Voto obrigatório: não obrigatoriedade também interessa à burguesia
obrigatoriedade do voto é paradoxal. Esta geração é vítima da pós-modernidade e padece do péssimo ensino de História nas escolas e esquece o período de arbítrio neste país, quando democracia e participação, pautaram o cotidiano. Há uma procriação exagerada de festança, drogas, promiscuidade, voluntarismo revolucionário, esquerdismo, mas não prospera o espírito de cidadania. Somos libertários para o que é destrutivo, individualista, não para o social, coletivo, nacional e o popular. Esse quadro antropológico abriga a controvérsia do voto compulsório. Tem arcabouço teórico disfarçado, ideológico, o liberalismo, conhecido como a direita, que não é brasileira, porque não é nacional. Essa concepção possibilita duas teses traiçoeiras, aquela que favorece os que não querem participar, porque ao se omitirem, o sentimento de liberdade lhes sobressai, confunde liberdade com alienação e a perversa e escamoteada teoria dos que não querem que alguns participem, que enreda o povo e o estudantado, pelo jogo das palavras naturalidade e desigualdade. A argumentação de que nos Estados Unidos o voto é facultativo, nem sempre vem acompanhada da clareza sociológica, na pátria sede do imperialismo, negros, latinos, idosos, pobres e analfabetos não votam e nem são contemplados por políticas públicas. Suposição com porção de verdade, esconde a falta de desejo dos nossos políticos, manipuladores, anti-populares, de que nossa gente precisa ser educada a participação e que nisso estamos ainda na pré-escola. A velha UDN (tucanato-demoista) dos tempos de Getúlio Vargas alegavam essas mesmas virtudes democráticas, porque lhes causava prazer saber que a maioria da população não votaria, consequentemente estariam livres do fantasma do acesso do povo humilde e pobre no processo político brasileiro.