Maquiavel é um sábio, existe aqui uma diferença fundamental para ele, entre a política e a moral, sendo que a política precisa ver o concreto, a possibilidade da realização do real, a moral preocupa como as coisas que deveriam ser o que constitui em algo infinito, sem função praxiológica.
Maquiavel afirma categoricamente, se é melhor ser amado que ser temido, para ele o ideal seria serem as duas coisas, o que é na prática impossível, se é que temos que renunciar um desses aspectos refere ao príncipe, é muito melhor, sermos temidos.
Por que os homens em geral, por não serem bons, são ingratos e vingativos, volúveis, simuladores e dissimuladores, eles aproveitam do próprio perigo com a possibilidade de levar vantagem e, com efeito, não estão pensando na possibilidade de serem éticos. Isso é um pouco da natureza humana.
Conclui Maquiavel orientando o príncipe, enquanto você fizer o bem para eles são todos seus amigos, te bajulam te defende, oferece a própria vida, suas posses etc.
Mas quando você realmente precisar ficará sozinho abandonado ao campo de batalha. O homem faz tudo para você enquanto você não precisar dele, mas quando precisar realmente ele te dá às costas e ficará rindo da vossa imbecilidade.
Esse comportamento é perfeitamente natural às relações humanas não se devem entusiasmar com aquilo que as pessoas apresentam a ser. O mundo das relações políticas é um mundo inteiramente falso, cuidado com aquilo que se propõe como certo.
Então continua Maquiavel ensinando ao príncipe, dando ao mesmo, recomendações, se o príncipe esperar receber gratidão, por ter sido bondoso com seus súditos, pelo contrário, o povo tem outra lógica, será evidentemente, o príncipe derrotado.
Na verdade ensina Maquiavel o pensamento político, os homens têm menos escrúpulos, de ofender quem se faz amar do que quem se faz temer.
O grande problema para sociedade, o homem ama muito mais, aqueles que se faz temer, isso porque o homem não tem capacidade para amar. O objetivo de todos é tão somente buscarem vantagens, as alianças realizam se nessa perspectiva, nada que contraria esse fundamento.
Então Maquiavel ensina aos príncipes a impossibilidade do amor, porque os homens sendo malvados rompem a possibilidade de amar. O temor é mantido por medo.
A pior coisa a um príncipe disse Maquiavel, é acreditar na possibilidade do amor, mas o medo à possibilidade do castigo faz o homem comportar adequadamente, até ao momento seguro para rebelar.
Por conseguinte, deve estabelecer o terror, o poder do Estado, com efeito, o poder político é mantido, em consequência da sua analise, o Estado moderno substancia-se no fundamento do terror.
Ele elabora uma nova moral, no tratamento especifico da política, estuda suas leis, começa fundamentar a Ciência política.
Funda uma nova moral que é a do cidadão, dos homens que formula o Estado. Uma moral presente, imanente, como também do homem que vive em relacionamento constante com o próprio homem.
Não é mais a moral medieval da alma humana, que deveria apresentar ao tribunal divino, por fim Maquiavel defende também a unificação da Itália, o mundo do seu tempo, não se sustentava na política das cidades Estados.
O que significa que crescia o espírito particular numa perspectiva do surgimento dos Estados Nacionais o que não era mais possível a sustentabilidade dos principados, era, portanto, necessária outra reflexão, profunda da necessidade ou não da existência das cidades Estados nesse novo contexto.
Autor: Edjar Dias de Vasconcelos.