Delúbio, o lobo bobo do achincalhe petralhista.

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Delúbio, o lobo bobo do achincalhe petralhista.

Acabo de ver na Veja virtual a foto do perfil do Twitter de um célebre (lamentavelmente célebre) goiano, o Sr. Delúbio Soares, onde se descreve como "Professor, sindicalista, fundador e militante do PT e da CUT, ambientalista e preso político".

Vamos e venhamos: professor ele não é mais, pois foi demitido por abandono de cargo de professor de matemática, pelo governo de Goiás. Fundador da CUT e PT, ok. Militante? Ô! Sim, no estilo próprio dos cutistas e petistas. Ambientalista, só se for no ambiente das terras que herdou do pai em Buriti Alegre-GO e ainda, as terras que comprou no mesmo município, tempos depois do estouro do escândalo do Mensalão. Preso político também não é, pois foi processado usando do direito de ampla defesa, garantida constitucionalmente. E menos ainda, pode ser considerado político preso - pois, que se saiba, nunca exerceu mandato político (embora eu me recorde de uma candidatura dele a deputado federal, pelo PT de Goiás, nos anos 80), ao contrário de seu irmão, hoje vereador por Goiânia, cujas candidaturas milionárias sempre financiou, para tentar tal achincalhe ao STF.

Em verdade, era um tecnocrata da cúpula da CUT e operador das "informalidades" do Mensalão (o que envolvia, ouviu-se dizer, andar pelas madrugadas em Brasília, num carro abarrotado de malas com "verdinhas", que era seguido por batedores da segurança governamental). Daí, que só pode reivindicar o título de "quadrilheiro preso". Se quiser, pode usar um sinônimo: "presidiário".

Até agora, está de boa. Vai ser colocado numa instituição penal própria para os condenados no regime semi-aberto. Pode sair para trabalhar, durante o dia e retornar à noite, para dormir no chilindró. Pelo retrospecto, imagina-se o que fará durante o dia e o risco que corremos, aplicando a este senhor os benefícios da Lei de Execuções Penais. Mas... Fazer o quê? É direito garantido em lei. E a convicção geral lei tem sempre que ser cumprida, embora até certos ministros do STF não andem tão convictos a respeito, com aquele papo "cerca Lourenço" de neo-constitucionalismo, "Direito achado na rua" e que tais, que no fundo, são uma licença para licenciosidades que gente do tipo Hugo Chavez e Cristina "Gretchen" Kichner gostam e, mais cedo ou mais tarde, põe o edifício legal estabelecido a partir da Constituição Federal e o império da Lei em perigo.

Mesmo que seja um tipo que tenha participado de uma teia de crimes que resultava, ao fim, no benefício do exercício espúrio de um mandato presidencial e na fraude da representação estabelecida pelo voto, o negócio é cumprir o que está lá, na letra da lei.

O que podemos fazer é tirar um sarro, pois aquilo que é "semi-aberto" também é semi-fechado e daí, o faz de conta do regime de cumprimento do presidiário em questão fica até curioso - senão, escrachado...

No fim, é mais um papudo* (dizia que o Mensalão iria virar, algum dia, "piada de salão") que foi levado para o presídio da Papuda...

Mas, porque o quinta-coluna do Mensalão está invocando a grife? Para dar um recado à companheirada: "eu sei o que fiz, tempos atrás. Mas, também sei o que fizeram. Portanto, é bom que não me esqueçam"...

O julgamento do Mensalão foi uma daquelas coisas realizadas dentro do que convenciona de "possível" e, não, o "previsível", "esperado" ou "devido".

E prova disto é que um ex-presidente da república, o principal beneficiário da compra das convicções e votos de parlamentares - que dava a garantia de votação favorável de projetos de interesse do governo no Congresso Nacional, reputado como o rei dos Papudos (chamado em outros tempos de "sapo barbudo", por Leonel Brizola) saiu ileso das investigações está por aí, livre, leve, solto e mandando um salve de "tamo junto" para os condenados, entrementes se esconder de um rolo com uma tal Rosemary, uma perereca metida a primeira-perua das falcatruas.

* Outra alcunha inventada por Reinaldo Azevedo - respeitado e combatido da revista Veja, que também inventou as expressões "petralha" e "burguesia do capital alheio", referindo-se aos petistas e ao PT...

- Em 05.12.2013 - Delúbio solicitou autorização para trabalhar na Central Única dos Trabalhadores - CUT. Mas, o caso é que isto não é pra já, pois começa cumprindo a pena em reclusão, dependendo da progressão da pena, para receber o benefício. Se recebê-lo há um outro empecilho: a CUT é mantida, majoritariamente, com recursos do Imposto Sindical, carreado pelas entidades filiadas, o que tornaria sua remuneração, no mínimo, imoral. A conferir...