Projeto de combate à fome!

Peter Ferdinand Drucker o grande guru em Administração, afirmou que, neste século não acorreriam grandes invenções, e sim muitas transformações de idéias muitas das quais postas nas gavetas - não postas em prática -, ocorreria o aperfeiçoamento das mesmas.

Compartilho esta visão. Percebo que a situação na qual o mundo o meio ambiente se encontra é crítica, por conta do efeito estufa e o grave problema da fome mundial, entre ouros problemas.

Esse cenário nos faz refletir sobre a necessidade darmos nossa parcela de contribuição para cumprirmos nossa responsabilidade quanto à busca de soluções para os problemas mencionados.

Somos conduzidos a rever a situação do setor alimentício. Como por exemplo a questão da necessidade da reengenharia alimentícia e necessidade do plantio de árvores frutíferas de formas inusitadas se quisermos melhorar o cenário mundial repleto de fome.

Com esta reflexão pretendo somar no processo de conscientização da população em geral, governantes, prefeitos, ambientalistas ou paisagistas, sobre a importância de se plantar árvores que produzem frutos e não apenas árvores que produzam folhas, sombra e oxigênio. Pois, muitas delas produzem folhas em excesso, que, uma vez caídas nas calçadas e ruas ajudam a aumentar a sujeira e poluem rios e córregos durante as chuvas torrenciais.

Exponho aqui algumas razões para que se plante árvores frutíferas goiabeiras, acerolas, jabuticabeiras, entre outras e não apenas árvores para produção de sombras e oxigênio:

A) –A maioria das espécies de árvores ornamentais plantadas em nossas cidades, produz excesso de folhas, que uma vez caídas ajudam a poluir os rios durante as enxurradas, aumentam a sujeira nas ruas e bueiros, para além de sugar energia do solo sem dar retorno alimentício aos seres humanos.

Plantou-se muitas árvores de grande porte como paineiras, que ao crescerem arrebentam o calçamento, criando problemas aos pedestres que trazem carrinhos de feira ou carrinho com bebês, os quais muitas vezes tem que se lançarem para a rua, por não terem como passar. E quando se tornam idosas caem sobre as ruas, carros e pedestres;

B) -Árvores frutíferas de rápida produção como acerola, araçá, jabuticaba, cajueiro, amoreira, entre outras espécies ocupam o mesmo espaço que ocuparia uma árvore comum, produziria folhas e sombra, e melhor: muitos frutos para alimentar pessoas carentes que não as pode comprar nas feiras livres.

Com tais produtos de frutas poderia criar-se novos empregos para as pessoas que trabalhariam colhendo as frutas, empregos para as pessoas que trabalhariam nas fábricas de suco extraídos das laranjas. Guarulhos poderia vender suco e polpa de frutas para abastecer a si e quem sabe parte do Brasil.

C) Se forem plantadas pelo menos (03) árvores frutíferas das muitas espécies existentes em cada terreno baldio que existe nos bairros, praças e jardins, em Guarulhos - já faria grande diferença na questão do combate à fome nos próximos cinco anos. Se forem plantadas 2 milhões de árvores frutíferas, ao longo das rodovias Dutra, Fernão Dias e Trabalhadores, (conservando-se os espaços para segurança entre as árvores e as rodovias), daria para abastecer muitas mesas de pessoas carentes que em breve deixariam de ser tão carentes na região de Guarulhos.

Seria gratificante ver o projeto sobre plantio de árores frutíferas funcionando como projeto piloto, pelo menos em Guarulhos, numa contribuição efetiva para diminuir o problema da fome, nesta região.

Em breve teremos no Brasil a copa do Mundo. Já pensastes que lindo seria, ver o Brasil sendo elogiado pelo mundo afora por sua iniciativa de plantação de árvores frutíferas, bananeiras, e outras mais, como iniciativa do combate à fome? Seria motivo de orgulho e alegria poder contribuir de forma prática no combate à fome!

Há um projeto pioneiro, semelhante no objetivo, (se não me falha a memória, é Parque Cambuci) em São Paulo, cuja iniciativa foi dos japoneses, ao plantarem cerejeiras que florescem e dão frutos. Para além do cenário lindo ao florirem, alimentam. Podemos aprender com os japoneses e estender a idéia para todo o Brasil.

Aliás, acredito eu, que se o japão tivesse 1/3 das terras produtivas que temos no Brasil, não haveria fome no planeta. Eles plantam até nos muros. Plantando árvoes que produzam alimentos, não apenas produzam folhas, ou sejam ornamentais, ou para produção de oxigênio, não enchendo a mesa nem a barriga de ninguém.

Pode-se fazer canteiros bem tratados em locais apropriados como um exemplo prático para o mundo no combate à fome. Sairiamos das redações premiadas pela UNESCO, - sobre combate teórico à pobreza - para a prática que traga resultados na mesa e para a barriga de muitos brasileiros, para além do exemplo para os de fora.

Plantemos árvores frutíferas.

Plantemos vida com qualidade, não apenas beleza para encher os olhos com a beleza da visão paisagista, mas, para encher também a barriga com alimentos de qualidade.

Plantemos árvores que produzam alimento, como nossa contribuição para combate à fome, pois, este é um dos maiores legados que podemos deixar às próximas gerações. O melhor seguro de vida com qualidade capaz de oferecer vida com qualidade, não apenas discursos teóricos, redações que muitas vezes colocam o país abaixo do tapete como o fez através de sua redação, a carioca que ganhou em 2007, o prêmio da UNESCO. Discriminando o Brasil e as madrastas, - mulheres que muitas vezes são discriminadas curelmente -, como ocorreu nesta redação onde o Brasil foi chamado de “Pátria vil madrasta”.

Nunca chegaremos a ser mãe gentil - que alimente seus filhos - se não colocarmos as mãos na terra para plantarmos a semente da vida, produzindo o alimento que vem da terra mãe gentil.

A terra, nunca feriu a ninguém, não discriminou nem ofendeu a nenhuma madrasta, como o fez esta estudante de Direito.

Se nos contentarmos sempre em comer o que os outros plantaram e ainda chamar a Pátria de vil madrasta. Se ficarmos felizes apenas em viajar e ganhar prêmios, e amaldiçoando o prato onde se come, nunca teremos uma Pátria melhor que sirva de exemplo para o mundo, nem agora nem depois da copa. Plantemos árvores frutíferas, não para a copa, mas para nosso povo.

Assim pensando entendo que não convém esperar soluções apenas dos grandes blocos do primeiro mundo. Por menor que seja nossa parcela de contribuição, ela é importante, vindo a somar com as demais ações humanitárias de combate à fome no Brasil e no mundo. Seguindo o exemplo das pequeninas formigas, cada qual carregando sua folhinha. Plantemos a vida que é produzida nas árvores frutíferas.

Nadir Neves
Enviado por Nadir Neves em 15/10/2011
Reeditado em 25/10/2011
Código do texto: T3277966
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