A donzela de ferro e eu.

Hoje é dia 4 de outubro de 2019, uma sexta - feira. Resolvi escrever logo pela manhã, uma manhã linda, diga-se de passagem.

Acredito que logo após o despertar, pela manhã, é mais fácil sintonizar com uma paz cósmica e com seu próprio eu interior. Não sei; Talvez porquê você acabou de reencontrar seu corpo que estava descansando ou simplesmente ainda não deu tempo dos dilemas cotidianos afligirem sua risibilidade.

Enfim, acordei com um sentimento diferente hoje. Hoje tem show do Iron Maiden no Rock in Rio. E vocês não vão acreditar, mas eu estou aqui. Estou no Paraná, longe, longe do Rio de Janeiro.

Na verdade o Iron Maiden faz vários shows, são tantas datas. Mas o Rock in Rio é muito importante para eles, talvez não tanto quanto eles para o Rock in Rio.

É o dia em que muita gente vai ouvir falar sobre a banda. Muita gente vai fingir ser fã. E o principal, muitas pessoas estarão sintonizadas numa mesma energia quando os caras subirem no palco. E pensar nessa energia, me arrepia.

Li uma notícia, dizendo que tocar mais cedo, as 21:30 foi um pedido da banda. É, eles envelheceram cara. E um passarinho, informante de notícias tristes, me contou que logo eles estarão encerrando a carreira.

Eles envelheceram e eu cresci, cresci os vendo envelhecer.

Hoje não vai ter aquela cerveja pra acompanhar o show. Estou tratando de um dente e o uso de antibiótico não permite a mistura. Agora tenho problemas de adulto. É a ação do tempo... O Maiden fazendo show mais cedo e eu indo para casa mais cedo. Assistir aos bons velhinhos, tomando um chá.

Por mais natural que seja, eu ter me tornado adulto ouvindo Iron Maiden e eles terem envelhecido, há algo que, particularmente me parece estranho.

Iron Maiden foi a primeira banda que escutei, aos nove anos de idade. Foi deles, o primeiro vídeo clip que assisti. Foi deles, o primeiro show que eu fui.

Dezoito anos se passaram. Continuo o mesmo fã. Foram tantas épocas, períodos, fases... Mas a Donzela de Ferro sempre esteve no repertório de ideias, inspiração e músicas a ouvir. Se hoje sou guitarrista, devo isto a Dave Murray, que me fez querer o primeiro violão aos 11 anos, inspirado e profundamente tocado por seus "bends".

Parece irônico que hoje eu escute tanto Caetano Veloso e o tenha como referência no rock and roll. Que mesmo tantos anos curtindo esse movimento "New Wave of British Heavy Metal", hoje eu termine tantas noites ouvindo o rock "bluezero" da Janis Joplin e que talvez eu deva admitir... Led Zeppelin é minha banda preferida.

Mas nada disso seria possível se eu não tivesse ganhado um disco pirateado do Iron Maiden aos nove anos. Não teria descoberto o misticismo, a magia, a energia do rock and roll.

Eu simplesmente, não seria nada do que sou hoje.

Sem mais... Obrigado Steve Harris, Dave Murray, Adrian Smith, Clive Burr, Paul Di`Anno, Nicko Mc Brain, Janick Gears e Bruce Dickinson!

Esse 4/10/2019, não será só mais um dia. Não será só mais uma noite de Rock in Rio. É noite de Donzela de Ferro! Up The Irons!

Rafhael Morcego Franco
Enviado por Rafhael Morcego Franco em 04/10/2019
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