Arte UOL
rosa-cardoso---especial-golpe-de-64---615x300-1395693589751_615x300.jpg
50 ANOS DO GOLPE MILITAR

Pesquisas da Comissão Nacional da Verdade apontam associação entre a Casa da Morte de Petrópolis (RJ) e nazistas.
 
A casa era uma prisão clandestina usada por forças do Exército para tortura e assassinato de militantes da resistência durante o regime militar.
 
A Comissão da Verdade realiza audiência pública nesta terça-feira (25), no Rio de Janeiro, para tratar do tema.
 
 Em depoimento, a ex-presa política Inês Etienne Romeu, sobrevivente da Casa da Morte, que  apontou 6 agentes da ditadura militar como torturadores. "Diziam que a democracia seria destruída, que se lutava por um regime democrático [..] e mostravam cenas do nazismo, cenas do fascismo.
 
Quando a própria ditadura tinha vinculações muito fortes com agentes fascistas, com agentes nazistas, especialmente", diz em entrevista ao UOL Rosa Maria Cardoso da Cunha, integrante do colegiado e coordenadora do grupo que estuda o golpe de 1964 da Comissão da Verdade.
 
"A Casa da Morte que foi construída lá em Petrópolis demonstra essas vinculações, não só com agentes nazistas ...
Petrópolis foi uma cidade que abrigou muitos nazistas que fugiram e ainda [mantinham] vinculações com grupos paramilitares de extrema-direita como também com o crime organizado", afirma Cardoso.
"Então houve muita manipulação da opinião pública", acrescenta.
A audiência desta terça-feira (25) foi planejada com base na denúncia de Inês Etienne Romeu, dirigente da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária, grupo de luta armada de extrema esquerda) e única sobrevivente da Casa da Morte, feita ao Conselho Federal da OAB no ano de 1979.

DEPOIMENTO DE JOSÉ SERRA Ex-Presidente da UNE 

Militares começaram a violência

[A luta armada pós-golpe] era meio inevitável, o que não significa que tenha sido a melhor estratégia, mas quando se fecha vias democráticas, a luta política se torna muito mais difícil (...) Mas quem começou a violência no Brasil, de fato, foi quem deu o golpe. A violência das cassações, da perseguição, o que não significa que a reação [armada] tenha sido a melhor, que acabou sendo muito custosa do ponto de vista de vidas e até para justificar um endurecimento maior [do regime].

Heranças da ditadura

Eles entregaram a economia com uma inflação de 200% ao ano, com o país praticamente inadimplente, quebrado, do ponto de vista do balanço de pagamentos e com superinflação. Foi uma herança muito ruim. Diziam: "o regime autoritário é bom por causa da racionalidade econômica". Isso foi uma coisa que sempre combati. O legado da ditadura significou para o país um preço altíssimo a ser pago.

Outra [herança], que é menos perceptível, mas que teve um peso imenso, foi o sacrifício de uma ou duas gerações. A minha geração, que tinha 20 anos na época do golpe, foi sacrificada pela perseguição, pela coação, e alguns que mergulharam na luta da oposição até com o sacrifício da vida. A política passou a atrair menos. Os melhores quadros, que potencialmente seriam líderes políticos, se afastaram da política. Isso se estendeu pelos anos 60 e 70. Criou-se um vazio no Brasil. Foram duas gerações desperdiçadas, o que se projetou num declínio da qualidade da chamada classe política.Ampli



                                   *********
Torturas, assassinatos e golpes nunca mais!!!

Estes assassinatos terão que ser esclarecidos e os assassinos julgados e presos em regime fechado.

IMPUNIDADE  E ANISTIA JAMAIS.