Ponta Grossa 2010: ausência de políticas públicas de lazer
Futuramente os historiadores análisarão o tempo perdido e a falta de criatividade dos mandatários políticos com seu povo. Positivistas e iludidos por ideário de classe rígido, com duzia de endinheirados, muitos oriundos do serviço público, uns festejam fora, mas a maioria sequer vai ao Rio Tibagi. Se orgulham de viver dentro da caverna de Platão. Péssimos aprendizes de neoliberalismo, nossos políticos deixam de fazer o mínimo pela sociedade. Nessa perspectiva está o descaso com o espaço verde, abandonado a especulação e aos gananciosos de usucapião. Cuidados fundamentais faltam ao povo e as notícias recentes comprovam o caos na saúde, a pobreza pedagógica das escolas que abandonaram as tradicionais campanhas de leitura. O lazer só teve vez quando da meia passagem aos domingos. Cabe ao Legislativo requerer explanação da Prefeitura a respeito do que nestes anos de conservadorismo foi feito. Uma escolinha de governo municipal seria oportuna. O governo sustenta que o povo tem direito ao lazer? Fundamentado em que concepção filosófica? A história política local nunca apresentou perfil neste campo. Falta-nos um excelente curso de Arquitetura que cuide da estética social da cidade e de um curso de Educação Física com pesquisa e prática humanística, engajamento social, que imponham crítica à indiferença do Poder em relação ao lazer. Comprometidos com o atraso cultural, nossos governantes e legisladores pouco se importam e se comovem com o povo carente e o seu direito ao lazer, direitos sociais e cidadania. Implementar amplas e revolucionárias iniciativas nessa esfera é investir numa melhor qualidade de vida para os cidadãos, demonstração de sensibilidade com um povo que trabalha sem enriquecer. Que o futuro nos anuncie um projeto que entusiasme o povo à diversão, ao passeio, ao naturalismo, à alegria.