O que é mesmo que eles querem?

O QUE É MESMO QUE ELES QUEREM?

A gente passou a assistir desde julho, nos vestibulares da visita do Papa e da Copa das Confederações, as manifestações populares, representantes da indignação geral contra os desperdícios, estádios da Copa, alterações na mobilidade urbana, muitas obras de valor e utilidade discutível, em detrimento da satisfação das reais necessidades dos brasileiros, como hospitais, creches, escolas, transporte urbano e segurança pública. Num desses protestos, em São Paulo, li uma placa que referiu de forma imanente e definitiva a discordância popular. “Se seu filho estiver doente, leve-o ao estádio”, que ironiza o fato de, não temos assistência à saúde, mas temos estádios de Primeiro Mundo, “Padrão Fifa”.

Esta é a revolta do povo: o governo, para se promover, está gastando bilhões de dólares para construir estádios e melhorias urbanas. O argumento para a falta de escolas, hospitais e segurança sempre foi a carência de recursos. Como é que agora, na hora do marketing político o dinheiro apareceu? O pior é que o povo sabe quem vai pagar a conta.

Por isso reputo como justas as manifestações de protesto, os cartazes e as vaias, capazes de levar aos governos e à opinião pública o teor da desaprovação popular contra essa farra. Tudo isto faz parte da democracia. Agora, no passo seguinte das reclamações, me insurjo contra a violência, a baderna e a depredação de instalações públicas, prédios particulares e bens urbanos. A manifestação contra as carências, o dinheiro posto fora e a corrupção é válida e pertinente. No entanto, repudio as manifestações de um bando de vândalos e moleques, que devia estar preso, pois gera prejuízos e não leva a nada.

Em Porto Alegre, a polícia prendeu vários mascarados e um deles confessou que não sabia em nome de quê estavam fazendo aquela baderna. Eles não sabem o que querem! O cara que usa máscara, exceto no carnaval, revela um mau-caráter pernicioso em potencial. O pior é que alguns presos na bagunça eram universitários. Que profissionais teremos no futuro, vindos de gente desse tipo?

A baderna não é coibida por parte dos governos, porque as polícias são lenientes. Só cercam os marginais, usam os ineficientes sprays de pimenta paraguaios, usam bombas de “efeito moral”(?), dão uma de bonzinhos e a eficiência não ocorre. Se fosse em outro país da América latina ou da Europa, a polícia baixava o pau. Aqui só batem em favelados. Por que isto? Porque estamos em período pré-eleitoral, e bater em pessoas, mesmo marginais à vista da tevê pode significar um suicídio político.