Galopradas...?
Rodeado por dúzia e meia de galinhas, o galo, fiel cumpridor de seu papel de reprodutor, não abre mão de seu absolutismo: os franguinhos da periferia que já se vão emplumando de forma sedosa e sedutora, aparentemente sem lhe contestar frontalmente a autoridade, tentam tirar sua casquinha em momento de distração do rei-galinácio...
E, quem sabe para lhes testar a macheza, as galinhas, assim que se vêem assediadas por um eventual novo pretendente, além de desabalada correria, botam o bico no trombone. E mestre galo, invariavelmente, entra na jogada, em abalada correria para conter o ímpeto juvenil e disciplinar o infrator...
Trabalho dobrado para o mestre do terreiro, sempre contrário à divisão do pouvoir de cuissage absoluto. E isso com os seus que, sangue de seu sangui, se criam e se crêem herdeiros de seu próprio progenitor... e se esse eventual aventureiro for então um forasteiro, ou mesmo de vizinho terreiro, aí o combate até a morte - os galos não parecem contemplar a rendição ou fuga ... - é mais que certeiro...