Você conhece um ex-petista?
A pergunta que me serve de título é uma provocação.É que em ano eleitoral,em meio a tantas críticas de um lado e de outro ( em defesa do governo e da oposição),com tantos factóides circulando na net e tantas meias verdades ou mentiras inteiras,fica difícil a gente separar o joio do trigo e se inteirar dos fatos como eles realmente acontecem.
Numa democracia, nada mais saudável do que tomar partido, posicionar-se contra o governo ou a favor de um governo legitimamente eleito.É assim que acontece nas democracias já consolidadas.Nelas os eleitores acompanham os mandatos dos parlamentares,a tramitação dos projetos,as ações do governo bem de perto.E criticam,e interferem no sentido de fazer valer o seu voto.
No entanto,nos países cuja democracia ainda está em construção e,por isso mesmo ainda é incipiente e bem frágil,é preciso um imenso cuidado com as críticas que são feitas.Pelo menos no meu entendimento esse cuidado deveria existir.Ainda vivemos sob o espectro da ditadura.Como vivemos também sob espectro do sistema escravagista.
No primeiro caso,podemos constatar o fato pela pouca percepção que o povo ainda tem a respeito da política de nosso país,de nossa história e da prática saudável da cidadania.São muitos que ainda acham que um bom governo é aquele que atende os seus anseios particulares e que se danem os outros.São muitos que se assombram quando veem que aquilo que era exclusivo de sua classe social passa a ser compartilhado com milhares de outros.O que era sinônimo de “diferenciação”,virou algo a que muitos podem ter acesso.
Dessa forma,numa mesa de bar ou numa reunião de família,se alguém disser que vai a Paris nas próximas férias já não causará impacto algum,pois uma diarista conhecida,ou o caseiro do meu sítio também resolveram fazer a mesma viagem.Se um “elefante incomoda muita gente”,o povão enchendo os aeroportos incomoda muito mais.Mas incomoda apenas os que desconhecem a política,quem sempre fugiu ao bom debate,quem não tem argumentos verdadeiros para fazer boas proposições democráticas.
Quanto ao espectro do sistema escravagista,a gente pode também corroborar sua existência com mil exemplos.A grita contra os avanços na legislação dos trabalhadores domésticos foi muito forte e repercute até hoje.Muitos patrões ficaram indignados.Muitos lembraram que “eles sempre tiveram mordomia,pois comem e dormem de graça no serviço”.Foram tantas as mesquinharias que afloraram, que a gente pode comprovar o quanto o “complexo de sinhazinha” ainda existe em nossa sociedade.Ou seja:o trabalho doméstico pertence à senzala,às classes inferiores.A sinhazinha deve se ocupar de coisas mais sérias,nada de misturar as classes,cada um no seu devido lugar.
E o que dizer de tantos que se posicionaram e continuam sendo contra as cotas raciais e condenam todos os projetos de inclusão do governo? Alguns até têm bons argumentos e não se deixam simplesmente levar pelo ódio,mas na maioria das falas e das mensagens compartilhadas na internet, o que a gente percebe é a total falta de sentimento humanitário.É o preconceito saindo do armário com toda a força,com toda feiúra que qualquer forma de preconceito tem. O que é isso senão uma herança maldita de um período de escravidão dos mais perversos e longos da história mundial?
E depois de tantas digressões,volto ao título do meu artigo.Sempre deparo com uma pessoa que,para legitimar o seu ódio,começa assim a sua fala: Olha,eu já fui do PT,já votei no Lula,já carreguei bandeira.....Hoje eu detesto essa raça. Ah,quantas vezes já ouvi isso.Aí me lembro de uma frase bem conhecida:”Quem tem fulano como amigo,não precisa de inimigo”.Pois é.O PT não precisa de oposição,pois os que se dizem ex-petistas são os piores,os implacáveis,os sem-noção.
E alguém acredita nos argumentos de um ex-petista?Eu não.Acredito muito mais na autenticidade.Na divergência bem fundamentada.No contraditório de quem busca informações e é atuante politicamente.Admiro muito mais quem sempre foi de direita e sempre acreditou nos seus propósitos.A democracia não sobrevive sem as diferenças, sem divergências,sem alternância de poder.Mas aguentar o discurso falacioso de quem se diz ex-petista é terrível.Pior que eles não convencem.É como se a gente pudesse acreditar na existência de ex-atleticano,ex-cruzeirense,ex-corintiano, só pra citar alguns exemplos.
Então, peço a quem me honrar com a leitura desse artigo que,se conhecer um ex-petista,desconfie.Não da pessoa,mas do discurso que se seguirá .No fundo,no fundo ele (ou ela) pode até ser um petista enrustido,que nunca teve coragem de assumir o seu caso de amor com o PT,suas diferenças e,por isso,migrou para uma outra legenda,Daí autodenominar-se "ex-petista" é apenas uma forma de legitimar uma oposição totalmente desvirtuada.
Quem um dia botou uma estrela vermelha no peito,quem se abraçou à bandeira do Brasil nos comícios e nas passeatas convocadas pelo partido,pode se frustrar,pode sofrer,pode se indignar,mas não muda de lado e jamais fica em cima do muro.
E isso.
A pergunta que me serve de título é uma provocação.É que em ano eleitoral,em meio a tantas críticas de um lado e de outro ( em defesa do governo e da oposição),com tantos factóides circulando na net e tantas meias verdades ou mentiras inteiras,fica difícil a gente separar o joio do trigo e se inteirar dos fatos como eles realmente acontecem.
Numa democracia, nada mais saudável do que tomar partido, posicionar-se contra o governo ou a favor de um governo legitimamente eleito.É assim que acontece nas democracias já consolidadas.Nelas os eleitores acompanham os mandatos dos parlamentares,a tramitação dos projetos,as ações do governo bem de perto.E criticam,e interferem no sentido de fazer valer o seu voto.
No entanto,nos países cuja democracia ainda está em construção e,por isso mesmo ainda é incipiente e bem frágil,é preciso um imenso cuidado com as críticas que são feitas.Pelo menos no meu entendimento esse cuidado deveria existir.Ainda vivemos sob o espectro da ditadura.Como vivemos também sob espectro do sistema escravagista.
No primeiro caso,podemos constatar o fato pela pouca percepção que o povo ainda tem a respeito da política de nosso país,de nossa história e da prática saudável da cidadania.São muitos que ainda acham que um bom governo é aquele que atende os seus anseios particulares e que se danem os outros.São muitos que se assombram quando veem que aquilo que era exclusivo de sua classe social passa a ser compartilhado com milhares de outros.O que era sinônimo de “diferenciação”,virou algo a que muitos podem ter acesso.
Dessa forma,numa mesa de bar ou numa reunião de família,se alguém disser que vai a Paris nas próximas férias já não causará impacto algum,pois uma diarista conhecida,ou o caseiro do meu sítio também resolveram fazer a mesma viagem.Se um “elefante incomoda muita gente”,o povão enchendo os aeroportos incomoda muito mais.Mas incomoda apenas os que desconhecem a política,quem sempre fugiu ao bom debate,quem não tem argumentos verdadeiros para fazer boas proposições democráticas.
Quanto ao espectro do sistema escravagista,a gente pode também corroborar sua existência com mil exemplos.A grita contra os avanços na legislação dos trabalhadores domésticos foi muito forte e repercute até hoje.Muitos patrões ficaram indignados.Muitos lembraram que “eles sempre tiveram mordomia,pois comem e dormem de graça no serviço”.Foram tantas as mesquinharias que afloraram, que a gente pode comprovar o quanto o “complexo de sinhazinha” ainda existe em nossa sociedade.Ou seja:o trabalho doméstico pertence à senzala,às classes inferiores.A sinhazinha deve se ocupar de coisas mais sérias,nada de misturar as classes,cada um no seu devido lugar.
E o que dizer de tantos que se posicionaram e continuam sendo contra as cotas raciais e condenam todos os projetos de inclusão do governo? Alguns até têm bons argumentos e não se deixam simplesmente levar pelo ódio,mas na maioria das falas e das mensagens compartilhadas na internet, o que a gente percebe é a total falta de sentimento humanitário.É o preconceito saindo do armário com toda a força,com toda feiúra que qualquer forma de preconceito tem. O que é isso senão uma herança maldita de um período de escravidão dos mais perversos e longos da história mundial?
E depois de tantas digressões,volto ao título do meu artigo.Sempre deparo com uma pessoa que,para legitimar o seu ódio,começa assim a sua fala: Olha,eu já fui do PT,já votei no Lula,já carreguei bandeira.....Hoje eu detesto essa raça. Ah,quantas vezes já ouvi isso.Aí me lembro de uma frase bem conhecida:”Quem tem fulano como amigo,não precisa de inimigo”.Pois é.O PT não precisa de oposição,pois os que se dizem ex-petistas são os piores,os implacáveis,os sem-noção.
E alguém acredita nos argumentos de um ex-petista?Eu não.Acredito muito mais na autenticidade.Na divergência bem fundamentada.No contraditório de quem busca informações e é atuante politicamente.Admiro muito mais quem sempre foi de direita e sempre acreditou nos seus propósitos.A democracia não sobrevive sem as diferenças, sem divergências,sem alternância de poder.Mas aguentar o discurso falacioso de quem se diz ex-petista é terrível.Pior que eles não convencem.É como se a gente pudesse acreditar na existência de ex-atleticano,ex-cruzeirense,ex-corintiano, só pra citar alguns exemplos.
Então, peço a quem me honrar com a leitura desse artigo que,se conhecer um ex-petista,desconfie.Não da pessoa,mas do discurso que se seguirá .No fundo,no fundo ele (ou ela) pode até ser um petista enrustido,que nunca teve coragem de assumir o seu caso de amor com o PT,suas diferenças e,por isso,migrou para uma outra legenda,Daí autodenominar-se "ex-petista" é apenas uma forma de legitimar uma oposição totalmente desvirtuada.
Quem um dia botou uma estrela vermelha no peito,quem se abraçou à bandeira do Brasil nos comícios e nas passeatas convocadas pelo partido,pode se frustrar,pode sofrer,pode se indignar,mas não muda de lado e jamais fica em cima do muro.
E isso.