RGPS-ANDERLEY, "O aposentado injuriado"
INTRODUÇÃO Mirna Cavalcanti de Albuquerque
"Pobre do aposentado - é sempre considerado culpado pelos excessos dos gastos governamentais..."
Amigos leitores,
Há alguns dias recebi e-mail do senhor Anderley do Nascimento, amigo meu virtual, a quem muito respeito e admiro. Tem 71 anos de idade, contribuiu para o INPS- agora INSS- sobre o teto do salário de benefício. No entanto, seus proventos não chegam no momento, nem à metade do valor que deveria receber: são parcos e diminuem a cada ano que passa. É aposentado, óbvio, pelo RGPS.
A sua luta e a sua dor, são as minhas, que têm sido acumuladas durante toda a vida dedicada com amor, afinco e mesmo devoção, na defesa gratuita (é sempre bom repetir) dos direitos dessa classe de cidadãos tão desrespeitada e maltratada por esses governos todos. Não há como deixar de indignar-me. (*)
Entra governo, sai governo, e essa interminável melodia quase monocórdica, mas sem a beleza do Canto Chão Gregoriano – segue, prossegue e para muitos a morte chega antes que recebam o que lhes é devido.
Amigos leitores, se quiserem, podem externar seus pensamentos em comentários, por gentileza - até mesmo em forma de pequenos artigos, vez que este assunto diz respeito a TODOS os filiafos ao RGPS- são e serão bem vindos.
Podem pensar- como alguns – que não tenho mais idade para ser tão crédula – acreditar que todos à minha volta sejam bons (nisto, na verdade não mais acredito); que sonho como adolescente (isto ainda ocorre, pois a alma – a minha – pelo menos – ainda é confiante e sonhadora como quando era realmente adolescente). Tenho, na verdade, a alma de meus quinze anos- e dou Graças a Deus por isso! E é esta alma que ainda embala meus sonhos, acreditando poder fazer com que se tornem realidade. É esta mesma alma que me anima a prosseguir e que roga a Deus sempre mais fortalecer minha fé; que me faz crer mesmo contra as evidências, em dias de JUSTIÇA; que me leva a acreditar existirem criaturas dotadas de Valores e Princípios que, acima e além das leis injustas buscam Justiça e encontram-na em Juízes sérios, capazes e honestos, pois os há. Quero seguir assim enquanto viver: crer na beleza existente as almas das pessoas que assim as têm: boas, gentis, cheias de solidariedade, amor e compaixão.
Todavia, vezes há em que constato ter-me enganado em meu julgamento positivo sobre determinada pessoa, pois não corresponde à realidade. Querendo ou não, profunda tristeza invade minh’alma: chego mesmo a sofrer por ter eu errado em pensar e senti-la boa. Não só isso me dói, mas também lastimo o fato de a pessoa (hipotética) não ter capacidade de perceber e receber com carinho a confiança que nela depositava. São portanto, dois os
‘sofreres’: o meu e o que sinto pelo ‘outro’.
Pois bem, amigos leitores: abaixo lerão o e-mail do amigo ANDERLEY PIMENTA, que se auto intitula – e com toda a razão: “O Aposentado Injuriado”.
Pode soar como sendo piada para alguns dos leitores. Garanto-lhes, no entanto, que é realmente como ele se sente e como se sentem todos os demais que, como ele, contribuíram sobre o teto do 'salário de benefício' do INSS e estão a receber migalhas. Esse Direito à Indignação, ninguém nos pode tirar. O e-mail abaixo é a resposta que o ANDERLEY envia para um amigo que o convidara para participar de 'mais um partido político dos aposentados'. Leiam-no e tentem colocarem-se em seu lugar. Se conseguirem isso fazer, verão o quão certo está o senhor Anderley(*).
Mirna Cavalcanti de Albuquerque
(*) Certa feita, em Congresso de Direito Previdenciário realizado no Norte, ao apresentar minha tese, referi-me ao problema de caixa sempre mencionado pelos governos todos – ser ocasionado pelos valores pagos aos aposentados e pensionistas. Disse para mais de 700 pessoas que o referido problema seria facilmente resolvido: em vez de matarem os aposentados aos poucos, os exterminassem de uma só vez – pagaria o governo apenas a pensão ao cônjuge supérstite (o que sobrevivesse ao morto). Tal medida resultaria em grande economia para os cofres do Estado, já que, à época, caberia ao viúvo ou viúva, 50% dos já miseráveis proventos do falecido. O auditório ficou perplexo. O Ministro (penso que era o Stephanes), nada disse – aliás, ninguém disse coisa alguma. Se nada consegui, lavei a alma que, aliás, continua indignada com tudo o que ocorre quando tentam sufocar a verdade com mentiras, esquecendo-se que mais cedo ou mais tarde, ela aflora.
E-mail do Senhor Anderley Pimenta
Sei que sua luta em prol dos aposentados e pensionistas em geral tem que ser valorizada sempre. Tenho porém, minhas divergências com relação a alguns fatos e serei o mais breve possível, tentando resumir o que percebo nas manobras políticas que hoje dificultam as reais intenções das entidades referidas que nos representam. Precisamos de um partido? Precisamos. Agora: confiar nesse partido é que é ‘o problema’, principalmente quando até hoje COPAB, FEDERAÇÕES, ASSOCIAÇÕES e SINDICATOS nada conseguiram de concreto com relação aos projetos e vetos “ENGAVETADOS” que, se implementados beneficiariam mais de 8 milhões de aposentados e pensionistas. Na minha opinião, Warley não é lider coisa nenhuma. Já venho acompanhando seu trabalho, e não demonstra confiança para dirigir a COPAB- que dirá um partido político! Porque digo isso?
Quando se investe em alguma coisa, se espera bons resultados. O Sr. sabe que nada conseguimos tendo Warley da COPAB. NEM apoio “aparentemente” de um Senador da República que também perdeu a confiança que eu tinha nele, culminando em aceitar o jogo do governo na questão do salário mínimo.
Sr Luiz: são mais de 16 anos que os aposentados “VAGABUNDOS“, estão esperando algo concreto dos que se dizem nos representar. Teria muito mais coisas a dizer, e vou terminar dizendo o seguinte: precisamos de um partido, precisamos que a COPAB e Federações nos devolvam o que nos roubaram, (são coniventes com os engavetamentos dos PLs)… E prova disso é que não vão para o Congresso e para a mídia e atuam no sentido de fazerem valer os nossos Direitos Constitucionais. Particularmente falando, eu até me filiaria ao partido, se: o veto aos 16,67%/2006 fosse derrubado ou pelo menos dois dos três Projetos de Leis- PLs fossem aprovados em meu beneficio, garantindo que o fator previdenciário não me atinge. É outro problema para quem já está aposentado.
Digo-lhe ainda: tenho mais é que pensar primeiro em mim. Afinal são 71 anos de idade. Os mais jovens, têm toda uma vida pela frente.
Agora:filiar-me a um partido cujo presidente é ainda presidente da COPAB, fica dificil acreditar- nada fez como presidente da Confederação – que esperar do mesmo como presidente desse partido?
Quanto ao Paulo Paim, só agora menciono seu nome.
Anderley Pimenta
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