A saúde e o futebol
Disseram-me certa vez que o Brasil era o país do futebol. Eu me admirei, pois sempre soube que quem inventara o futebol foram os Ingleses. No entanto, quando eu me mudei para o Brasil, eu pude conferir isso com meus próprios olhos.
No ano de 2010, ano de Copa do mundo, as pessoas enloquecem, pelo menos a metada da população. Tudo gira em torno do futebol, como se o futebol fosse sua razão de viver.
Nos dois primeiros trimestres do ano, vários programas de televisão apresentaram a situação precária pela qual o Brasil passa neste momento nas áreas da saúde e da educação. Isso para não falar da segurança pública. Eu li um artigo sobre a quantia de dólares que serão empregues na construção ou reforma de estádios de futebol no Brasil, para a Copa de 2014.
Eu me pergunto. Será que as pessoas são tão apaixonadas por futebol que se esquecem que a Copa dura no máximo um mês? Que o dinheiro investido em estádios não volta para seus bolsos?
Quantas pessoas morrem nos corredores de hospitais por que não há médicos disponíveis para atendê-los? Quantas crianças morrem nas ruas, por causa do tráfico? Quantas crianças não têm sala de aula onde possam aprender?
Será este um problema dos governantes que investem o dinheiro nos lugares errados, ou um problema das pessoas que se iludem e permitem que os governantes façam das verbas o que bem entenderem?
Dois anos depois de me mudar para o Brasil, eu concordo com a frase com o que eu começei este artigo. O Brasil é mesmo o país do futebol. Só do futebol.